Sporting termina época desastrosa: Quais os motivos para o sucedido?
A época não correu como desejado e o Sporting vai mesmo terminar no 4º lugar da liga confirmando aquilo que já se previa há umas jornadas a esta parte. Nenhum título para amostra, a impossibilidade de lutar pelo título praticamente desde o início da época e o adeus à Champions League 2023/24 são duros golpes depois de 2 épocas de bastante sucesso com Amorim ao leme. Mas afinal o que correu mal?
Mercado de Transferências
A época começou mal logo no mercado de Verão com as perdas de atletas fundamentais como Palhinha, Matheus Nunes (numa altura muito difícil de aceitar) e Sarabia, colmatadas pelas entradas St Juste Morita e Trincão essencialmente, a que se junta a afirmação de Ugarte. O que ninguém esperava era uma afirmação tão tardia de Trincão e um afastamento prolongado de St. Juste, a juntar a tudo isto, Sotiris e Rochinha nunca foram opções válidas e o plantel continuava carente de um avançado para ser alternativa a Paulinho. Os desequilíbrios eram evidentes e os adeptos tinham razões para estar preocupados com as alternativas e a profundidade do plantel.
Lesões do Sporting
É possível a uma equipa técnica prever lesões e acautelar-se para isso. Mais difícil é prever as lesões que viriam a assombrar o plantel do Sporting este ano. Paulinho falhou 12 jogos por lesão, St Juste falhou 17 jogos por lesão, Neto falhou 23 jogos por lesão, Jovane Cabral falhou 22 jogos por lesão, Morita falhou 9 jogos por lesão e Daniel Bragança falhou toda a temporada por lesão. Num plantel já de si carente pelo mercado, estas baixas são quase impossíveis de ultrapassar.
Falta de Identidade Sporting
As várias lesões, o mau final de mercado, os ajustes que vieram tarde em janeiro, dificultaram a este Sporting a criação de uma identidade sólida como teve noutras temporadas. St Juste só pegou de estaca na segunda volta, Diomande chegou apenas em janeiro, Pote andou a saltitar entre o ataque e o meio, o ataque móvel aparecia e desaparecia num ápice, Inácio tardou em cimentar-se à esquerda, etc…
Foram muitos os momentos em que o Sporting abanou na sua estrutura base e a prova disso é a diferença nos 11’s apresentados nos primeiros jogos comparativamente aos atuais. A defesa que tão boa conta de si deu nas últimas épocas sofreu 32 golos, o que é manifestamente um exagero para qualquer um dos 3 grandes e que ajuda a explicar os pontos perdidos com Chaves, Arouca, Boavista e Marítimo.
Arbitragem
Este é o fator menos determinante e o único sobre o qual o clube não tem qualquer controlo. Não foi pelos árbitros que o Sporting se viu afastado do título ou não cumpriu com os objetivos mínimos, mas infelizmente, interna e externamente, o impacto existiu. Mas o que há de principal a destacar é a o facto de a equipa em muitos momentos não saber recuperar animicamente dessa situação. Um bom exemplo disso é a final da Taça da Liga onde o Sporting estava a realizar uma excelente exibição mas após a agressão de Wendel a Pote (não detetada por árbitro e VAR), os jogadores perderam o foco e acabaram o jogo de cabeça perdida com uma unidade a menos (e podiam até ter sido mais). O mesmo sucedeu na Champions, onde o penalty, erradamente assinalado ao Frankfurt, deixou a equipa do Sporting animicamente de rastos e permitiu ao clube alemão consumar a reviravolta. Também na Taça de Portugal, o Sporting acaba eliminado com um golo precedido de fora de jogo e também aí a equipa nunca mais conseguiu criar uma situação de perigo frente a um adversário do 3º escalão.
Os erros fazem parte do jogo e por mais revoltante que sejam é preciso não desistir e continuar para vencer apesar dos erros, algo que só se viu este ano frente ao Vizela em Alvalade.