Médios para todos os gostos, mas qual deve escolher o leão?
Muito se tem debatido sobre a necessidade do Sporting contratar um médio neste defeso. A resposta parece mais ou menos unânime entre todos quando respondem que faz de facto falta 1 médio de elevada qualidade ao plantel leonino. No entanto é quando tentamos perceber que tipo de médio que as opiniões se dividem. Um médio defensivo? Um médio centro? Box-to-Box? Número 10? Ou porque não 2 médios?
Neste momento o Sporting têm como certa a venda de Ugarte para o PSG, e tem quase confirmada a entrada de Viktor Gyokeres para o ataque, sendo portanto natural que o clube olhe agora mais atentamente para o mercado por 1 ou 2 médios. No modelo de Rúben Amorim é fácil identificar a presença de um “6”, que foi Palhinha e Ugarte e de um “8” que já foi João Mário, Matheus Nunes, Morita e Pedro Gonçalves. Por esta altura existem 3 atletas com características mais defensivas, Essugo, Tanlongo e Sotiris e 4 com características mais de posição “8”, Morita, Bragança, Mateus Fernandes e Pote.
Para esta discussão vamos deixar de lado os nomes de Sotiris, claramente fora das opções de Amorim e muito dificilmente continuará no clube na próxima época e de Pedro Gonçalves, que deverá voltar a ser apenas ala, posição onde brilhou nas duas primeiras épocas de leão ao peito.
Olhando para os nomes que faltam a resposta parece evidente. Com apenas Tanlongo e Essugo o Sporting precisa de uma alternativa direta a Ugarte para combater a inexperiência dos dois jovens que pouco convenceram nas oportunidades que tiveram. Essugo apareceu muito novo e já jogou jogos importantes como contra o Arsenal, no entanto ainda comete erros básicos (normais na sua idade), que podem custar caro aos leões. Teve um teste em Vizela claramente a pensar na próxima época e a prestação foi de “tocer o nariz”, pelo que seria preciso muito apoio e confiança de Amorim para encarar a época com Essugo a titular. E se Essugo não está pronto, o que dizer de Tanlongo que somou pouquíssimos minutos, nunca desequilibrou, jogando sempre pelo seguro, mas também nunca pareceu dominar o meio campo como Palhinha e Ugarte.
Já na posição 8 parece evidente que Morita tem tudo para se afirmar a titular como qualquer um dos médios, tendo um suplente como Bragança à espreita (até porque o japonês apresenta algumas debilidades físicas) e ainda o jovem Mateus que ficando no plantel poderá aparecer com mais frequência, depois de ter “desaparecido” após o jogo na Madeira. As principais dúvidas residem com as características dos atletas, visto que nenhum possui a capacidade de “carregar o jogo” que Matheus Nunes tinha e que deixou saudades. Demorou até Amorim adaptar o seu estilo às características de Morita e também ao próprio Morita ser capaz de aparecer mais vezes em zonas de finalização. A juntar a isto tudo Bragança é uma completa incógnita depois da lesão que sofreu. O atleta já estava longe de ser uma das estrelas da equipa e na época em que poderia ter mais oportunidades acabou por se lesionar gravemente. Muitos nunca recuperam a 10% deste tipo de lesões e Bragança caindo de qualidade física (que já não era famosa), pode ficar aquém do exigido.
Olhando para tudo isto depende muito de dois fatores: Qual a confiança em Essugo e qual a o estado de Daniel Bragança? Pessoalmente parece-me que nem um nem outro dão confiança pelo que o ideal seria ir ao mercado por dois atletas, mas entendendo que tal poderá não ser possível até porque há outras posições para reforçar, parece evidente que o Sporting precisa de uma alternativa a Ugarte, uma vez que não existe ninguém pronto. Morita pode sempre fazer de “8” e parece mais fácil dar o benefício da dúvida a um Bragança suplente que a um Essugo titular. Em última instância até Pote pode voltar a jogar como um dos dois médios, principalmente se vier mais um extremo para colmatar as saídas de Jovane, Arthur e Rochinha.