João Pereira veio, viu e perdeu
João Pereira já não é treinador do Sporting depois de uma onde negativa de resultados onde conquistou apenas 4 dos 12 pontos disputados na liga e ter acumulado 0 pontos em 6 possíveis na Champions League.
Em suma João Pereira conseguiu apenas avançar duas rondas da Taça de Portugal, tendo no entanto apanhado um valente susto por parte do Santa Clara.
Mas terá sido João Pereira o único responsável ou como disse Frederico Varandas terá sido este um “presente envenenado”?
João Pereira não tinha o curso necessário para ser o técnico principal e mesmo antes de ter começado o seu percurso já estava visado pela ANTF e sob enorme fiscalização acerca das suas ações no banco. Esta pressão não parece ter sido boa para João Pereira que parecia sempre agarrado ao banco com receio de potenciais castigos e problemas para o clube devido ao seu comportamento. Isto levou a um grande afastamento do técnico para com os atletas que nunca conseguiram olhar para o banco e ver ali o seu timoneiro a comandar as tropas. A juntar a isto João Pereira não se sentia confortável na comunicação, parecendo ter muito medo de errar tanto na passagem da mensagem como na utilização do seu vocabulário ou da gramática das suas frases, tornando o seu discurso extremamente robótico.
Para lá disto era notória a quebra exibicional da equipa, algo esperado após a saída de um técnico com a dimensão e impacto de Ruben Amorim. Apesar disso tudo, João Pereira não conseguiu agarrar minimamente a equipa do ponto de vista mental e a queda terá sido maior do que o expectável com os jogadores a ficarem claramente intranquilos e nervosos em campo começando a falhar situações técnicas onde eram fortíssimos e falhando golos “cantados” ou mesmo de baliza aberta.
A equipa criou menos (apesar de ainda assim ter criado sempre o suficiente para vencer), começou a “tremer” na defesa e a não conseguir “matar” os jogos fazendo o adversário acreditar que era possível, algo que começou a acontecer antes dos jogos também. Com Ruben Amorim os adversários entravam derrotados e preocupados com a dimensão dos números na quase certa derrota (principalmente em Alvalade), mas com João Pereira as equipas ganharam um novo balão de oxigénio e tiveram exibições inspiradas, nomeadamente dos seus guarda-redes. Isto porque apesar de uma menor capacidade de chegar a zonas de finalização, segundo o GoalPoint, na derrota com Arsenal, Santa Clara e no empate em Barcelos os melhores em campo foram David Raya, Gabriel Batista e Andrew (este último o melhor de toda a jornada).
Foi essencialmente neste aspeto mental que a equipa caiu. De um lado uma equipa que achava que podia não vencer e do outro uma equipa que acreditava que era possível sair vitoriosa contra o leão.
Como se tudo isto não bastasse para o leão, a equipa do Sporting foi ainda consumida por uma enorme onda de lesões de longa duração. Depois da já conhecida lesão de Nuno Santos, João Pereira nunca pode contar com Pote (lesionado por causa de uma despedida) e ainda viu Morita, Inácio e Bragança ficarem de fora. A juntar a isto teve Quaresma bastante tempo condicionado e até deu para St. Juste e Israel ficarem engripados e falharem jogos importantes. Perdas incrivelmente importantes que não só retiram qualidade ao 11 inicial como prejudicam a rotação do plantel.
Assim a equipa do Sporting ficou a jogar “presa por arames” e sem hipótese de mexer aumentando ainda mais o subrendimento em atletas como Diomande, Hjulmand, Quenda, Trincão e Gyokeres.
Apesar disto tudo o erro capital de João Pereira foi aquilo que pareceu uma queda para o “populismo”. Depois de começar com Edwards no 11 o inglês rapidamente passou a não utilizado após os pedidos dos adeptos, bem como a entrada de Harder em Barcelos, depois de Quenda ter sido o atleta com melhor rendimento na ala esquerda do ataque na ausência de Pote, uma alteração também muito pedida pelos adeptos nas redes.
Como cereja no topo do bolo, João Pereira ainda foi afetado por arbitragens infelizes que resultaram em 5 pontos perdidos segundo a crítica na imprensa nacional e que aceleraram a saída do técnico do comando dos leões.