Famalicão tem Sol de pouca dura ou está para durar?
Um Mercado de Transferências à Campeão…
O Famalicão foi, indubitavelmente, o campeão do mercado de transferências. Foi quem mais contratou, mas a qualidade dos reforços apresentados é o que mais se pode destacar.
Neste verão chegaram 19 reforços a Vila Nova de Famalicão – praticamente todos por empréstimo – e muitos deles com um enorme potencial. Nesta miscelânea de contratações, há, claramente a mão de empresários a ajudar e a Gestifute aparece como o principal protagonista.
Isto porque um recém-promovido à Liga NOS receber nomes por empréstimo como Toni Martínez, Fábio Martins, Roderick Miranda, Álex Centelles, Josh Tymon, Riccieli, Uros Racic, entre muitos outros, é de suspeitar como todos eles lá chegaram.
Praticamente todos já são conhecidos pela Europa fora como jovens como bastante potencial para vingar no seu clube e seleção, e chegam ao Famalicão sem grande fio de ligação.
Apesar de todos estes bons nomes, que certamente vão dar muitas alegrias esta época, aos adeptos famalicenses, há que questionar qual a estratégia do clube a curto-médio prazo.
O Presidente da SAD, Miguel Ribeiro, afirma que quer um “crescimento sustentado e gradual” e que “o foco está no longo prazo”. Não obstante, a sua política de contratações não aparenta ir ao encontro das suas palavras.
Tendo em conta que apenas 5 a 6 dos 19 reforços vieram para ficar mais que uma temporada, é questionável se a estratégia passa realmente por um foco a longo prazo ou se os reforços só chegaram pelo interesse dos empresários.
De referir ainda que chega também um novo treinador, ele que faz a sua estreia como treinador principal e consequentemente, na Liga NOS. Durante toda a sua carreira tinha sido adjunto de Marco Silva e dá agora o salto, assumindo um recém-promovido, tendo a tarefa e manter o “Fama”.
Um início de época de dar que falar…
Depois de 25 anos fora da 1ª Liga, o Famalicão volta e em grande. Com 9 reforços no 11 inicial, os famalicenses encontram-se isolados na 1ª posição, ao fim de 4 jornadas. Um belo início que já foi destacado pela maioria da comunicação social, mas será que vão conseguir manter esta consistência ao longo da época.
Miguel Ribeiro não aceita deslumbramentos e garante que o objetivo passa por assentar na Liga NOS. Mas os 10 pontos em 4 jogos apresentam-se bastante importantes para a longa época que se avizinha.
Os homens de João Pedro Sousa foram, até, os primeiros a marcar nesta edição da Liga, e conseguiram vencer num terreno que se tem mostrado bastante difícil, batendo o Santa Clara por 2-0.
O primeiro jogo em casa é uma vitória pela margem mínimo sobre o Rio Ave de Carlos Carvalhal e conseguem, na jornada seguinte, garantir o empate num dos estádios mais temíveis deste campeonato, somando 1 ponto contra o Vitória SC.
A liderança isolada é garantida com a vitória tangencial sobre o CD Aves, por 3-2, numa partida que demonstra bem o estilo de jogo dos famalicenses: pouca organização coletiva, mas muito esforço, garra e luta dentro de campo, até ao último minuto.
A grande questão que se coloca é se vão conseguir manter esta forma até ao final da temporada. Com tantos nomes novos no plantel, é difícil garantir um entrosamento por longos períodos de tempo. A experiência também não é muita – uma média de idades de 23 anos – o que muitas vezes pode ser fulcral entre uma vitória ou uma derrota.
Para além de que, a chegarem quase todos por empréstimo, a dedicação pode vir a diminuir se os resultados não forem os mais favoráveis e será difícil recuperar.
Será que o Sol em Famalicão é de pouca dura ou está para durar por longos anos?