Mundial da Rússia 2018: o onze da França
A França aparece no Mundial 2018 como uma das principais candidatas à vitória final, apostando para isso no núcleo duro que os levou à final do Europeu de 2016, juntando nomes de jogadores que surpreenderam nas respetivas ligas. Com uma imagem para limpar depois da derrota em casa na final do Europeu, a França aposta tudo na principal prova de seleções.
Trajeto
Com uma campanha tranquila na qualificação, a França garantiu o primeiro lugar num grupo que contava com a Suécia e a Holanda como nomes mais sonantes.
Mesmo com a derrota frente à Suécia, e dois surpreendentes empates frente aos últimos classificados, a França teve uma classificação tranquila e acabou com 4 pontos a mais que os suecos e holandeses. Com apenas 6 golos sofridos, foi no aspeto defensivo que os gauleses mais se destacaram.
Equipa
A França apresenta algumas surpresas na sua convocatória com o principal destaque a ser a ausência do ponta de lança do Arsenal, Lacazette, que tinha vindo a ser uma das figuras chave e presença assídua nas convocatórias da fase de qualificação.
Na defesa é onde surgem os as principais novidades e muitas das ausências por lesão dos franceses, desde logo o central Koscielny e o lateral Kurzawa, a que se juntam as ausências de Digne, permitindo a entrada de Lucas Hernandez e do regressado de lesão Mendy, a que se junta o central Kimpembe que pode atuar na esquerda, juntando-se a eles a principal surpresa da convocatória, o central do Estugarda Pavard, que conta com apenas 3 internacionalizações.
Depois de resolvida a questão defensiva, há apenas a notar a ausência de Dimitri Payet que se lesionou na final da Liga Europa e a afirmação e confirmação de Thauvin, que depois de convocatórias seguidas na qualificação e da excelente época ao serviço do Marselha vai estar na Rússia, deixando para trás nomes como o de Martial.
Didier Deschamps costuma utilizar um onze em 4x4x2, bastante móvel e que facilmente se desdobra num 4x3x3 ou num 4x2x3x1, devido às constantes movimentações de jogadores como Griezmann e Mbappé.
Sendo assim a França alinhará com certeza com Hugo Lloris na baliza. O experiente guarda-redes do Tottenham é o titular da baliza gaulesa há muitos anos e apesar das boas soluções no banco, nem Areola, nem Mandanda parecem ser ameaças para Lloris.
Na direita o lugar será de Sidibé, que nem sequer tem um lateral direito de raiz a concorrer com ele por essa posição, preferindo Deschamps utilizar soluções adaptadas como recurso.
No centro da defesa e com a ausência do experiente Koscielny, parece claro que serão Varane e Umtiti a ocupar o setor intermédio, uma dupla “espanhol” com um jogador de cada uma das duas maiores equipas espanholas, o Real Madrid e o Barcelona. A alternativa mais imediata a estes dois jogadores é Rami, habituado a estar na convocatória da seleção, apesar de raramente ser titular. A juntar a estes três nomes há ainda a surpresa Pavard e Kimpembe que pode atuar no centro ou na esquerda.
O lado esquerdo da defesa é a maior dor de cabeça para Deschamps, e para nós a fazer este onze. Com três jogadores a lutar por apenas um lugar, aquele que poderia parecer partir na frente das opções pode não ser o titular devido aos problemas físicos que o impediram de jogar grande parte da época. Falamos, pois de Benjamin Mendy do Manchester City. O Mendy que atuou no Monaco, em 2016/2017, é claramente melhor que as restantes soluções, mas a paragem torna até surpreendente a sua inclusão nesta convocatória.
Neste caso a nossa aposta cairá em Lucas Hernandez, fruto das indicações dadas por Deschamps nos últimos jogos particulares, mas com Kimpembe a ter uma palavra a dizer depois do final de época que teve no PSG.
No meio-campo Kanté e Pogba vão comandar o setor intermédio com Matuidi e Tolisso a aparecerem como alternativas muito válidas e que podem substituir qualquer um dos titulares, não fossem eles jogadores do PSG e do Bayern de Munique, tendo ainda o médio defensivo Nzonzi para fechar os caminhos para a sua baliza. Este parece ser o setor onde apesar de apenas ter 5 jogadores, todos eles são de um nível técnico e tático incrivelmente elevado e poderiam jogar em quase qualquer seleção do mundo, havendo ainda nomes de fora como Rabiot e Sissoko.
Passando para as alas, parece que Lemar na esquerda e Mbappé na direita vão ser os jogadores utilizados, com o jovem do PSG a fugir frequentemente para zonas interiores onde irá atuar junto dos dois avançados e Lemar a ser mais o extremo puro em alguns momentos, ou um jogador mais interior e de apoio aos médios com as movimentações de Griezmann para a ala. Thauvin e Dembelé parecem partir atrás, mas a grande época de Thauvin pode ser um fator decisivo e coloca-lo à frente de Lemar que não teve números ao mesmo nível.
Na frente de ataque Griezmann será o jogador mais recuado e o jogador móvel da equipa. Desde há alguns anos que o “colchonero” se apresenta como o principal jogador da seleção e onde são depositadas todas as esperanças gaulesas. Com uma mobilidade incrível que lhe permite ser um finalizador, um ala, ou um médio de construção, é certo que o processo ofensivo da seleção vai passar pelos pés dele.
No apoio a Griezmann estará Giroud como ponta de lança fixo e o homem responsável por “prender os defesas” e libertar ainda mais o colega de ataque. Fekir deverá ser o homem utilizado como situação de recurso em situações de desvantagem numa tentativa de marcar um golo e é a única alternativa aos dois homens da frente, deixando para trás o já referido Lacazette, e ainda Ben Yedder.