A Fórmula Tática de Carlos Carvalhal no Rio Ave FC
O treinador Português Carlos Carvalhal estreou-se na atual temporada ao comando técnico do Rio Ave Futebol Clube. O técnico de 54 anos teve passagem em vários clubes estrangeiros tais como: Asteras Tripoli, Besiktas, Istanbul BBSK, Sheff Wed e ainda Swansea City. Desta forma, a passagem por terrenos lusos foi mais acentuada, tendo por isso representado o Vitória FC, Belenenses SAD, SC Braga, CS Marítimo e por último o Sporting CP.
A chegada do técnico trouxe consigo inúmeros reforços de enorme qualidade que vieram aprimorar os vários setores. No setor defensivo, o defesa-central Aderllan Santos bem como, o defesa- direito Diogo Figueiras, proveniente do empréstimo com o SC Braga. De seguida, a vinda do médio-defensivo Al Musrati, e o jovem de 23 anos proveniente do Chelsea FC, Lucas Piazón, trouxe bastante consistência e competência ao meio-campo. Por último, e para reforçar o setor atacante os nomes de Carlos Mané, vindo do Sporting CP, e o ponta de lança Mehdi Taremi foram elementos essenciais para a nova época.
Subordinadamente à experiência e qualidade deste treinador, concilia-se algumas características que estão inerentes nos sistemas táticos tais como: o método de três centrais na fase de construção, o fecho do corredor central de modo a obrigar o adversário a jogar pelos flancos bem como, a procura constante dos corredores laterais para transitar em contra-ataque rápido.
Mas, como atua a equipa do Rio Ave Futebol Clube ?
Analisando primeiramente a organização ofensiva, a equipa liderada pelo técnico Carvalhal atua num sistema tático de 4-4-2. Desta forma, a utilização de um guarda-redes com características de qualidade na posse de bola é preferencialmente, bem como o uso do jogo apoiado e a saída em passes curtos pelos centrais são cruciais. Além disso, a equipa Vilacondense recua um médio no terreno para obter linhas de passe e transitar assim para o ataque. No entanto, caso seja o central a progredir com a bola até ao meio-campo, na hora da decisão colocará o esférico no corredor lateral ou no avançado que recua no terreno.
Relativamente à fase de finalização, a equipa do Rio Ave tem processos bastante específicos e alternativos para ultrapassar as defesas adversárias. Deste modo, existe a colocação da bola pelo médio-ala no espaço do lateral para este explorar, bem como, a movimentação do médio-ala do exterior para o interior. Devido a possuir no plantel jogadores com qualidade no 1×1, existe a possibilidade de atacarem nas habilidades técnicas, mas também, a hipótese de virar o centro do jogo caso não exista superioridade numérica, são outras das alternativas. Posto isto, quer os cruzamentos rasteiros, quer os cruzamentos atrasados, são utilizados frequentemente, pois, a existência de pelo menos quatro jogadores na área para finalizar torna-se preferencial, mas também, fundamental.
Analisando seguidamente a organização defensiva, podemos salientar que o 4x4x2 é o sistema tático utilizado maioritariamente. Desta forma, a equipa verde-e-branca realiza a primeira fase de pressão com os dois jogadores mais adiantados, tendo como objetivo obrigar o adversário a jogar pelos corredores laterais. Posto isto, e quando a equipa adversária coloca a bola no corredor, os médios exercem pressão alta juntamente com os avançados ao portador da bola com o objetivo da recuperação rápida.
Além disso, o modelo de jogo do Rio Ave tem como características principais não só o fecho do corredor central, como também, a consistência do meio-campo e ambas são cruciais na fórmula de Carlos Carvalhal. Desta forma, caso o jogador adversário possua a bola no corredor central é obrigatório a presença agressiva e rápida de um dos jogadores para impedir a progressão no terreno. Relativamente há consistência entre linhas, podemos observar que a equipa move-se gradualmente, isto é, na organização defensiva, a linha média recua até à pequena área juntamente com a linha defensiva, em contrapartida, na organização ofensiva, a linha média aumenta a distância em relação a linha avançada. Quanto a linha defensiva, liderada não só pela experiência de Aderllan Santos, mas também, pela qualidade de Toni Borevkovic e Nelson Monte, tem como objetivo o controlo do espaço entre linhas, mas também, a marcação rápida.
Em suma, as modificações táticas impostas pelo técnico Carlos Carvalhal tiveram efeito imediato, e desta forma, a equipa situa-se no quinto lugar da tabela classificativa da Liga NOS. Além disso, as excelentes exibições e a qualidade de jogo foram destacadas não só pelos treinadores da Liga, mas também, pelo jornal espanhol “Marca” onde refere que o Rio Ave “… está entre os grandes clubes do Velho Continente no que diz respeito à média em metros de progressão vertical conseguidos através de passes na zona defensiva. A equipa de Carlos Carvalhal tem uma média de 48,7 e aparece assim no sexto lugar, atrás de Barcelona, Paris Saint-Germain, Juventus, Bayern de Munique e Real Madrid”. Orgulho e agradecimento são os sentimentos que todos os vilacondenses no geral, e eu enquanto vilacondense em particular, sentem pela equipa.