Toronto FC: em busca da glória continental (I)

António Pereira RibeiroFevereiro 19, 20183min0
A narrativa que poderá conduzir à afirmação da MLS na CONCACAF

O ano de 2017 na Major League Soccer terminou com a confirmação de Toronto FC enquanto melhor equipa da história da competição. Após ter conquistado o tão almejado ‘triplete’, inédito entre emblemas da MLS (campeão da Fase Regular, vencedor dos Playoffs, vencedor da Taça do Canadá), o conjunto canadiano procura agora a glória continental. Tendo este cenário como ponto de partida, o Fair Play decidiu dar início a uma série de artigos que irá acompanhar a demanda do Toronto FC em 2018, na busca pelo sucesso na Liga dos Campeões, e pela revalidação do título da MLS.

Antes de falar no que aí vem, convém contextualizar em breves linhas a real origem do êxito sustentado do Toronto FC. Tudo começou a 20 de Setembro de 2013, quando Tim Bezbatchenko assumiu a pasta de Director-Geral de um clube que nunca tinha chegado aos Playoffs em sete anos de existência. Desde cedo que o novo responsável pelas operações dos canadianos assumiu o seu desejo em tornar o Toronto FC numa referência competitiva continental. Entre as várias apostas certeiras de Bezbatchenko, há que destacar a criação de uma equipa ‘B’, essencial no desenvolvimento dos talentos da formação, a contratação inesperada de Greg Vanney, um treinador sem experiência, mas que teima em acumular sucessos, e a construção racional do plantel ao longo dos anos, aspecto fundamental numa competição onde existem tectos salariais a cumprir.

As decisões estratégicas vieram invariavelmente acompanhadas de bons resultados. Na primeira temporada completa de Greg Vanney no comando técnico, em 2015, o Toronto FC alcançou logo os Playoffs pela primeira vez na sua história. No ano seguinte, foi finalista vencido da MLS. Só que à terceira foi mesmo de vez, ganhando tudo o que havia para ganhar, batendo inclusive o recorde de pontos da Fase Regular. E agora? Que desafios se seguem para a melhor equipa de sempre da MLS?

2018 é o ano da aposta na Liga dos Campeões, prova dominada historicamente pelas equipas mexicanas. De forma a entrar na luta, o Toronto FC tratou de manter as principais figuras no plantel, e proceder a ligeiras movimentações no mercado, que lhe trouxeram ainda mais valor a um leque de opções já robusto. Do XI base da época transacta saiu apenas o lateral direito iraniano Steven Beitashour, perda devidamente compensada com a aquisição do vice-campeão do mundo Gregory van der Wiel. O banco de suplentes também ganhou novo vigor, com a entrada de jovens provenientes do Draft, a promoção de alguns futebolistas da formação, e a contratação do guarda-redes Caleb Patterson-Sewell (Jacksonville Armada) e do defesa Auro (São Paulo). Outras peças poderão chegar entretanto.

Depois de uma mão cheia de jogos amigáveis pela Califórnia, a turma canadiana rumou até à Cidade do México, onde realizou três encontros contra emblemas mexicanos, em preparação para a realidade exigente que irá encontrar na Liga dos Campeões. Duas derrotas e uma vitória foi o saldo deste estágio de pré-época que terminou em grande, com uma goleada por 4-1 sobre o Cruz Azul.

Acabadas as experiências, começam agora os verdadeiros desafios, e o primeiro jogo oficial é já de Liga dos Campeões. Esta terça-feira disputa-se a 1ª Mão dos Oitavos-de-final, entre Toronto FC e Colorado Rapids, uma eliminatória bastante acessível, olhando para o momento de ambas equipas. Os Rapids terminaram 2017 nos últimos lugares da tabela, e apresentam um técnico novo, o ex-seleccionador neozelandês Anthony Hudson. Uma provável qualificação do Toronto FC ditará um confronto diante do vencedor da eliminatória que opõe o Herediano ao Tigres.


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