Mundial de Clubes: Grêmio, o Imortal Tricolor Gaúcho
Desde 2013 sem um representante brasileiro na competição, o Grêmio vem embalado por um ano dedicado a vencer a Libertadores da América e figurar entre os principais times do campeonato nacional. Mas se forem a final, terão chances contra o poderoso Real Madrid?
O ano era 1983. O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense campeão pela primeira vez da Libertadores da América, título continental pouco badalado até então. A conquista garantia vaga no torneio até então feito entre o campeão da América do Sul contra o campeão da Europa, o Hamburgo. Era chamada de Copa Intercontinental, ou Mundial de Clubes, como é considerada pelos brasileiros e hoje já aceita pela Fifa. O camisa 7 era Renato Gáucho. O Grêmio ganhava do time alemão por 2×1 na prorrogação para se tornar Campeão Mundial também pela primeira vez.
Estes fatos ajudam a explicar o filme que hoje se passa pela cabeça dos torcedores tricolores, que em 2017 acompanham o Grêmio novamente sendo campeão da Libertadores e ganhando vaga ao FIFA Club World Cup. Renato Gaúcho desta vez está a beira do gramado. O técnico é o primeiro brasileiro a ganhar a Libertadores como jogador e posteriormente como comandante, e poderá cumprir esta façanha também se conquistar o Mundial. Em 83, era um dos pilares em campo, em um time com também estrelas como Mário Sérgio, Paulo Cézar Caju e Tarciso. Desta vez não é diferente. Renato mostra-se o pilar da experiência frente a jogadores jovens e com potencial, como o Kannemann, Michel, Ramiro e Luan.
A equipa e suas armas
A começar por Marcelo Grohe, o guarda-redes de 30 anos possui solidez e segurança. Na defesa, destaque para Pedro Geromel, um dos destaques desta época, que pode acrescentar em campo por sua técnica e liderança. No meio, o destaque negativo é por conta de Arthur e de Cícero. A jovem promessa, alvo do Barcelona nesta janela de transferências, está fora por conta de uma lesão sofrida na final da Libertadores. Já Cícero não pode ser relacionado por ter se transferido do São Paulo ao Grêmio após a data limite estabelecida pela Fifa. Por outro lado, o experiente Maicon está na lista dos relacionados e, mesmo não sendo titular em um primeiro momento, poderá assumir a responsabilidade de conduzir os mais jovens, ao lado de Léo Moura. No ataque, Lucas Barrios será a arma do tricolor gaúcho para furar a defesa mexicana do Pachuca nesta semifinal.
A joia
Além dos destaques citados acima, Luan é a joia que Renato Gaúcho está lapidando cada vez mais. Herdeiro da camisa 7, que Renato usou ao ser campeão do mundo em 83. Sua característica individual poderá ser decisiva frente ao estilo de jogo do Pachuca, fechado e em busca de poucas oportunidades no jogo. A criatividade de Luan poderá ser o ponto de desequilíbrio em um jogo tão tenso, já que esta semifinal poderá ser o portão fechado para o Grêmio nem sequer encontrar os galáticos madrilenhos em uma possível final. Luan tem excelente finalização, e sabe controlar a bola como poucos. É incisivo frente ao gol, e demonstra muita frieza quando oportunidades aparecem.
Imortal, a torcida tricolor
Os tricolores gaúchos estão demonstrando enorme apoio ao time durante toda a época. Apelidada não a toa de “imortal”, por acompanhar e ajudar o time a derrotar adversários considerados impossíveis, a torcida sacramentou sua posição importante ao praticamente lotar a Arena do Grêmio para ver a final da Libertadores contra o time do Lanús há poucos dias (mais de 50 mil torcedores), além de preencher avenidas de Porto Alegre para comemorar o título (com mais de 30 mil). Espera-se o mesmo comportamento para acompanhar o time no Mundial, já que mais de mil torcedores apareceram no aeroporto Salgado Filho para empurrar o time no embarque rumo aos Emirados Árabes.
MVP: Luan (a joia gremista)
Striker: Lucas Barrios (pode ser decisivo a qualquer momento)
Treinador: Renato Gaúcho (o boêmio campeão como jogador e treinador)
Porque é que entram? Ganharam a Taça Libertadores da América 2017
Até onde vão? Final e perdem para o Real Madrid
Pontos fracos: Os flancos poderão ser instáveis frente a velocidade do adversário
Pontos fortes: O domínio do meio campo e a criatividade do ataque
Primeiro jogo: vs Pachuca (MEX) dia 12 de Dezembro às 17:00 (horas portuguesas)