Raio-X Tático: Borussia Mönchengladbach do técnico Marco Rose
O treinador Marco Rose estreou-se na atual temporada ao comando técnico do clube Alemão Borussia Mönchengladbach. O técnico de 43 anos, abandonou o RB Salzburg da primeira liga Austríaca na época de 2018/2019, tendo passagem em vários clubes europeus tais como: Hannover 96, FSV Mainz 05, e por fim, RB Salzburg.
Aliado à inovação e qualidade deste treinador, conciliam-se algumas características que estão inerentes nos sistemas táticos tais como: a pressão alta, que impõem à perda da bola, a primeira fase de construção realiza-se com três centrais, bem como, as transições rápidas fundamentais.
A Análise ao Modelo de Jogo do Borussia Mönchengladbach.
Analisado, primeiramente, a organização defensiva, podemos constatar que ocorre uma variabilidade no número de elementos defensivos, de acordo com o sistema tático, ora utiliza cinco homens no 1-3-4-3(baixando os dois médios-alas), ora joga com quatro jogadores no 1-4-2-3-1. Desta forma, ambos os sistemas táticos têm como princípios fundamentais não só a permanência de um bloco médio-alto, mas também, uma pressão rápida e forte ao portador da bola, tendo como finalidade a rápida recuperação. Deste modo, o fecho do corredor central é também crucial nos princípios de jogo de Marco Rose, e por conseguinte, obriga o adversário a jogar pelos flancos ou bater longa.
Desta forma, a aproximação que a equipa tem das linhas é uma das preferências do técnico e, além disso, tende a pressionar sempre com os blocos juntos, com o intuito de encurtar os espaços ao adversário. No entanto, a pressão exercida ao adversário, pode, por vezes, originar desvantagens à equipa, pois, devido aos defesas terem os apoios mal colocados, ocorre uma dificuldade em conseguir controlar as bolas que podem ser colocadas nas costas dos elementos defensivos.
Analisando, seguidamente, a organização ofensiva do Borussia Mönchengladbach, podemos referir que ocorre uma flexibilidade no sistema tático, isto é, ora atua num 1-4-2-3-1, ora joga num 1-3-4-3. De seguida, a equipa inicia a primeira fase de construção com a saída curta pelos centrais e, desta forma, o guarda-redes escolhido possui preferencialmente habilidades no jogo com os pés, para colaborar regularmente nesta fase. Seguidamente, os laterais oferecem não só a largura, como também a profundidade, surgindo frequentemente em zonas de finalização. No entanto, e caso esteja sob pressão do adversário, a equipa atua sobre duas alternativas, isto é, ou escolhem sair a jogar pelos médios centro, procurando assim o jogo interior, ou optam pelos laterais, procurando os corredores. Deste modo, e ultrapassando a pressão, procuram a profundidade bem como a velocidade dos avançados.
Relativamente ao sistema tático 1-4-2-3-1, o técnico constitui a defesa com quatro homens, e um dos médios recua no terreno junto dos centrais para colaborar na fase de construção. Desta forma, coloca dois médios defensivos tendo como referências para essa posição os seguintes atletas: Christoph Kramer, Denis Zakaria, Tobias Strobl ou Florian Neuhaus. Além disso, jogam frequentemente com uma referência atrás do(s) ponta(s) de lança, tendo com alternativas: Patrick Herrmann, Breel Embolo, Marcus Thuram, László Bénes ou Jonas Hofmann. Por último, os atletas Alassane Plea, Lars Stind ou Breel Embolo são os homens da frente de ataque da equipa Alemã.
Relativamente ao sistema tático 1-3-4-3, possui na sua criação uma linha de três defesas-centrais, com as referências de Denis Zakaria, Tobias Strobl ou Jantschke a entrar no meio dos dois centrais habituais Ginter e Elvedi. Desta forma, os laterais conquistam o espaço vazio e, tendo em conta as suas habilidades ofensivas, têm como objetivo criar desequilíbrios na defensiva adversária, assim como, o frequente surgimento em fase de finalização. Além disso, fornecem a largura e profundidade ideal à equipa, conseguindo ultrapassar a primeira linha de pressão do adversário.
Por último, e relativamente às transições rápidas, estas são utilizadas de forma fundamental e crucial nos encontros pela equipa de Marco Rose. Desta forma, as transições ofensivas têm como características não só o futebol rápido e apoiado, como também o apoio frontal dos avançados, isto é, procuram a profundidade através de movimentos de rotura. Quanto às transições defensivas, esta tem como característica a rápida reação à perda da bola e, para isso, utiliza a estratégia de deixar sair a jogar o adversário para logo de seguida realizar a pressão alta.
Em suma, as transformações táticas do técnico Alemão Marco Rose, conceberam até ao momento o quarto lugar na tabela classificativa da Bundesliga, bem como, a possibilidade de entrada na UEFA Champions League, caso permaneça nesta posição. Mas, será que o Borussia Mönchengladbach irá ser uma novidade na Bundesliga, assim como, nas competições europeias 2020/2021?