As jogadoras chave da época dourada do SL Benfica

Cristiana PinaJunho 5, 20244min0

As jogadoras chave da época dourada do SL Benfica

Cristiana PinaJunho 5, 20244min0
Cristiana Pina escolhe as jogadoras chave da época dourada do SL Benfica com Kika Nazareth a ser uma das protagonistas

Quatro títulos internos, e uma caminhada histórica na Liga dos Campeões fizeram desta época, a melhor temporada da história da secção feminina do Benfica. As tetracampeãs juntaram o campeonato, a supertaça, a Taça de Portugal e a Taça da Liga, um quádruplo inédito e histórico no futebol feminino português. Numa época que iniciou com duas saídas de peso: a avançada Cloé Lacasse e a média Ana Vitória, o Benfica soube reforçar-se com várias jogadoras conhecidas seja do futebol nacional, seja do futebol internacional: Marie Alidou, Andrea Falcón, Laís Araújo, Lena Pauls e Chandra Davidson (chegada em janeiro) assumiram um maior protagonismo. Marie-Yasmine Alidou, vinda do Famalicão, assumiu-se como uma das protagonistas, da temporada.

Não só subiu os números da época anterior para o dobro, de 12 para 26 golos, como se tornou fundamental para Filipa Patão. Bisou contra o FC Barcelona, no histórico empate das encarnadas frente às bicampeãs da europa; marcou ao Lyon, Frankfurt e FC Rosengård. Foi protagonista na Liga dos Campeões, e ajudou o Benfica a fazer história, com o apuramento inédito para os quartos de final da Women’s Champions League.

Não se pode falar desta época encarnada sem Lúcia Alves, para mim a melhor jogadora deste campeonato. Os números falam por si: 11 golos, 17 assistências, aos 26 anos a internacional portuguesa protagonizou a melhor temporada da carreira; essencial a atacar, a lateral foi uma autêntica arma a desbloquear jogos, com a sua velocidade e imprevisibilidade.

Na seleção tem vindo a ganhar protagonismo também, tendo-se estreado a marcar nesta paragem internacional, com um bis frente à Irlanda. Com a saída de Cloé Lacasse, Kika Nazareth assumiu-se como figura de cartaz do Benfica. Melhor marcadora do campeonato com 28 golos, tendo somado sete assistências. Assumiu a camisola 10 no início da temporada, e foi uma autêntica criadora do jogo: muitas das jogadas criativas passaram por ela; e juntou a isso a veia mais goleadora da carreira. Golo, último passe, Kika Nazareth assumiu sem medo a responsabilidade e tornou-se invariavelmente a estrela da equipa. Andreia Faria é outro nome que tem de ser associado à época histórica das encarnadas, depois de um período onde passou mais despercebida, Andreia Faria assumiu o protagonismo no meio campo.

Cerca de 3500 minutos disputados, quatro golos apontados (um deles o histórico golo nos quartos de final da Liga dos Campeões perante o Lyon) e seis assistências. Foi um autêntico pêndulo do meio campo, importante quer no momento ofensivo, quer no momento defensivo. Intensa, mas com velocidade e assertividade no passe, aos 24 anos Andreia Faria é uma das certezas do futebol feminino português.

De desconhecida do futebol português a uma peça fulcral, frase que descreve perfeitamente a época de Lena Pauls. Chegou ao Benfica com algumas reticências fruto dos poucos minutos jogados no Werder Bermen, nas últimas temporadas, muito devido à ACL sofrida, a guarda redes alemã cedo dissipou as dúvidas que houvessem. Começou a época a “ajudar o Benfica” a conquistar a Supertaça, ao defender três penaltis, no derby com o Sporting; seguiram-se depois várias defesas decisivas na Liga dos Campeões, à cabeça vem aquele penalti defendido na Alemanha, de Laura Freigang, no último lance do jogo, e que praticamente selou a classificação histórica do Benfica para os quartos de final da competição. A guarda-redes alemã foi uma peça vital neste quádruplo do Benfica, com muitas defesas importantes nas várias competições. Assumiu-se como uma das melhores guarda-redes da liga, e cobriu uma das lacunas, da equipa. Uma menção honrosa para Carole Costa. A central internacional portuguesa e uma das capitãs das águias, assumiu a responsabilidade de marcar vários penaltis decisivos esta temporada, nomeadamente os três golos nos últimos dois jogos da temporada frente ao Racing Power; onde os primeiros dois foram decisivos para a conquista do campeonato, e o outro na final da Taça de Portugal, importante na conquista do troféu. Chamada nos momentos decisivos a experiente central disse presente, e demonstrou a sua mais valia à equipa.

Para terminar uma palavra para o trabalho de Filipa Patão. Na sua quarta temporada como treinadora principal do Benfica, a treinadora demonstrou a sua qualidade, e sobretudo a sua fibra como líder. Nem sempre bem-amada pelos adeptos, a treinadora conseguiu implementar a sua tática e tirar o melhor rendimento do plantel que tinha à sua disposição. Na fase de grupos da Liga dos Campeões, soube ler o que os jogos pediam e anular as vantagens competitivas dos adversários (recordo a segunda parte do Benfica x Barcelona, no seixal); ou os dois confrontos com o Eintrackt Frankfurt. À imagem da equipa, também Filipa Patão tem-se tornado uma treinadora mais madura, e consciente daquilo que o jogo precisa nos seus vários momentos.


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