O Técnico Luís Castro e a Invencibilidade do Shakhtar Donetsk
O treinador Luís Castro estreou-se na atual temporada em terreno Ucraniano, assumindo assim o comando técnico do Shakhtar Donetsk. O técnico de 58 anos abandonou o Vitória Sport Clube da Liga NOS, clube onde disputou 39 jogos e obteve dezoito vitórias, sete empates e catorze derrotas. O atual líder teve passagem em terrenos luso, onde esteve ao comando técnico de clubes como FC Porto, Rio Ave, GD Chaves e Vitória SC, encontra-se agora num palco de bastante nível e competitividade.
Subordinadamente à experiência e qualidade deste treinador, concilia-se algumas características que estão inerentes nos sistemas táticos tais como: a reação rápida que impõe à perda da bola, a pressão na primeira fase de construção, bem como a consistência do núcleo no meio campo de forma aos jogadores estarem o mais juntos possível dentro das quatros linhas.
Mas, como atua o Shakhtar Donetsk do técnico Luís Castro ?
Analisando primeiramente a organização ofensiva da equipa Ucraniana, podemos observar um esquema tático de 4x1x4x1. Deste modo, e sendo uma característica intrínseca às equipas de Luís Castro, a preferência pelo domínio de jogo e posse de bola é um dos pontos fundamentais. Desta forma, o Shakhtar inicia a sua 1º fase de construção com os laterais Dodô e Ismaily bem projetados, e além disso, atua com um médio a baixar no terreno para ajudar a criar linhas de passe. Tendo em conta a saída de bola curta, a equipa ucraniana tende preferencialmente a jogar por fora, caso não seja pressionada, caso contrário, opta por jogo direto. Além disso, a experiência e competência do guarda-redes Andrii Piatov quer no jogo com os pés, quer na distribuição de jogo transporta-o até ao onze inicial.
No setor intermédio, os papeis dos médios Viktor Kovalenko e Alan Patrick são cruciais para as transições ofensivas da equipa, isto é, não só a qualidade de passe em profundidade, como também, a visão de jogo ajudam na exploração das costas da defesa adversária. Neste processo de transição, os extremos Taison, Tetê e Marlos estão em conformidade com as exigências requeridas pelo Português, isto é, a qualidade de 1×1 com o adversário bem como, a capacidade de transporte de bola cria constantes desequilíbrios nos adversários.
Analisando seguidamente a organização defensiva do Shakhtar, podemos observar a composição da linha defensiva de quatro elementos, bem como a linha intermédia de cinco homens. Desta forma, a equipa do técnico Português atua apenas como um homem na zona avançada sem realizar pressão, atuando assim, num bloco médio-baixo.
Desta forma, e sendo a rápida reação à perda da bola mais uma característica intrínseca nas equipas do treinador luso, é notável que a equipa só exerce pressão quando a bola entra no lateral da equipa adversária, e nesse momento inicia-se o processo defensivo. Deste modo, não só o extremo, como também, os médios iniciam a pressão ao portador da bola, e além disso, o avançado Júnior Moraes também colabora nas tarefas defensivas. Posteriormente, e tendo recuperado a posse bola de bola, a equipa do Shakhtar transita de duas formas preferenciais, isto é, ora avança em contra-ataque rápido, ora opta por sair em ataque posicional.
Ao comando técnico do Shakhtar Donetsk, o treinador quer utilizar tanto o posicionamento defensivo como o ofensivo de forma bem estruturada e organizada. Em suma, as modificações táticas do recente treinador tem tido efeito e progressão nos encontros realizados, e desta forma, tanto a ocupação do primeiro lugar na tabela classificativa, como também a qualificação para os oitavos de final da UEFA Europa League agrada bastante aos adeptos ucranianos e a direção do clube. Mas será que a conexão entre o treinador e a equipa podem levar o Português a grandes êxitos em ambas as competições?