“Underrated” ou simplesmente “esquecíveis”? – Michu

Pedro AfonsoJaneiro 26, 20213min0

“Underrated” ou simplesmente “esquecíveis”? – Michu

Pedro AfonsoJaneiro 26, 20213min0
Nesta rubrica do FairPlay, trazemos-lhe alguns dos jogadores que a História do Futebol "esqueceu". Simplesmente "underrated" ou "esquecíveis", estes jogadores marcaram uma era do futebol. Hoje, trazemos-lhe Michu.

O FairPlay pauta-se pelo fomento da discussão e troca de ideias de forma saudável e sustentável. É com este espírito que incluímos na nossa rubrica o fenómeno “estranho” espanhol, Michu. Uma lenda, principalmente junto dos aficionados do Football Manager, o avançado espanhol chegou ao “topo do Mundo” na época 2012/2013, para não mais se encontrar. Qual era, afinal, a real valia deste avançado?

Nascido em 1986 em Oviedo, o avançado asturiano deu os seus primeiros passos no clube da sua terra. Um avançado possante, rapidamente se foi afirmando no seu clube, somando aparições constantes na equipa principal desde 2003 até à sua saída para o Celta de Vigo, em 2007, onde começaria na equipa B e acabaria por ser chamado à equipa principal no mesmo ano.

Começou e terminou no clube do seu coração (Fonte: Trivela)

Foi no clube galego onde começou a granjear alguma fama e notoriedade no panorama futebolístico espanhol, tendo as suas exibições chamado à atenção do Rayo Vallecano na época de 2011/2012, que o acabaria por contratar a custo zero. E na sua única época na La Liga foi capaz de marcar 15 golos (a sua marca mais elevada até à data) e sendo parte integrante na manutenção do clube de Madrid.

Estas exibições não passaram despercebidas ao Swansea City, equipa da Premier League que havia acabado de perder Gylfi Sigurdsson e necessitava de um falso 9, um segundo avançado, que enquadrasse na sua estrutura de 4-2-3-1. Mas rapidamente Michu se assumiu como avançado e acabou por marcar 18 golos na sua época de estreia e contribuído para uma época de sonho do clube galês, que acabaria por vencer a EFL Cup (atualmente conhecida por Carabao Cup). O ano de 2013 seria o pináculo da carreira de Michu, culminando com a sua chamada à Seleção Nacional de Espanha, realizando a sua primeira e única internacionalização.

Contudo, esta seria a última temporada em que Michu se assumiria como um avançado de qualidade, com os seus números a baixarem consideravelmente e as lesões a fustigarem o jogador asturiano. Um empréstimo ao Nápoles surgiria em 2014, mas sem nenhum resultado de relevo, tendo apenas participado em 6 jogos. Acabaria por ser dispensado pelo Swansea em Novembro de 2015.

E a partir deste momento, Michu não mais voltaria ao topo do futebol. Após a saída do clube galês, juntou-se ao UP Langreo e regressaria ao Oviedo em 2016, num total de apenas 11 golos entre 2014 e 2017. Ciente do seu declínio enquanto jogador, retirou-se dos relvados em 2017, com apenas 31 anos.

Mas então o que torna Michu um nome com relevância nos anais do futebol? Bom, em primeiro lugar, a sua ascensão até à melhor Liga do mundo, onde foi capaz de surpreender tudo e todos com golos de enorme qualidade e um estilo que fazia lembrar Van Nistelrooy. Para além disso, a sua relação com o Oviedo, a sua paixão, manteve-se ao longo de toda a sua carreira, tendo, em 2012, sido responsável pela “salvação” do clube ao comprar ações e contribuindo para evitar a sua falência.

Haaland refere-o como um ídolo. (Fonte: MaisFutebol)

Michu foi um dos muitos “one-trick pony” da Premier League, fazendo lembrar jogadores como Benteke, Benjani, Darron Gibson, Stewart Downing, entre muitos outros. O espanhol não foi underrated, simplesmente é um jogador “esquecível”.


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