Os últimos jogadores de rua: Ousmane Dembélé
O melhor extremo puro do futebol mundial, segundo o primordial Xavi Hernández! Ousmane Dembélé é principalmente conhecido por duas características: ser propicio a lesões e dotado de uma capacidade técnica ímpar. Comparando com outros atletas de capazes de inventar fintas do nada, o francês é jogador que o consegue fazer com maior velocidade. Olhando à história do desporto rei, há poucos que se equiparam à velocidade de finta de Dembélé.
Nascido na Normandia, filho de imigrantes africanos, enquanto pessoa Dembélé é uma mistura de várias culturas (mãe da Mauritânia e pai do Mali). Porem, paradoxalmente, dentro das quatro linhas, o francês tem apenas uma ‘personalidade’. Ser um jogador de linha capaz de desmontar defesas e desbloquear partidas devido às suas qualidades.
Se foi na região de Vernon, uma comuna francesa, que nasceu a pessoa por trás do jogador. É em Rennes que nasce o jogador à frente da pessoa. Desde muito cedo que a academia do clube francês soube que tinha uma gema à sua disposição. Foi uma questão de tempo até vários clubes começarem a reparar no mesmo. Após seis anos no Staide Rennais FC, jogou apenas 29 partidas na equipa principal, antes do Borussia Dortmund.
Na Alemanha, num plantel que lhe deu liberdade para expor toda a sua magia, às ordens de Thomas Tuchel, fez a melhor temporada da sua carreira. Talvez tenha sido esse o problema. No verão de 2017 muda-se para o Barcelona FC por 135 milhões de euros, numa transferência que acabou por enganar tanto o clube como o jogador. Se os blaugrana afundaram-se numa crise económica, que se perdura até hoje, Dembélé perdeu muito da sua personalidade enquanto jogador e foi traído pelo seu próprio corpo, contraindo uma enorme quantidade de lesões. O estilo de jogo dos culés simplesmente apaga as melhores qualidades do gaulês.
Foi preciso esperar somente um mês desde a sua chega à Catalunha para sofrer uma lesão na coxa, que o assombra até aos dias de hoje. No Barcelona perdeu mais de 100 partidas devido a complicações físicas. Ainda assim, não perdeu a velocidade de explosão, mudança de direção e drible que fazem de si um dos atletas mais prazerosos de ver com uma bola nos pés. As qualidades são natas e não trabalhadas, apenas aperfeiçoadas.
Todo o tempo sem jogar acaba por criar um estranho fenómeno em torno de Dembélé. O extremo tem 26 anos, mas, na cabeça dos adeptos do futebol, parece ter muito menos. Talvez seja preciso ver Dembélé a realizar grandes fintas nos melhores palcos do mundo, para se estabelecer enquanto um dos melhores atletas da sua geração. Simplesmente, não tem sido constante. Inclusive, foi Campeão do Mundo com a França, em 2018, mas jogou somente 95 minutos, divididos entre três partidas. Apenas uma enquanto titular.
A passagem por Barcelona foi longe de perfeita e Dembélé também o sentiu. Depois de seis anos na Catalunha, onde venceu três La Ligas, duas Taças do Rei e duas Supertaças espanholas, regressa à sua França, por 50 milhões de euros, este verão transato e assume a camisola 10 do Paris Saint-Germain FC. Agora, é no Parques dos Príncipes que procura levar os adeptos à loucura com dribles estonteantes. Esta época vai apresentar muitas respostas na carreira do atleta.