Onde é que anda o flop: Freddy Adu, o Pelé Americano
Freddy Adu despontou muito precocemente nos Estados Unidos da América. Contudo, na sua primeira experiência na Europa, não foi bem sucedido, tendo sido emprestado variadíssimas vezes. Desde os primeiros tempos na América, para os tempos em Portugal e os vários clubes por onde passou, o Fair Play traz-lhe mais um flop.
De onde veio e quem foi no Benfica?
Freddy Adu, ganense de nascença, mas naturalizado americano vestiu a camisola do Benfica por apenas uma época. Foi no DC United onde surgiu e onde começou a dar nas vistas. Munido de um drible e técnica fenomenais, chegou a ser apelidado de “Pelé Americano”. Chegou a ser incluído numa troca de jogadores para o Real Salt Lake antes de dar o salto para o Velho Continente, mas foi mesmo em Washington que foi mais elogiado.
Chegou ao Benfica já com esse rótulo, pela quantia de 1,5 milhão de euros, mas ainda com 19 anos. E essa é uma das causas para o seu falhanço. A pressão imposta ao jogador para que atingisse o potencial outrora demonstrado era demasiada e o próprio jogador sentiu isso, afirmando numa entrevista, mais recentemente: “Tenho apenas 27 anos. Tive momentos complicados na carreira, mas também tive momentos fantásticos. Não fui eu que escolhi ser comparado com Pelé, nem ter essa pressão sobre mim.”
Adu, chegou, então já com essa fama e a verdade é que ainda realizou 21 jogos na temporada 2007/2008. Não obstante, os escassos 5 golos, comprovaram que ainda não estava pronto para um patamar tão elevado e que já o tinham colocado em algo onde não pertencia.
Jogava tanto nas alas como atrás do avançado, Adu não convenceu nenhum dos 3 treinadores, por quem foi orientado nessa época, que por conseguinte, foi uma temporada bastante conturbada com todas estas mudanças no banco.
Ora, o jovem americano passou muitas dificuldades na Luz e até podia reclamar de mais oportunidades. Não que os 21 jogos não chegassem, mas que as peripécias internas no clube e a pressão a que foi submetido pediam que lhe dessem, pelo menos, mais um ano de águia ao peito.
Isso não aconteceu e foi, na época seguinte, emprestado ao Monaco, até ao verão de 2009, época marcada pela conquista do campeonato do Benfica. Também não convenceu, realizando apenas 11 jogos, sem ter marcado qualquer golo. Seguidamente, volta para Portugal e é emprestado ao Belenenses por 6 meses, até ao final do mesmo ano, continuando sem brilhar.
“Ano novo, vida nova” podia dizer, Freddy Adu, e bem que queria, mas não foi isso que aconteceu. Segue em mais um empréstimo, mas desta vez ao Aris Salónica da Grécia. Por lá fica um ano e no final de 2010, volta com 11 jogos e 2 golos no bolso. O resto da temporada 2010/2011 passa na Turquia, no Rizespor, clube que milita(va) na 2ª Liga Turca.
E é aqui, que depois de tanta descrição de empréstimos que temos que fazer um ponto de situação. Como é que o, em tempos apelidado de “Pelé Americano” foi parar ao 2º escalão turco?
Se acima poderíamos afirmar que o extremo merecia mais um ano na Luz, com estas informações, já fica difícil defender o jogador. A verdade é que em 4 anos (2007 até 2011) teve sempre a mudar de país, cultura e clube e isso para um jovem jogador nem sempre é positivo. No entanto, apesar de essa poder ser uma justificação para o fracasso do americano, as oportunidades foram dadas por vários, mas nenhum deles viu o que outrora viram. Já estaríamos a pensar que seria demais.
A vida depois do Benfica, em definitivo…
De referir que, pelo meio de todos estes empréstimos, Adu era um jogador assíduo nas camadas jovens da seleção americana, sendo que era aí onde se destacava mais.
Em agosto de 2011, sai a custo zero para o Philadelphia Union, sem ter deixado a sua marca nos encarnados, deixando até a sensação de que poderia dar mais, tendo em conta o quão bem vinha referenciado.
E este terá sido o auge da sua carreira até agora, já que ainda lhe restam alguns bons anos de futebol. Em Philadelphia, em pouco mais de ano e meio realizou 41 jogos e marcou 10 golos. Não é algo merecedor de uma Bola de Ouro, mas é melhor do que o que tinha feito até à altura. Podemos, então, afirmar que, quando voltou para “casa” jogou melhor e isso é preponderante em jogadores jovens, que nesta situação sentem-se mais seguros e confiantes.
Porém, em março de 2013 é emprestado pelo clube americano ao Bahia, do Brasil, até novembro do corrente. Numa movimentação um pouco insólita (talvez quisesse mostrar-se a Pelé) Freddy Adu teima em não convencer e o impensável acontece. O ponto de situação que agora fazemos, parece pior do que o anterior.
O jogador, na altura com 24 anos, fica sem clube. Pois bem, algo chocante e inesperado acontece, mas em julho de 2014, o americano volta a ação!! Para o FK Jagodina da Sérvia… entre o desespero e a curiosidade por novas culturas, resta-nos dizer que a carreira do jogador foi um pouco mal gerida. Em poucos anos passa de bestial a besta, uma grande carreira passa-lhe ao lado, sem que alguém o acompanhe para orientá-lo.
Isto porque fica 5 meses na Sérvia, cumprindo apenas 1 jogo oficial. Mais uma aparente má decisão, que prejudica o jogador. Em março de 2015 volta à ação para o KuPS da Finlândia (ficam a faltar-nos as palavras, Freddy). 8 jogos e 2 golos, contabilizou até ao verão do mesmo ano.
Ainda no ativo, com a esperança de sempre
A carreira de Freddy Adu é tudo menos o que um jovem jogador bem referenciado quer. Falhou no seu primeiro grande teste, mas podia ter força de vontade e ter superado tudo para conseguir atingir o seu verdadeiro potencial, mas não foi isso que aconteceu.
Segue para a Florida, para os Tampa Bay Rowdies, onde em 1 ano e meio, contribui com 13 jogos e 0 golos. Mais um teste falhado por parte do extremo americano que tanto prometia com dribles e fintas.
Está, agora, aos 28 anos, nos Las Vegas Lights, um clube recém formado, a começar algo do zero, algo que Adu também poderia querer fazer. Ainda tem largos anos pela frente, para mostrar o que prometeu, mas várias coisas vão ter que mudar já que até agora, tudo tem corrido mal.
Talvez a falta de compromisso, empenho e dedicação possam ter contribuído para todos estes falhanços, mas a verdade é que o americano pode ser considerado um flop por ter sido tão bem referenciado e por ter falhado tão redondamente, já que se mostrou tanta qualidade antes, os atributos não podem ter desaparecido. Posto isto, apenas a “cabeça” pode ter falhado.
Com pouco a acrescentar, mencionar que Adu é um excelente exemplo de um flop pelo que dissemos anteriormente. Um jogador de quem se esperava tanto e que tinha provado tanto, não pode descer tão baixo na sua carreira como desceu.
Freddy Adu é um jogador caricato. Tinha potencial para ser dos melhores da sua posição na Europa, mas por certas circunstâncias isso não aconteceu, mas muito por sua culpa, que depois de tantas mudanças, já não podemos perdoar, e até certo ponto, começamos a duvidar dessas mesmas mudanças e oportunidades.
Resta dizer que, o jogador não aproveitou como deveria as oportunidades que lhe deram, e juntamente com o referido anteriormente, faz dele um flop.