FP Scouting – Martim Maia (Rio Ave FC)
Em mais um artigo da parceira Fair Play – Talent Spy, analisamos mais um jovem com bastante potencial. É ele, Martim Maia, médio-centro dos sub-23 do Rio Ave.
O jovem natural da Maia, chegou a jogar pelo FC Porto, ainda em idade infantil, mas mudou-se para o Leixões no ano imediato, onde fez praticamente o resto da sua formação juvenil. Nos últimos 3 anos da sua formação, segue para o Rio Ave, onde, hoje, com 20 anos, ainda se mantém e mostra-se ser um jovem com grande valor.
Martim Maia é um médio que tanto pode jogar à frente da defesa, como médio mais central. Nesta temporada, ao serviço dos sub-23 dos vilacondenses que actuam na recém-formada Liga Revelação, tem se apresentado como médio-centro.
Esta nova competição tem servido como “montra” para a ascensão de alguns jovens jogadores, ao exemplo do que se passou com Miguel Luís do Sporting Clube de Portugal.
Martim, é um médio com imensa qualidade na precisão do passe e conta já com várias assistências de destaque. Esta é uma das suas características principais e que elevam Martim Maia a gestor de jogo dos vilacondenses.
É, de facto, a qualidade técnica que apresenta em campo que o faz sobressair. Contudo, existem alguns pormenores a nível tático de realçar, no médio nortenho.
Para que um passe seja bem executado, é necessária uma boa visão de jogo e o médio é um jogador que joga com a cabeça levantada e sabe onde, quando e como colocar a bola nos seus companheiros.
Na construção de jogo, auxilia o eixo-defensivo com excelência, oferecendo várias linhas de passe, sendo ele, muitas vezes, o elo de ligação entre a defesa e o ataque.
Principalmente nestes momentos do jogo, aparenta ser um jogador muito concentrado que sabe cumprir com o seu papel a muito bom nível.
Não obstante, ainda precisa de melhorar em alguns parâmetros, alguns que precisam de ser revistos futuramente.
Podemos observar, muitas vezes, a chegar-se à frente e a entrar em zonas de finalização, a arriscar e a conduzir a bola (outro ponto em que se destaca) por entre os defesas. Porém, quando perde a bola a sua reação à perda da mesma, deixa a desejar, o que faz com que a equipa fique descompensada. É necessário que tenha noções importantes na reposição em campo e de voltar a colocar-se em jogo, invés de não ter qualquer reacção à perda do esférico.
Seja pelo ar ou pelo chão, o médio, ganha muito poucas disputas de bola, podendo o adversário aproveitar-se disso, sendo estes duelos físicos um dos seus pontos fracos e que criam algumas desvantagens no terreno de jogo.
Posto isto, podemos referir que não é um jogador completo, o que, por vezes, é um requisito para os médio-centros.
O jogador de 20 anos, peca por precisar de ter alguém a seu lado que o complemente. Um outro tipo de médio, mais de contenção, que ganhe as bolas e os duelos físicos de modo a deixar para Martim Maia o trabalho de condução e gestão de jogo.
Nesta que é a sua 2ª época como sénior, pode ser entendida como decisiva para o salto final. Aparenta ter o lugar garantido, numa equipa do Rio Ave que está a fazer uma (muito) interessante Liga Revelação com excelentes golos, boas assistências e uma inteligência com a bola nos pés.
Com 20 anos é agora que deve dar o salto e procurar palcos maiores. A emigração é uma hipótese, mas a equipa principal está a um pequeno (já foi inclusive chamado aos trabalhos da formação liderada por José Gomes) e apenas por falta de interesse do próprio clube é que não chegará lá.
Sendo assim, Martim Maia, deveria apontar, primeiramente, à equipa principal do Rio Ave FC, contudo uma saída por empréstimo à Ledman LigaPro poderá ser positiva.
BOAS OPÇÕES PARA…
Rio Ave FC – Uma boa hipótese para ambas as hipóteses. O Rio Ave asseguraria um jogador sem qualquer custo, que veio da sua formação e Martim Maia, mantinha-se no mesmo contexto, com poucas necessidades de adaptação. Importante referir também que, o médio de 20 anos encaixaria muito bem ao lado do capitão do Rio Ave, Tarantini. Para além da experiência, o médio de 35 anos conseguiria complementar as falhas de Martim, com as suas qualidades.
Cova da Piedade FC – A formação da Margem Sul tem um plantel interessante, recheado de experiência (Miguel Rosa e Bruno Pereireinha) e a inclusão de um jogador como Martim Maia poderia ajudar a montar o ataque do Cova da Piedade. Há lugar para o jovem vila-condense no plantel e seria um lugar perfeito para crescer.
Académico de Viseu FC – A formação treinada por Manuel Cajuda tem diversos médios de qualidade, mas necessita de um condutor de jogo jovem e que tenha um pé ardil para criar problemas nas roturas defensivas. Seria um complemento interessante a Fernando Ferreira e Latyr Fall, dando outra dimensão ao jogo dos viseenses.