Stranger Rules: Não há luz? A NHL apaga o jogo da existência!
Todos já vimos jogos de um qualquer desporto que foi interrompido por qualquer motivo alheio ao jogo. Condições atmosféricas agressivas e falhas energéticas costumam estar no topo da lista e nesta história na NHL não é diferente. A diferença é dar origem a mais uma Stranger Rule.
Comecemos pelo jogo em si. Estávamos nas Finais da Stanley Cup da NHL, a decisão do campeão da Liga norte-americana de hóquei no gelo. Os Edmonton Oilers tinham vencido os 3 primeiros jogos contra os Boston Bruins e procuravam garantir o título já no quarto jogo. O jogo era em Boston e por isso os Bruins tentavam recuperar da desvantagem.
A certa altura a equipa da casa está a vencer por 3-2 e os Oilers marcam o golo do empate. Imediatamente a seguir a luz no pavilhão vai abaixo. As equipas são mandadas para os balneários enquanto se tenta resolver a situação. Quando ficou patente que o problema não iria ficar resolvido nesse dia o jogo teria de ser adiado. Felizmente a NHL tinha uma regra para situações como esta.
A regra e o que ela causou
A regra da NHL resolveu o problema rapidamente, mas de forma pouco ortodoxa e… estranha. Como o jogo não foi terminado foi adiado para o fim da série, caso fosse necessário. Ou seja, o jogo 4 passou a ser o jogo 7 e os restantes jogos avançam um lugar. Apesar disso os jogos mantêm a mesma designação e a mesma localização.
Com esta regra estranha, a série seguiu 3-0 para o jogo 5 (sim, é confuso) em Edmonton. A equipa da casa ganhou esse jogo e sagrou-se, assim, vencedora da Stanley Cup de 1988. Curiosamente esse foi o quarto título da equipa em 5 anos e a última época de Wayne Gretzky na equipa.
Esta vitória fez com que o jogo 4 nunca se realizasse e, por isso, acabou apagado da história. A série acabou 4-0 em 5 jogos e o jogo 4 nunca existiu.
Um recorde batido num jogo que não existiu
Caso o jogo 4 fosse necessário no final da série, o jogo começaria de novo por isso aquele 3-3, aquele jogo, foi mesmo apagado da história. Ainda assim, é possível deter-se um recorde num jogo que não aconteceu.
Apesar deste apagar do jogo, as estatísticas individuais mantiveram-se. Os golos entraram para a contagem individual e Glenn Anderson bateu oficialmente o recorde de golo mais rápido da história das Finais nesse jogo. O jogador dos Oilers marcou aos 10 segundos de jogo e, mesmo com o jogo apagado, manteve o recorde.
Anderson marcou assim o golo mais rápido das Finais, num jogo fantasma que deixou de existir. A NHL teve sorte porque a sua regra acabou por não interferir muito no resultado final. O jogo estava empatado e os Oilers já venciam a série por 3-0. Talvez os Bruins ganhassem esse jogo em casa e adiassem a festa para o jogo 5 no Canadá. Com a regra aplicada, foi exatamente isso que aconteceu, a festa foi mesmo adiada para o jogo 5 no Canadá. Sim, vai ser sempre confuso…