“Cromos” lendários: Jorge “Mágico” González e Michael Owen

Pedro PereiraJaneiro 21, 20243min0

“Cromos” lendários: Jorge “Mágico” González e Michael Owen

Pedro PereiraJaneiro 21, 20243min0
Michael Owen e "Magico" Gonzalez marcaram uma era nas suas equipas e merecem ser colados na Caderneta dos Cromos de Pedro Pereira

Duas histórias de dois “cromos” que tiveram muito valor para o El Salvador e Inglaterra, marcando o futebol com muita força como conto aqui. Michael Owen e Jorge González sobem ao palco!

FELIZ COM POUCO QUE ERA MUITO

Foi um dos maiores românticos do futebol mundial. Uma alma humilde, com um coração tão grande quanto o seu talento. Apaixonado pela vida e pelos prazeres que ela oferece. Um boémio irreverente que se tornou no melhor jogador salvadorenho de todos os tempos. Foi Deus, mas preferiu não subir até ao olimpo do Futebol. Cromo Único. Mágico Gonzalez O Mágico, com a sua carreira, não nos ofereceu simplesmente momentos mágicos dentro de campo. Ensinou-nos que não existe pouca ambição. Existe sim um pleno autoconhecimento, capaz de tornar claro o que realmente é necessário para a felicidade de um mágico.

Poderia ter ido para o Barcelona, ter ganho muito mais dinheiro do que ganhou na sua carreira, ser muito mais famoso do que hoje é. Teria sido feliz? Possivelmente não. Gonzalez diz que cumpriu todos os sonhos que tinha enquanto jogador. Hoje, Mágico Gonzalez é taxista no seu país. Nesse mesmo país, o maior estádio tem o nome de Estádio Mágico Gonzalez. Um cromo genial, no futebol e na vida. “Eu admito, não sou nenhum santo. Adoro sair à noite e ir para festas, nem mesmo a minha mãe me consegue demover. Eu não gosto de ver o futebol como um trabalho. Se eu fizesse isso, não estaria a ser eu. Eu só jogo para me divertir”.

SUPER MICHAEL OWEN

Para mim é curioso recordar Michael Owen porque acredito que eu tenha formado uma opinião sobre ele completamente baseada nos últimos anos da sua carreira: pouco amigo do golo e pela sua forma física frágil, entregava pouco à equipa em várias formas de jogar seja em velocidade, destreza dentro de área, capaz de segurar. Enfim. Creio que era demasiado jovem para o apreciar convenientemente. Tem mais de 100 golos pelo Liverpool onde assinou contrato aos 17 anos. Aos 18 anos estava a marcar um golaço à Argentina no Mundial (este recordo) e a tornar-se no mais jovem inglês a jogar e a marcar pela seleção. Aos 22 (acabados de fazer) ganha a Bola de Ouro.

A última ganha por um jogador inglês. É incrível. Não podia mesmo ser aquilo que recordo dele dos tempos de Real Madrid, Newcastle e Manchester United. Mas o que não esqueço sobre Michael Owen são algumas histórias fora do campo.

Tipo isto:

– Quando jogava no Newcastle, levou algumas vezes o seu helicóptero para os treinos. O clube não tinha heliporto, então ele estacionava ao lado do estádio;

– É dono de um Racing Club de cavalos e já participou em algumas corridas. Creio que em corridas com causas beneficientes. Mas os seus cavalos participam em grandes corridas pelo Mundo inteiro;

– Numa entrevista ao The Guardian, perguntaram-lhe qual o último filme que tinha visto. Ele disse que não via filmes. Disse que tinha visto 5 em toda a sua vida;

– Até aos 37 anos nunca tinha tido uma conta bancária em seu nome.

Tem hoje 44 anos. Nunca tinha pago uma conta. Sempre foi a sua mãe. Eu acho isto muito louco


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