Do Vaticano ao San Lorenzo: a jornada futebolística do Papa Francisco
Torcedor do San Lorenzo e admirador da seleção argentina, o Papa Francisco mostrou que a fé e o futebol podem caminhar lado a lado, como te conto nas próximas linhas.
Torcedor do San Lorenzo
Vaticano – A morte do Papa Francisco, anunciada nesta semana, encerra a trajetória de um dos pontificados mais marcantes da história recente. Mas além de seu papel como líder espiritual da Igreja Católica, Jorge Mario Bergoglio também será lembrado por sua paixão inabalável pelo futebol — especialmente pelo seu clube de coração, o San Lorenzo de Almagro.
Torcedor fiel desde a juventude, Francisco nunca escondeu seu amor pelo San Lorenzo. Em 2014, já como pontífice, recebeu no Vaticano a delegação do clube após a histórica conquista da Copa Libertadores da América. Em um encontro repleto de emoção, o Papa parabenizou os jogadores e destacou a importância do esporte como instrumento de união e superação.
O San Lorenzo enviou uma camisa para o pontífice após o seu anúncio como Papa, em 13 de março de 2013, e até chegou a jogar uma partida com um uniforme em homenagem ao líder. Ele virou uma espécie de amuleto da sorte do San Lorenzo logo após se tornar Papa Francisco.
O time de Almagro, que era o único grande argentino à época sem libertadores, coincidência ou não ganhou a sua primeira Copa, após o conclave do Papa Francisco.
Circulam nas redes sociais publicações que apontam que a hora da morte do papa Francisco, aos 88 anos, ocorreu às 2h35 pelo horário argentino e que esses números coincidem com os dígitos finais de sua credencial como sócio do clube San Lorenzo: 88235.
Seleção Argentina
A ligação do Papa com o futebol se estendia também à seleção argentina. Discreto em manifestações públicas sobre esportes, Francisco acompanhou de perto a campanha vitoriosa da Argentina na Copa do Mundo de 2022, no Catar. Segundo fontes próximas, a conquista emocionou profundamente o pontífice, que via no futebol um reflexo dos valores de fraternidade, esforço coletivo e esperança que tanto pregava.
O meia argentino Papu Gomez teve a sua camisa abençoada pelo Papa Francisco na véspera da final da Copa do Mundo. E não é que deu sorte… A conquista da seleção de Messi nos pênaltis, após empate em 3 a 3 no tempo normal, também corou pela primeira vez um Papa campeão do mundo. Curiosamente, o Papa Francisco não assistiu a final da copa, pois estava reunindo com cinco pilotos da AlItalia (Companhia aérea italiana) e suas esposas.
Coincidência ?
Curiosamente, a morte de Francisco também reacende uma antiga superstição do futebol italiano: a de que o modesto Avellino sobe de divisão sempre que um Papa morre. Embora seja apenas uma coincidência folclórica, a história ilustra a profunda interseção entre futebol e fé no imaginário popular.
Em vida, Papa Francisco demonstrou que a paixão pelo futebol pode caminhar lado a lado com a fé e a responsabilidade. Seu legado permanece como exemplo de simplicidade, alegria e identificação com as expressões mais autênticas da cultura popular.