“Cromos” no banco de suplentes: Pep Guardiola e Ricardo La Volpe
Dois treinadores com uma carreira longa e de reformas dentro dos campos, Ricardo La Volpe e Pep Guardiola são relembrados pela Caderneta dos Cromos com muito carinho, com duas histórias interessantes e que valem a pena seguir com atenção!
RICARDO LA VOLPE, UMA RAPOSTA DOS CAMPOS
Treinador argentino que se destacou no México. Este já usava um sistema de 5 defesas desde os anos 80. Desde essa altura que saía sempre por trás, puxando o trinco para encaixar entre os centrais e sair a 3. É conhecido no mundo do futebol como La Salida Lavolpiana. Revolucionou a forma de muitos jogadores encararem o seu jogo. Guardiola tem muito de La Volpe. Já nos anos 2000, La Volpe foi a Barcelona assistir uma palestra dada por Guardiola. 200 dólares era o preço do bilhete. No final, pediu o dinheiro de volta e disse publicamente que tudo o que Guardiola tinha dito naquela palestra, ele já sabia de cor há muitos anos. Pronto. Já perceberam que também é maluco. Afinal de contas, foi guarda redes. Campeão mundial em 1978. O melhor é mesmo ouvirem o episódio. Abraço e boa semana!
PEP GUARDIOLA E A PAIXÃO PELO CLUBE
Em 1998, no final de um Barcelona – Oviedo, um jogador vai ao balneário da equipa adversária para dizer ao treinador dessa equipa que adora a forma como sempre coloca as suas equipas a jogar e pergunta se pode ser amigo dele. Foi o que Guardiola fez a Juan Manuel Lillo. Desde essa data que Pep encara Lillo como um mentor e amigo. De tal forma que, já no final da carreira, Guardiola vai jogar para os Dorados de Sinaloa, clube da cidade de Culiacán. Depois de dois anos na liga milionária do Qatar, Guardiola decide jogar num clube de meio da tabela para baixo do México. Porquê? Juan Manuel Lillo era o treinador. As condições do clube eram pobres. Financeiramente, foi o ordenado mais baixo que Guardiola recebeu enquanto profissional. A certa altura, o clube ficou mesmo a dever ordenados à equipa, facto que deixou o grupo e funcionários do clube muito insatisfeitos e que chegou mesmo a levar a protesto coletivo.
Guardiola, solidário, juntou-se ao grupo. Nesse momento menos feliz do clube, Guardiola chegava mesmo a entregar vários envelopes com muito dinheiro (3000 pesos em 2006) para que fosse distribuído pelos funcionários que menos recebiam no clube. Era comum levar os seus colegas de equipa para jantar e chegava-se sempre à frente para pagar a conta, lembra Bracamontes, proprietário do La Conicita del Medio. Por vezes, ia mesmo à cozinha deixar os pratos, no final da refeição. Passava algum do seu tempo livre no Café Miró a ler e a trocar livros com o dono deste restaurante. Certo dia, confidenciou-lhe que o seu sonho era ser treinador de jovens na cantera do Barcelona. 2022 e Guardiola é o melhor treinador do Mundo. E Juan Manuel Lillo, o seu mentor, continua a seu lado. É o seu treinador adjunto no Manchester City