“Cromos” da Ginga: Dener e Garrincha
Dener e Garrincha, dois “Cromos” da Ginga brasileira e que deslumbraram audiências, são hoje relembrados pela Caderneta dos Cromos, merecendo a vossa atenção!
DENER: PREDESTINADO QUE FOI CEDO DEMAIS
Dener morreu com 23 anos num acidente de carro no Rio de Janeiro. Tinha ido passar o fim de semana com a família e estava a voltar para casa, numa altura que jogava no Vasco da Gama. Dias antes, tinha estado reunido com a direção do Stuttgart que estava desejoso de juntar Dener e Dunga no seu plantel.
Dener prometia muito. E, apesar da carreira curta, deu muito ao futebol. Era a representação perfeita de um jogador brasileiro. Onde ele jogava, a relva era alta, baixa, com buracos, com toupeiras. Os vídeos não enganam: fintar com a bola a saltitar constantemente, parecendo um autêntico campo de areia de Copacabana, só mesmo para os predestinados. Só mesmo o Dener. Fazia do ataque um salão de festas e ele tinha o batuque debaixo do braço. Os adeptos mais antigos da Portuguesa garantem que nunca foram desenhados golos tão bonitos quanto alguns do Dener. Graças ao Youtube, muitos adeptos de outros clubes chegam a compará-lo com Neymar.
Dener foi cromo raro. Faria hoje 52 anos.
GARRINCHA: O CRAQUE DE ARATY
Antes de o contratar, o Botafogo chamou Garrincha para ir treinar ao grande clube do Rio de Janeiro e fazer um teste. Garrincha chega ao estádio acompanhado por dois amigos da sua terra. Ele entra no relvado onde é recebido pelo treinador Gentil Cardoso. “Você é que é o craque do Araty?”. Garrincha encolheu os ombros, sem saber o que responder. Sem esperar resposta, Gentil entrega o rapaz ao seu adjunto para o integrar no treino que iria consistir num treino conjunto 11×11. O treinador adjunto do Botafogo, não conhecendo o jogador que estava à experiência, pergunta: “você joga de quê, meu filho?”, ao que Garrincha responde: “de chuteiras.”