À Conversa com Taylor Jensen o tricampeão mundial da WSL
Perante um período de confinamento praticamente em todo o mundo, conseguimos encontrar Tayler Jensen para tentarmos perceber o que vai na cabeça de um dos maiores nomes do longboard mundial, e como é o dia-a-dia de um atleta profissional de longboard, algo que em Portugal ainda estamos bem longe dessa realidade, infelizmente claro.
Temos muitos nomes que mereciam isso em Portugal mas o mercado nacional ainda não está configurado para tal, nomes como Luís Filipe Bento “Lufi”, o Manuel Mestre “Necas” que no passado fizeram muitas provas com capital investido do trabalho deles, mais recentemente temos vários atletas como João Dantas, Diogo Gonçalves, Bruno Grandela entre tantos outros que tentam entrar no panorama mundial mas ainda com dificuldades devido às crónicas debilidades que a modalidade tem em Portugal em termos de mercado e marcas.
Nome: Taylor Jensen
Idade: 36 anos
Local de: Oceanside, Califórnia
Residente: Oceanside, Califórnia e Nova Gales do Sul, Austrália.
Como achas que a World Surf League (WSL) está a trabalhar em relação ao longboard de competição em termos de estilos (progressivo versus clássico)?
TJ: eu penso que é bom que a WSL esteja a ver o valor e tenha definido para garantir outros mercados e outros atletas muito bons, e assim ser possível termos no lado do Longboard a WSL.
Contudo penso que estes critérios da WSL ainda têm alguns detalhes a serem afinados, porque o estilo e as pranchas diferem dos vários tipos de ondas, porque acho que os critérios devem reflectir as condições que o mar apresenta.
O Longboard está numa fase de crescimento no mundo, e tornou-se mais e mais diversificado, e isso é bom de se ver.
Tu és provavelmente um dos longboarders mais progressivos no mundo, quem são os teus ídolos?
Os meus ídolos são desde o início nomes como Miky Dora, Mike Doyle, Nat Young, Phill Edwards and Lance Carson. Mais tarde nos anos 90 são nomes como Bonga Perkings, Jeff Kramer, Kanoa Dahlin, Joel Tudor, Josh Baxter, Joey Hawkins, Israel Paskowitz e o Kevin Connelly.
Preferes Single fin ou Thruster (Trifin)?
Tudo depende do surf, se estiver em Malibu com ondas de meio metro aí prefiro single fin. Se apanhar metro a metro e meio em fundos de areia aí vou preferir uma thruster. Acho que é menos em preferir determinada prancha, mas escolher a prancha certa para o que o dia oferece, depende.
Quais as melhores ondas para longboard?
As ondas e a abordagem depende do estado do mar, para as ondas mais pequenas prefiro Singlefin, para ondas mais rápidas é melhor a utilização de pranchas mais versáteis e mais modernas.
Já estiveste em Portugal no passado, o que sabes da “nossa” cultura de surf e do nosso nível de performance?
Já foi há algum tempo que estive em Portugal, penso que estive durante os ISA Games que decorreram em 1998 na Costa da Caparica. Portugal é um pais incrível, muitas ondas boas, óptima comida e algumas das pessoas mais simpáticas que conheci até hoje.
Vocês (portugueses) têm uma costa incrível que oferece uma panóplia de ondas em diferentes tipos de fundos.
Como vai ser o regresso à competição depois deste cenário da pandemia?
Isso é uma pergunta difícil de responder. Acho que vai ser complicado de realizar provas internacionais, pelo menos até termos o mundo munido de vacinas e viagens abertas. Isso ainda pode demorar alguns meses ou até anos. Eu gostei muito da edição deste ano da Triple Crown of Surfing (evento no Havaí) ter sido online. Penso que esses formatos podem ter um grande futuro.
Isto se eles (juízes da WSL) conseguirem avaliar diariamente e criarem status diários durante todo o período de espera do evento. Acho que seria fantástico competir nesses formatos e ver como seria o resultado final. Espero que esses evento façam parte do “Novo Normal”. Porque permitirá que todos, mesmo o que ainda não conseguem viajar devido a restrições ou outras dificuldades, e assim enviavam clips de filme para entrarem todos nas melhores condições, e desta forma iria ser avaliados em cada surfista ser avaliado nas suas condições preferidas. Isto ia ser um bom formato para ser feito.
Aloha a todos, e #StaySafe