Arquivo de Roland Garros - Página 3 de 3 - Fair Play

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André Dias PereiraJunho 11, 20183min0

Sem surpresa. Rafael Nadal confirmou o favoritismo que lhe era atribuído e venceu pela 11ª vez Roland Garros. O espanhol não deu hipóteses a Dominic Thiem, que jogou pela primeira vez uma final de Grand Slam: 6-4, 6-3 e 6-2.

O legado do espanhol na terra batida caminha para números estratosféricos, mesmo para as próximas gerações. Em treze participações, Nadal tem apenas duas derrotas e ambas se explicam por lesão. A primeira, em 2009, diante Robin Sodering e a outra, em 2015, frente a Novak Djokovic. A percentagem de vitórias é de impressionantes 98%. São 86 triunfos em 88 jogos. E por falar em números, Rafa venceu 256 de 281 sets (91%). Agora com onze títulos, Nadal deixa ainda mais para trás Bjorn Borg, antigo recordista, com seis troféus.

A edição de 2018 foi mais um passeio do espanhol, que só perdeu um set em todo o torneio. Foi contra Diego Schwartzman, nos quartos de final. O número dois argentino perdeu por  4-6, 6-3, 6-2 e 6-2, num jogo que acabou interrompido pela chuva.

E nem Dominic Thiem conseguiu contrariar a força do número um mundial. O austríaco foi responsável, aliás, por uma das últimas derrotas do maiorquino na terra batida. Aconteceu o ano passado em Roma. Só que desta vez o melhor que conseguiu foi quebrar o jogo de serviço do espanhol no terceiro jogo. O problema é que foi acumulando erros que, contra Nadal, são fatais.

A sensação Marco Cecchinato

É preciso, contudo, realçar o percurso de Thiem. O austriaco atingiu a sua primeira final, depois de três meias-finais. Frente a Marco Cecchinato, Thiem confirmou o seu favoritismo: 7-5, 7-6 e 6-1. O italiano foi, de resto, a grande sensação do torneio. Número 72 do mundo, atingiu pela primeira vez as meias-finais de um Major. Para trás deixou Novak Djokovic, David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.

Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Pior estiveram Kei Nishikori, eliminado nos quartos de final, e, sobretudo, Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural.

Juan Martins Del Potro, um dos melhores do ano, não tem na terra batida o seu piso proferencial. Ainda assim, o campeão de Indian Wells, chegou às meias-finais, onde foi eliminado por Nadal: 6-4, 6-1 e 6-2.

Com Roland Garros, termina a temporada de terra batida. Como esperado, Nadal sai com a liderança mundial reforçada. Contudo, na relva, poderá voltar a ter em Roger Federer a maior ameaça. O suíço falhou toda a temporada da terra batida, repetindo a fórmula de sucesso do ano passado. Quem chegará em melhores condições a Wimbledon? Federer, deverá regressar em Halle.

Nadal conquistou assim o seu 11º Roland Garros

 

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André Dias PereiraJunho 6, 20184min0

Roland Garros está a chegar às meias-finais e a pergunta mantém-se. Quem pode travar Rafa Nadal de vencer pela 11ª vez Roland Garros? Se o espanhol já era o grande favorito à vitória, à medida que o torneio se encaminha para o final, poucos apostam contra o maiorquino.

Nadal jogará o acesso às meias-finais contra David Schwartzman. O argentino, vencedor do Rio Open, é 11º mundial e atravessa um bom momento. A vitória contra Borna Coric (7-5, 6-3 e 6-3) e Kevin Anderson (1-6, 2-6, 7-5, 7-6 e 6-2) são exemplos disso. Contudo, a história diz que Nadal venceu os dez encontros com o argentino. O último dos quais no Masters 1000 de Madrid (6-3 e 6-4).

Nadal vem de uma vitória sobre Maximilian Martener (6-3, 6-2 e 7-6), uma das sensações do torneio. O alemão, 22 anos, vive na sombra de Alexander Zverev. Número 70 mundial chegou aos oitavos de final com pouco alarido. Para trás deixou Jurgen Zopp, Denis Shapovalov e Ryan Harrison. Esta foi a terceira vez que jogou no quadro principal de um Grand Slam. As outras foram no US Open 2017 e Australian Open, no início deste ano.

Se confirmar o favoritismo contra Schwartzman, Nadal jogará com o vencedor do jogo entre Marin Cilic e Del Potro. Uma partida sem favoritos entre os números três e cinco mundiais. O argentino, contudo, lidera por 10-2 no confronto directo. De resto, é preciso recuar até 2005 para encontrar dois argentinos nos quartos de final do Major de Paris: Guillermo Cañas e Mariano Puerta.

Thiem na terceira meia-final

Thiem joga pela terceira vez as meias-finais de um Grand Slam. Foto: AFP PHOTO /Christophe Simon

Quem já está nas meias-finais é Dominic Thiem e Marco Cecchinato. O austríaco alcançou a terceira meia-final consecutiva em Paris depois de vencer Alexander Zverev (6-4, 6-2 e 6-2). O alemão, número três mundial, conseguiu pela primeira vez chegar aos oitavos de final de um Grand Slam. Contudo, esperava-se um pouco mais do finalista vencido do ATP Roma. Zverev tem na terra batida um dos seus pontos mais fortes, mas vem sofrendo um desgaste físico que claramente o condicionou na partida com o austríaco. No segundo set precisou de enfaixar a perna esquerda, depois de pedir atendimento médico.

Thiem torna-se, assim, o austríaco que mais vezes chega a esta fase da competição, ultrapassando Thomas Muster, campeão em 1995. E o austríaco tem uma oportunidade de ouro de jogar a sua primeira final de Grand Slam Pela frente terá Marco Cecchinato. O italiano, 72 mundial, é a maior surpresa da prova. Para trás, Cecchinato deixou nada menos que Novak Djokovic (6-3, 7-6, 1-6 e 7-6). O sérvio tem vindo a crescer no circuito mas está longe da sua melhor forma. O mais baixo jogador (1,85 metros) do torneio desde Medvedev, em 1999, esteve suspenso por 18 meses por manipulação de resultados. Agora, obtém para já o melhor registo da sua história. O italiano afastou ainda David Goffin, Marco Trungelliti e Marius Copil.

As desilusões de Roland Garros

Apesar de ter caído nos oitavos de final não se pode dizer que a eliminação de Novak Djokovic tenha sido uma surpresa. O sérvio tem vindo a tentar recuperar a melhor forma e está ainda longe dos seu melhores tempos. Ainda assim, vai obtendo resultados em crescendo face ao registado no início deste ano. Talvez a grande desilusão, para já, seja mesmo Alexader Zverev. Apesar dos inéditos oitavos de final, a verdade é que se esperava mais do número 3 mundial, vencedor do Masters de Madrid, e que chegou a Paris confiante e como o grande adversário para Rafa Nadal.

Já o japonês Kei Nishikori mostrou ainda não ter argumentos para ultrapassar os quartos de final. Ainda assim é possível que em Wimbledon ou US Open tenhamos o nipónico ao nível que nos habituou. Pior estiveram Thomas Berdych, Stan Wawrinka e Jack Sock, todos eliminados na ronda inaugural. O calvário de Wawrinka parece não ter fim. Apesar de irmos a meio da época, ela parece já perdida.

Marin Cilic e Del Potro parecem ser os maiores entraves ao título mais que provável de Nadal. Thiem também pode ser um adversário duro, mas o espanhol continua sem perder qualquer set no torneio. A pergunta mantém-se. Quem poderá destronar o rei da terra batida?

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André Dias PereiraMaio 21, 20184min0

Rafa Nadal conquistou, este domingo, pela oitava vez o Masters de Roma. Uma conquista que recoloca o maiorquino como número um mundial na véspera de Roland Garros. O Toro Miura teve, contudo, que passar por momentos de aperto. É que Alexander Zverev, número 3 mundial, voltou a mostrar que pode ser um osso duro no Major francês.

Depois de vencer o Masters de Madrid, Zverev vendeu a cara a derrota para Nadal em Roma: 6-1, 1-6 e 6-3. O alemão tem feito valer a ideia de que a terra batida é o seu piso preferencial e pode ser o maior obstáculo de Nadal em Paris.

Em alguns momentos, Zverev conseguiu jogar de igual para igual com Nadal. Começou por surpreender quebrando o serviço ao espanhol logo no primeiro jogo da partida. Nadal, contudo, fez valer a sua experiência e variedade de jogo para se impor. No segundo set, Zverev impôs-se como poucos o fizeram frente a Nadal na terra batida. No terceiro set, o alemão chegou a estar a ganhar por 3-1, até a chuva interromper o jogo. E a partir daí tudo foi diferente. Nadal conseguiu virar para a vitória (6-3).

Nadal repete as vitórias de 2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2012 e 2013. O espanhol é o maior campeão da história da prova, que se joga desde 1930. De resto, Espanha tem dominado neste século o torneio de Roma. Desde 2000 que por 11 vezes o título foi para um tenista espanhol. Para além de Nadal, também Juan Carlos Ferrero (2001), Felix Matilla (2003) e Carlos Moya (2004) imperaram em Roma.

Já Alexander Zverev não conseguiu revalidar o título alcançado o ano passado. O alemão parte agora para Roland Garros com o objetivo de quebrar a malapata dos Grand Slam. É que apesar de todo o talento e ser número 3 mundial, o alemão tarda em se afirmar em Major. Na edição de 2017 de Roland Garros, por exemplo, caiu logo na ronda inaugural perante Fernando Verdasco.

Djokovic recupera, Nishikori e Wawrinka nem tanto

Depois de vencer em Madrid, Zverev foi finalista vencido em Roma. Foto: Risesportes.com.br

A edição desde ano do ATP Roma mostrou também a recuperação de Novak Djokovic e reafirmou a consistência de Marin Cilic. Depois das lesões e de resultados menos conseguidos, o sérvio caiu nas meias-finais perante Nadal: 7-6 e 6-3. Num jogo intenso e espectacular, Nolan mostrou que está finalmente em crescendo. Olhando para o seu percurso na terra batida desde o seu regresso, é, contudo, difícil antecipar o que pode fazer em Roland  Garros. Ainda assim, o ex-número 1 mundial é sempre um nome a considerar, embora passe a ideia de estar atrás, neste momento, de Zverev, Marin Cilic e, claro, Rafa Nadal.

E por falar em Cilic, o croata jogou, pela primeira vez, uma meia-final de um ATP 1000 de terra batida. Nas cinco vezes anteriores que jogou os quartos-de-final, perdeu sempre. Desta vez, não atingiu a final porque Zverev foi melhor: 7-6 e 7-5.

Destaque também para Kei Nishikori, que procura igualmente a melhor forma. O japonês caiu nos quartos de final perante Djokovic 2-6, 6-1 e 6-3. Na retina, fica, contudo, um lance de fair play. Cedeu um ponto para o adversário contrariando a marcação do juiz, Carlos Bernardes.

Se Nishikori está longe do seu melhor ténis, o que dizer de Stan Wawrinka? O suíço foi eliminado na ronda inaugural perante Steve Johnson, por duplo 6-4. Actualmente no 23º lugar do ranking, Stan vai jogar o ATP 250 de Genebra, antes de entrar em cena em Roland Garros. É, contudo, pouco crível que possa lutar por lugares cimeiros no Major francês.

No quadro das duplas, destaque para João Sousa. O português tornou-se no primeiro tenista luso a atingir uma final de um ATP 1000. Ao lado do espanhol Pablo Carreño Busta, a dupla acabou por perder a final para Juan-Sebastian Cabal e Robert Farah: 6-3, 4-6 e 4-10.

 

Como Nadal venceu Zverev em Roma

 

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André Dias PereiraMaio 14, 20183min0

Alexander Zverev conquistou este domingo, em Madrid, o seu terceiro Masters 1000 e o nono troféu ATP na carreira. Aos 21 anos de idade, o alemão é já o número três mundial e tem um talento comparado aos melhores. Mas pode Zverev atingir o patamar de superestrelas como Djokovic, Nadal ou Federer?

Contra Dominic Thiem levou 1h19 para vencer a final dos Masters 1000 por duplo 6-4. Não se trata exatamente de uma surpresa. O triunfo mostra o bom momento do alemão que, na semana passada, venceu também em Munique.

A grande surpresa do torneio acabou por ser a eliminação de Rafael Nadal. O maiorquino perdeu não apenas o seu primeiro jogo na terra batida este ano (7-5 e 6-3), mas também o seu primeiro set. Foi contra Dominic Thiem, que acabaria por ser finalista vencido.  O austíaco conseguiu a sua segunda vitória sobre o espanhol – a outra foi em 2016, no ATP Buenos Aires – e atira Nadal também para fora da liderança mundial. Mesmo sem jogar, Roger Federer será novamente o número um do ranking ATP.

Rafael Nadal foi eliminado um dia depois de ter batido novo recorde. Alcançou 50º set consecutivo sem perder, destronando Jonh McEnroe.

“Em termos de resultado e de qualidade de jogo ele é o melhor jogador do mundo depois do Big Four. Aliás, neste momento, é melhor atrás de Roger Federer e Rafael Nadal“, disse Dominic Thiem, rendido ao talento do alemão.

Grand Slam e a pedra no sapato

Nadal caiu nos quartos de final mas estabeleceu record vitorioso de 50 sets consecutivos. Foto: Sky Sport

Este foi o segundo título do alemão em duas semanas. Antes, em Munique, venceu Philipp Kohlschreiber por duplo 6-3 na final.

Depois de um arranque de época de altos e baixos, o alemão parece estar novamente a ganhar confiança. O ano passado, foram cinco títulos conquistados: Montepellier, Munique, Washington, Roma e Canadá.

Com um serviço muito forte e um estilo agressivo, sobretudo a partir da linha, a Zverev parece faltar regularidade ao longo da temporada. É capaz de vencer os maiores, mas também ser eliminado precocemente, como aconteceu em Roterdão, este ano. Andrea Seppi, semi-finalista, eliminou o alemão logo na segunda ronda.

Por enquanto continua a faltar resultados em Grand Slam. O seu melhor registo foi alcançar as meias-finais em Roland Garros, em 2016 e 2017. Poderá ir mais longe este ano, ou surpreender o super-favorito Rafael Nadal? Poderá ainda ser cedo para prever uma situação como essa, mas aos 21 anos de idade Zverev é, provavelmente, o mais promissor jogador da nova geração.

“Nos Grand Slams ainda não teve os resultados esperados. Penso, contudo, que será difícil pará-lo assim que começar a avançar nos torneios”, disse ainda Thiem sobre o alemão.

Este foi, aliás, o terceiro Masters 1000. Os outros foram conquistados em Roma e no Canadá. Agora, as baterias estão apontadas para Roland Garros. Até onde poderá ir o alemão?

 

Alexander Zverev venceu assim o ATP 1000 Madrid

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André Dias PereiraMaio 12, 20183min0

Antes de Federer e Nadal, Sampras e Agassi, McEnroe e Borg, antes da Era Open havia o então. E no nascimento da Era Moderna ninguém foi maior que Rod Laver. O tenista australiano, nascido a 9 de Agosto de 1938, em Rockhampton, é uma lenda viva do ténis. A revista Ténis, em 2014, considerou-o um dos 10 tenistas que mais transformaram a forma como o ténis é jogado.

Com 11 Grand Slam conquistados, Laver foi durante anos o maior campeão da modalidade, sendo ainda hoje o único a conquistar os quatro Grand Slam na mesma temporada em duas ocasiões. Primeiro, em 1962, como amador, e depois como profissional, em 1969.

Conhecido como all court player, Rod Laver tinha uma esquerda notável e era conhecido por não ter falhas técnicas. O jornalista Rex Bellamy escreveu que a sua força no pulso e velocidade o liderou a vitórias sobre os maiores rivais.

Ao todo, a sua carreira durou 24 anos. Depois de deixar a escola, foi campeão, em 1957, dos torneios junior do Australian Open e US Open. Dois anos depois, deu-se a conhecer ao mundo ao chegar às três finais de Wimbledon. Venceu em pares mistos, com Darlene Hard.

O seu primeiro Grand Slam foi em Australia, em 1960, vencendo Neale Fraser, em cinco sets, recuperando de dois sets e salvando um set-point. No ano seguinte, levou para casa o primeiro torneio de Wimbledon em singulares. Em 1962, tornou-se no primeiro tenista, desde Don Budge, a vencer os quatro Grand Slam no mesmo ano. Entre os 18 títulos conquistados nesse ano, conseguiu a triplice coroa na terra batida: Roma, Madrid e Hamburgo. Antes, só Lew Hoad, em 1956, havia conseguido esse feito.

O profissionalismo e a Era Open

Com 11 títulos de Grand Slam, Rod Laver dá o nome ao court central do complexo do Australian Open. Foto: Vavel.

Em 1962 Rod Laver torna-se profissional, depois de vencer a Taça Davis. O arranque não foi fácil, com um período de adaptação, mas rapidamente se encontrou no patamar de grandes estrelas da época como Ken Rosewall ou Lew Hoad. Esse foi um período polémico na história do ténis. Os tenistas profissionais foram impedidos de jogar Grand Slam, reservados a amadores. Há quem diga, ainda hoje, que Federer só detém o record de 20 Major porque Laver esteve impedido de jogar os mesmos entre 1963 e 1967. 

Tudo mudou em 1968, quando se deu início à Era Open. Rod Laver tornou-se no primeiro vencedor de Wimbledon na nova Era, vencendo o campeão amador, Arthur Ashe. Em 1969 voltou a repetir o rally Grand Slam, mas agora na Era Open. Nesse ano arrecadou nada menos que 18 títulos em 32 torneios. Foram 106 vitórias e 16 derrotas. O triunfo no All England Club (quarto consecutivo) estabeleceria ainda o record de 32 vitórias seguidas, entre 1961 e 1970. A marca seria superada em 1980, por Bjorn Borg.

Ao todo, Rod Laver conquistou 11 Grand Slam: Australian Open (1960, 1962 e 1969), Roland Garros (1962 e 1969), Wimbledon (1961, 1962, 1968 e 1969) e US Open (1962 e 1969). Conquistou ainda 74 torneios em singulares e mais 37 em duplas.

Ficaram ainda famosas as suas rivalidades com Roy Emerson, Ken Rosewall, Andrés Gimeno ou Pancho Gonzales.

Ao longo dos anos, Rod Laver tem recebido várias condecorações. É membro da Ordem do Império Britânico, recebeu a medalha de Desporto Australiano e integra a Ordem Australiana. O court central do Australian Open tem o seu nome.

Rod Laver vs Ken Rosewall

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André Dias PereiraAbril 7, 20183min0

Está decidido. Roger Federer vai falhar toda a temporada de terra batida, devendo regressar no torneio de Halle, na Alemanha. A confirmação foi feita pelo suíço após a derrota diante do australiano Thanasi Kokkinakis, no Masters 1000 de Miami. “Decidi não jogar em terra batida. Foi bom voltar a ser o número um em Roterdão, mas manter essa posição não é importante nesta altura”, esclareceu o helvético. Entre outros torneios, Federer falhará Roland Garros.

O multicampeão volta, assim, a repetir a estratégia de sucesso que o levou a fazer um bom segundo de semestre em 2017. Venceu Wimbledon e também em Halle, Shangai e Basileia.

A derrota perante Kokkinakis retirou-lhe a liderança mundial, mas conforme referiu, não é o mais importante neste momento. E, verdadeiramente, há boas chances de Federer recuperar essa condição mesmo sem jogar. Senão vejamos. Nadal defende 4.680 pontos nos próximos meses, apenas  mais100 que Federer.  Contudo, o helvético não terá nenhum desconto até a temporada de relva.

A temporada de terra batida, de resto, apresenta-se como uma incógnita quanto a favoritos. Tudo por conta das lesões. O último torneio de Nadal foi o Open de Austrália. Falhou, depois, Acapulco, Miami e Indian Wells. Apesar de dominante na terra batida há dúvidas sobre as condições em que defende o título de Roland Garros. Murray também só regressará na temporada de relva. Djokovic mostrou estar limitado em Miami e Indian Wells. Wawrinka também recupera de lesão ao joelho e não tem previsão de regresso. Dominic Thiem está inscrito em Monte Carlo mas recupera de lesão no tornozelo. Del Potro e Cilic, os melhores de 2018 a par de Federer, também não têm na terra batida o seu piso preferencial.

Um dos segredos da longevidade de Federer é a gestão do seu esforço. Por isso, a escolha de torneios é muito criteriosa. Até porque, aos 36 anos e com 20 Grand Slams, nada tem a provar, jogando para desfrutar do jogo. A terra batida, ocupa, de resto, um período grande do calendário, necessitando de recuperação e preparação. E é o próprio Federer quem o diz ao jornal francês Le Parisien. “Quem o joga vai precisar de desistir de outra coisa“. O título de Roland Garros em 2009, permite-lhe, igualmente, aceitar melhor esta decisão.

Oportunidade perdida?

Contudo, há quem não corrobore da mesma ideia. Ion Tiriac, director do Open de Madrid, considera que Federer não age de forma correta, comparando o tenista a Lewis Hamilton. “Ele não opta por não competir depois de disputar apenas cinco corridas de F1”.

Federer já o disse. Quer continuar a somar títulos e ser número 1. Com os rivais enfraquecidos por lesões, esta seria uma boa chance para tentar somar um segundo troféu de Roland Garros e em outros torneios. Em todo o caso, seria sempre um favorito. O que nos leva a outra pergunta. Será justo um número 2 do mundo falhar um torneio Grand Slam? E que impacto representa um nome como Federer falhar Roland Garros? O certo é que o mesmo já acoteceu em 2017. Certo é que este ano haverá aumento de premiação. Cada vencedor irá receber 2,2 milhões de euros, mais 100 ml euros do que na última edição. A prova joga-se em 27 de Maio e 10 de Junho.

Em todo o modo é mais uma oportunidade perdida para os fãs verem o suíço jogar. Mas um bom segundo semestre, com o US Open e Masters Final na calha, rapidamente faria esquecer Paris e ver a lenda crescer ainda mais.

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André Dias PereiraNovembro 5, 20173min0

O ano de 2017 está a ser um ano de sombras e luz para Jo-Wilfred Tsonga. O tenista francês, número 15 do ranking ATP, tem tido participações discretas nos principais torneios do circuito, contudo, acumula já quatro títulos (Roterdão, Marselha, Lyon e Antuérpia) nesta temporada, o que corresponde ao melhor registo desde que começou a carreira profissional.

No passado dia 22, em Antuérpia, Jo-Wilfred Tsonga venceu o seu terceiro torneio ATP-250. O francês levou a melhor sobre o argentino Diego Schwartzman (6-3 e 7-5). Esta não foi uma vitória qualquer. Tsonga conseguiu pela primeira vez na carreira vencer quatro torneios em um ano. O melhor que conseguira anteriormente foi em 2009, ao ganhar em Toquio, Marselha e Joanesburgo. Ao todo, já disputou 27 finais, vencendo 16.

Antigo número 5 mundial, Tsonga ocupa, aos 32 anos de idade, o 15º lugar do ranking mundial. O ano até nem começou mal, com triunfos em Roterdão, Marselha e Lyon no primeiro semestre de 2017. Na Holanda o francês venceu o belga David Goffin (4-6, 6-4 e 6-1), colocando um ponto final no jejum de títulos que durava desde Metz, em 2015. Mas teve que atravessar o caminho das pedras, deixando para trás os favoritos Marin Cilic e Thomas Berdych. Em Marselha, sete dias depois, voltou a mostrar o bom momento, ganhando a final diante o compatriota Lucas Pouille, por duplo 6-4. Foi o seu terceiro triunfo em Marselha, o que representa um recorde na prova.

A sombra de Tsonga

O ano corria favorável a Tsonga (regresso ao top-10 mundial) mas lesões e o nascimento do seu primeiro filho mantiveram o francês fora de alguns torneios. Depois, a derrota perante Fabio Fognini, em Indian Wells, a desistência do Masters de Miami, a derrota na primeira ronda de Monte Carlo perante Adrian Mannarino, bem como as desistências nos torneios de Madrid e Roma foram fortes revés para o gaulês.

A retoma voltou em Lyon. Tsonga venceu Thomas Berdych (7-6 (7-2) e 7-5), naquela que foi a sua quinta vitória sobre o checo.

Apesar das vitórias, nos Grand Slam o francês não conseguiu o mesmo brilhantismo. Na Austrália, caiu nos quartos de final diante o favorito Stan Wawrinka. Pior, em Roland Garros foi surpreendido na segunda ronda pela argentino Renzo Olivo Em Wimbledon, Sam Querrey levou a melhor sobre o francês nos 16 avos de final. E no US Open, também foi afastado na segunda ronda pela estrela em ascensão Denis Shapovalov.

Num ano de altos e baixos para Tsonga, 2017 certamente terá um sabor agri-doce. Os quatro títulos conquistados não foram suficientes para garantir uma posição de disputar o ATP Finals. Com a eliminação, esta semana, em Paris, a corrida a Londres ficou completamente afastada.

A vitória de Jo-Wilfred Tsonga em Antuérpia:


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