À conquista da América e da liderança mundial do ténis

André Dias PereiraAgosto 26, 20175min0

À conquista da América e da liderança mundial do ténis

André Dias PereiraAgosto 26, 20175min0
Nadal, Federer, Murray, Zverev e a luta pelo US Open... quem vai sair por cima no Grand Slam dos Estados Unidos da América?

Motivos de interesse não vão faltar para mais uma edição do US Open, cujo quadro principal arranca segunda-feira. A principal, talvez, é saber quem vai terminar como número um do mundo. Rafael Nadal voltou à liderança da hierarquia, mas terá que contrariar Roger Federer que busca o terceiro Grand Slam do ano, e Andy Murray, ainda às voltas com uma lesão na bacia. Pelo meio, Alexander Zverev promete ser a surpresa. Quem sucede a Stan Wawrinka?


Quando a temporada de ténis arrancou, em Janeiro, poucos ousariam arriscar que Rafael Nadal e Roger Federer chegariam ao US Open, que se disputa a partir de segunda-feira, dia 28, como os grandes favoritos a erguer o troféu e a disputar, como nos bons velhos tempos, a liderança mundial. A verdade, porém, é que a baixa de forma de Novak Djokovic – afastado por lesão até final da temporada – e a intermitência de Andy Murray,  a recuperar de uma lesão na bacia que o tem afastado dos courts desde Wimbledon, viabilizou novamente a ascensão dos dois maiores campeões da história do ténis à disputa pela liderança mundial.

O espanhol, de resto, voltou a sentar-se no trono de número um mundial pela primeira vez desde 2014 e nem precisou de vencer Cincinnati, devido à desistência do suíço que, aos 35 anos de idade, continua a aliar um ténis irresistível a uma selecção criteriosa dos torneios em que participa para preservar a sua condição física. Esse tem sido, aliás, um dos segredos de Roger Federer que “não imagina ser possível voltar a vencer três Majors em um ano”. Certo é que para já venceu em Austrália e Wimbledon e se vencer Flushing Meadows será pela sexta vez, cabendo a Rafael Nadal ganhar o crónico título de Roland Garros.

Para destronar o espanhol de número um do mundo, Federer terá que vencer o torneio, ou, pelo menos, ser finalista e esperar que Murray não ganhe. Mais improvável, mas também uma via possível, é chegar às meias-finais e aguardar que Nadal não atinja o mesmo nível e Murray não chegue à final. De todo improvável, é a possibilidade de o suíço chegar aos quartos-de-final, Nadal não passasse da segunda ronda e Murray não almejasse as meias-finais. Tendo em conta o sorteio desta sexta-feira, Roger Federer e Rafael Nadal podem mesmo encontrar-se nas meias-finais do torneio já que estão na mesma chave, o que seria inédito na prova.

Andy Murray é, contudo, a grande incógnita para o torneio. Depois de ter sido surpreendentemente afastado do torneio de Wimbledon pelo norte-americano Sam Querrey, o britânico tem vindo a recuperar de lesão na bacia, abdicando dos torneios intermédios para se focar no Open dos EUA. Isso custou-lhe, para já, a liderança atingida o ano passado, mas poderá recuperá-la se for campeão, ou, sendo finalista, se o campeão não for Federer e se Nadal não chegar às meias-finais. O britânico pode voltar à liderança em caso (altamente improvável) de ser afastado nas meias-finais, mas Roger Federer não passar dos quartos-de-final e Nadal não atingir, sequer, a terceira ronda. Judy Murray, mãe do tenista, considera mesmo que o seu filho deveria parar e não jogar a edição deste ano do US Open. “Os últimos dois anos foram desgastantes para ele”, explicou ao The Telegraph, salientando que Andy vive para o ténis “onze meses por ano”.

Baixa de vulto é também Stanislas Wawrinka, campeão de 2016. O suíço não vai defender o título, estando a recuperar de uma lesão no joelho esquerdo que o atirou para a mesa da cirurgia. Stan venceu o seu terceiro Major a época passada, em Nova Iorque, perante Novak Djokovic, também ausente este ano da prova.

Em ascensão e com vontade de surpreender está Alexander Zverev. O alemão está a confirmar, em 2017, o seu estatuto de estrela proeminente do ténis mundial e tem sido particularmente forte no piso duro, tendo vencido recentemente em Washington e em Montreal, sendo que no Canadá derrubou Roger Federer na final. O alemão, de apenas 20 anos de idade, já venceu em 2017 cinco torneios ATP que o catapultaram para o sexto lugar da hierarquia mundial e é visto como futuro número um. A sua habilidade no piso rápido e confiança acumulada pode torná-lo numa boa surpresa a acompanhar nos próximos quinze dias.

Uma luta a oito no quadro feminino

Se no quadro masculino, Nadal, Federer e Murray lutam pela liderança mundial, no quadro feminino, essa batalha estende-se a nada menos do que oito tenistas: Karolina Pliskova, Simona Halep, Garbine Muguruza, Elina Svitolina, Caroline Wozniacki, Angelique Kerber, Johanna Konta, Svetlana Kuznetsova e, até, podemos incluir Venus Williams.

Karolina Pliskova parte, pela primeira vez, para um Major como número um do mundo, mas Angelique Kerber, Simona Halep, Elina Svitolina e a espanhola Garbine Muguruza também dependem só de si para chegarem ao topo da hierarquia.

Desde que Serena Williams fez uma pausa na carreira para ser mãe, que a luta pelo trono se tem mantido equilibrada. O equilíbrio é a nota dominante e também aqui a edição deste ano do US Open promete. A espera está a chegar ao fim. A partir de segunda-feira é a doer.

 


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