Quem é Zé Mestre, o local da Ilha de Faro com uma Longboard na mão

Palex FerreiraDezembro 6, 20185min0
Visitámos Faro para descobrir um dos talentos nacionais do Longboard clássico e que não tem paixão por competir, mas sim por viver o surf. Zé Mestre no Fair Play Local Time!

CARTÃO DE SURFER

Nome: José Manuel Pinheirinho Mestre. Nome “artístico” Zé Mestre.

Idade: tenho 20 anos.

Patrocínios: Vissla, Waveglider, Pipeline_surf_shop

O FAIR PLAY LOCAL TIME COM ZÉ MESTRE

Porque que surfas?

Surf para mim é uma forma de me expressar, Uma arte em movimento. É uma das poucas coisas que me faz sentir que estou em nirvana, deixando-me numa paz de espírito total.

Como começaste?

Quando tinha 3 anos de idade o meu pai empurrou-me nas minhas primeiras ondas, na ria Formosa, ondas que os barcos faziam ao passar, numa prancha azul que o Lufi lhe tinha feito, uma réplica da Pipe gun de Gerry Lopez.

Sempre pendurado. Foto: Vanflife&Longboard
És conhecido por não gostar de competir, porque razão?

Existem alguns motivos para para eu não gostar de competir, um dos motivos principais, é o facto de não gostar de surfar sobre pressão, também não preciso de provar que sou melhor que o outro, isso para mim tira totalmente o propósito do surf. Um outro motivo é a forma de como as competições a nível nacional são avaliadas, dando muito mais foco ao longboard progressivo e deixando um pouco o clássico de lado. O estilo é algo que define o longboard, se não o houver estamos apenas a surfar com uma prancha grande, fugindo assim da essência primordial desta modalidade.

És filho de uma lenda do surf nacional, como e veres o teu pai a surfar?

Sim, o meu pai, Manuel Mestre ou Necas como todos o conhecem, é a meu ver uma inspiração, pois sempre me motivou a experimentar vários tipos de pranchas, é várias formas de abordar o surf. Quando o vejo a surfar, sinto-me orgulhoso, por ter um “velho” que surfa melhor que eu (risos). Espero que um dia quando tiver a sua idade consiga surfar igual.

Estilo puro. Foto: PielSalgada
Como vês o surf atual( freesurf e competição)?

O surf atual na minha opinião tem os seus pontos fortes e os seus pontos fracos. Falando do freesurf, hoje em dia o freesurf está cada vez mais a ganhar força e visibilidade, pois antigamente se quisesses um patrocínio terias de estar no top ranking das competições, hoje em dia isso já não acontece, pois as marcas estão mais focadas na imagem do que no skill propriamente dito. Actualmente, o “estilo” hipster está cada vez a ganhar mais força dentro da comunidade, propriamente a do longboard, fazendo com que uma nova época renasça, esta sendo a dos anos 70, singlefin substitui o 2+1 e os logs, os longboards de alta performance, direccionando assim a sua visão do surf mais para o estilo, e estética, do que para a performance. Resgatando o estilo clássico do background.

Falando agora das competições, existem dois grandes grupos, os que competem para entrar na WSL e aqueles que tentam ser convidados para entrar nas competições de surf clássico como o Duct Tape.

As competições da WSL estão mais focadas no surf de alta performance, não dando tanto ênfase ao estilo, infelizmente essas competições estão a cair muito na irrelevância dentro da comunidade pela falta de visibilidade que lhe é atribuída. Em contra partida as competições do clássico estão cada vez mais visível dentro do mundo do surf. Pelo facto que as grandes marcas estão a dar maior importância as mesmas.

Dito em poucas palavras os longboards progressivos participam nas suas competições e os logrs participam nas deles.

Como é a cultura do surf em Faro?

A cultura do surf em Faro já é muito antiga, começou à cerca de 40 anos atrás, e desde então está a crescer de uma forma exponencial. Temos uma boa e forte cultura com muitos bons Surfistas, cada vez vemos mais gente dentro de água, com vários tipos de pranchas e estilos de surf.

Quem são os teus surfistas preferidos?

Os meus surfistas preferidos são o Joel Tudor, CJ Nelson, Rob Machado e Gerry Lopez. Mas também gosto muito do Kelly Slater, e do Tom Curren.

O que é o surf para ti?

Para mim o surf é uma forma de viver, uma forma de pensar, uma forma de me expressar, de exprimir, um vício, um amor, uma paixão, uma forma de estar em contacto com a natureza.

Como é o teu dia-a-dia?

Depende dos dias, mas a normalidade é, levanto me como eu vivo na praia vou ver o mar, volto para casa tomo o pequeno-almoço, despacho-me para ir para a universidade, quando volto da faculdade, se houver ondas vou fazer surf até não haver luz. Se não houver ondas, fico em casa ou vou dar uma volta de mota, ou andar de skate.

Zé Mestre e Manuel Mestre. Foto: Arquivo Pessoal

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