À conversa com Marco Alexandre Santos – Bloodbrother shaper

Palex FerreiraJaneiro 22, 20194min0
Um shaper conhecido pela sua paixão pelo surf marcou presença no Fair Play como entrevistado! Fica a conhecer melhor Marco Alexandre dos Santos!

Fomos até à Bloodbrothers Inc para saber quem é o mentor desta marca, mas do ponto de vista como longboarder. Costuma andar com outros apoiantes do estilo mais simples do longboard, apelidado na gíria como Logger, a vertente do Longboard com o estilo dos anos 60/70 na Califórnia, onde o estilo é algo muito importante e o surf com réplicas de pranchas da época. Fiquem a conhecer melhor Marco Alexandre Santos

Quem é o Marco Alexandre Santos?

Nasci em Setúbal, o meu Pai era estivador e também artista. Passava horas a vê-lo desenhar os cenários para o Teatro. Acho que é daí que vem a minha veia de artista e criativo. A seguir ao Liceu, comecei a trabalhar, quase sempre em fábricas, do ramo automóvel, e mais tarde com barcos de recreio, o que me levou a mexer com resinas e fibras. Mais tarde, começo a arranjar as pranchas dos amigos, e aí nasce o gosto por aquilo que faço hoje. Desde miúdo que pratico skate, karaté, surf e tudo o que tenha a ver com mar e artes marciais. Toquei como baixista em bandas de música, em Setúbal.

Anos de surf?

30

Patrocínios e apoios?

Mainbout 924Tattoo Seapath Fu-wax The Factory I am endless fun

Manobra preferida?

Hangten de backside!

Melhor onda surfada até hoje?

Nacional – Aivados, no Alentejo e Internacional – Inside Corner, em Bali.

Competição, sim ou não?

Não

Massificação… bom ou não para o universo surfista, marcas, etc?

A massificação tem sempre um lado bom e um lado mau. Se pensar em lucro, claro que a massificação traz mais lucro…pelo menos no imediato. Mas será que vou conseguir manter o meu produto com a mesma qualidade? De certeza que não. Além disso, como artesão, gosto de dedicar tempo a fazer uma prancha. Gosto de lidar com os clientes de forma pessoal, para ir ao encontro daquilo que eles procuram numa prancha. A massificação retira-me, pelo menos, esse lado mais individual e único da produção. Claro que, como qualquer marca, quero que seja reconhecida no mundo inteiro, mas sem perder a identidade que já foi conquistada.

A sua manobra preferida, algures na Margem Sul do Tejo Foto: EndlessFun /JoelReis
O que falta no panorama nacional para criar maiores sinergias entre todas as marcas?

Mais eventos como aquele que aconteceu a semana passada na praia de são pedro do Estoril, o Parla_mento, onde se juntaram vários shapers, marcas, surfistas, fotógrafos, artistas, várias idades, com um único objectivo, que é falar deste lifestyle. O Sagres Surf Culture, que acontecia todos os anos no algarve, organizado pelo João Rei, deu um grande impulso na divulgação destes eventos.

Mesmo assim, deviam ser mais publicitadas, deveria haver mais apoio por parte das câmaras, juntas de freguesias, canais televisivos, jornais e revistas e marcas que se associem. Todos falamos a mesma língua, temos todos os mesmos objectivos, independentemente de termos a nossa marca. Porque não trabalharmos todos para o mesmo? Juntos seremos sempre mais fortes…..desde que reme tudo para o mesmo lado.

Quem é para ti o melhor longboarder português? E mundial?

Esta pergunta é difícil. A visão que eu tenho do longboard tem a ver com estilo e técnica. Em Portugal, só há pouco tempo começámos a caminhar no estilo que eu gosto de ver. Não falando, obviamente, dos riders da bloodbrothers, tenho notado uma grande evolução e um grande trabalho do Zé Mestre, filho do Necas, mas também do Eurico Romaguera, filho do Eurico Gonçalves. – Mundial, sem dúvida, o Joel Tudor.

Skate or Die Foto: Mariana Crespo “BraveMaryan”

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