Seis Nações 2020: 3 curiosidades no pós-Mundial

Francisco IsaacDezembro 31, 20196min0

Seis Nações 2020: 3 curiosidades no pós-Mundial

Francisco IsaacDezembro 31, 20196min0
Recordistas de ensaios, os seleccionadores mais titulados e a existência ou não de um padrão em termos de quem pode ser campeão das Seis Nações. Sabias destas curiosidades?

As Seis Nações estão quase ao virar da esquina do calendário Mundial de Rugby e 2020 vai marcar uma nova era para a competição já que alguns dos principais protagonistas não marcarão presença, assim como algumas selecções vão passar por um período de renovação.

Avançamos com três curiosidades diferentes mas que ajudam a aguçar o interesse pela edição de 2020, lembrando que é dos torneios desportivos mais antigos (começou em 1883 com as Home Nations) do Mundo! Neste artigo só vamos considerar as edições realizadas entre 2000 e 2018, ou seja, só quando o torneio ficou conhecido por Seis Nações com a inclusão da Itália a partir do novo milénio.

HÁ ALGUM EFEITO PÓS-MUNDIAL QUE AJUDE A PREVER O CAMPEÃO?

Não há forma de prever quem vai levantar o título destas Seis Nações 2020 e não há nenhum padrão claro que possibilite encontrar um “caminho” para descobrir o futuro detentor de um dos títulos mais cobiçados do Planeta da Oval. Se formos por quem se sagrou campeão após a realização de um Rugby World Cup, ficamos a saber que França, Inglaterra (2) e País de Gales (2) conquistaram o troféu no pós-Mundial. Curiosamente, ingleses e galeses foram bicampeões nesta última década tendo esse período de hegemonia começado logo após o RWC, algo que elevou Warren Gatland (detém quatro títulos, três deles com Grand Slam) e Eddie Jones (dois troféus de campeão, ambos em modo Grand Slam) ao patamar máximo de seleccionadores galardoados com o título.

Nos 5 torneios realizados pós-RWC ficamos a saber que a maioria dos campeões sofreu de um ano bem cinzento na edição anterior, como podemos ver:

– França ficou em 3º em 2003, mas sagrou-se campeã em 2004 (Grand Slam);
– País de Gales terminou em 5º em 2007 (Wooden Spoon partilhada com a Escócia), mas levantaria o título em 2008 (Grand Slam);
– País de Gales fechou a participação em 2011 num “pobre” 4º, sendo que seria campeão no ano seguinte de 2012 (Grand Slam);

Curiosidade vai para o facto que nas duas ocasiões que a Inglaterra conquistou o torneio a seguir ao Mundial de Rugby foi na sequência de ter terminado em 2º lugar na edição anterior, relembrando os acontecimentos no ano de 2015 em que tinham de ganhar à França por uma margem “louca” tendo o encontro terminado num 55-35, sem o título parar nas suas mãos.

QUEM REINA SUPREMO NA QUANTIDADE DE TÍTULOS?

Como treinador? Warren Gatland e Bernard Laporte com 4 cada, seguido de Joe Schmidt que completou o seu terceiro título na edição de 2018. Em termos de jogadores é difícil de saber quem é o atleta mais destacado mas Sylvain Marconnet (França – 5), Frédéric Michalak (França – 5), Alun Wyn Jones (País de Gales – 4), Rory Best (Irlanda – 4), Jonathan Sexton (Irlanda – 4) e Rob Kearney (Irlanda – 4) são alguns dos jogadores mais galardoados das Seis Nações.

Jonathan Sexton é o único que tem a grande oportunidade para conquistar um 5º título e entrar no clube ocupado actualmente apenas por dois jogadores dos Les Bleus. Ben Youngs, com três anéis de campeão, pode fazer parte do top-5 mas para isso é necessário que a Inglaterra volte à forma de 2016 e 2017, altura em que dominaram claramente as Seis Nações.

Eddie Jones ainda está a duas conquistas de atingir Warren Gatland e Bernard Laporte (aquela França espectacular que reinou suprema entre 2002 e 2006), mas com a renovação até 2023 com a RFU poderá ser recordista caso tudo corresse na perfeição.

OS DETENTORES DE RECORDES DE PRESENÇAS, ENSAIOS E PONTOS… QUEM SÃO?

Entre 2000 e 2018 a discussão pelo topo de melhores marcadores de pontos e ensaios é dividida entre irlandeses e ingleses, com uma luta mítica entre dois número 10 que fizeram a diferença pelas suas selecções… falamos claro de Ronan O’Gara e Jonny Wilkinson. O lendário abertura do Munster somou 557 pontos nas suas 63 participações nas Seis Nações, sendo um dos génios do Grand Slam de 2009 (quem se esquece daquele drop no Millenium em Cardiff que congelou as bancadas?).

Já o espectacular nº10 inglês é ainda o actual detentor de maior recordista de pontos numa só edição, com 89 pontos marcados em 2001, terminando a sua participação no torneio como 2º melhor marcador de pontos com 546, ficando também o destaque de ser o “Rei” dos drops com cerca de 15 (fez 5 na edição de 2003, os mesmos que Diego Dominguez, Neil Jenkins e Dan Parks completaram em outras edições) e marcou uma era no rugby europeu e mundial.

Em relação aos marcadores de ensaios o top-3 é ocupado por Brian O’Driscoll (26), Shane Williams (22) e George North (19), sendo que o ponta tem uma oportunidade de ouro para atingir o topo, caso consiga efectuar mais duas ou três temporadas com a camisola dos Red Dragons. Stuart Hogg segue com 14 ensaios na competição, sendo que desde que joga pela Escócia nunca deixou de marcar pelo menos 5 pontos numa edição das Seis Nações, detendo este registo inigualável em comparação com todos os outros marcadores de ensaios.

Jacob Stockdale foi o jogador com mais ensaios numa edição das Seis Nações, com 7 sete toques de meta em 2018, seguido de Shane Williams em 2008 (6) e Chris Ashton em 2011 (6). Historicamente são dois atletas do início do século XX que ocupam o 1º lugar, o escocês Ian Smith (1925) e Cyril Lowe (1914) com 8 cada.

Por fim, em termos de presenças nesta histórica competição há um nome que assume a liderança e que merece todo o respeito possível: Sergio Parisse. O nº8 da Itália conta com 69 aparições, todas como titular, e poderá perfeitamente atingir outro número “gordo” caso seja convocado para as Seis Nações 2020. Alun Wyn Jones e Alessandro Zanni assumem o 2º e 3º lugar com 53 e 52 presenças respectivamente, podendo aumentar o número de jogos já neste ano. Em termos absolutos, surgem dois irlandeses a seguir a Parisse, com os retirados Brain O’Driscoll (65 e sempre como titular) e Rory Best (64 no total sendo que 55 foi a começar do início) a ficarem nos registos.


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