Seis Nações 2019: França entre o Champagne ou Vinho de Mesa
Seis Nações decisivo para perceber o que será possível esperar da França neste Mundial e aferir do verdadeiro estado de coisas no seio da Selecção que já deu cartas na cena internacional
Em ano de Mundial, o Seis Nações reveste-se de uma importância diferente: não será propriamente a competição mais apetecida para as selecções e um marco que representará a sucesso do ano, mas antes, funcionará como um teste, uma antecâmara do maior torneio possível, um Mundial. Daí que equipas como Irlanda, Inglaterra, Escócia e Gales encarem os jogos de Fevereiro como um tempo de afinar estratégias, recuperar jogadores e gizar planos.
Já a França e a Itália terão aqui uma oportunidade única de se redimirem de más exibições, maus resultados e uma consistência de permanência pelos últimos lugares. A selecção Francesa precisa de recuperar o brilho que já teve; é uma selecção que conta com 9 grand slams no seis nações, tendo o último sido obtido em 2010, precisamente a última vez que fez primeiro lugar no torneio. Em 88 participações, ganharam por 17 vezes mas já foram últimos por 18.
Marc Lièvremont (2007-2011) começou um reinado de grande turbulência a nível de treinadores; o desastre do Mundial de 2011 ditou o seu afastamento para dar lugar a Philippe Saint-André que ainda durou até 2015, tendo promovido muitas mexidas e muita inconsistência com inúmeras combinações de formação e abertura, inaudito até à data e que gerou grande instabilidade. No Seis Nações não conseguiu melhor que um 4º lugar e uma “colher de pau” em 2013.
Guy Novès entra depois do Mundial de 2015 e faz uma caminhada terrível até 2017, com cerca de um terço de vitórias em todos os jogos realizados e com a marca de estar numa equipa que perdeu 7 jogos consecutivos.
Jacques Brunel não se deu bem em Itália e então surge no panorama em 2017, tentando agitar as águas.
Os 31 nomes escalados por Brunel:
De referir 5 estreias que incluem o sub 20 Romain Ntamack, o jogador do La Rochelle (que tem feito uma excelente campanha no top14) Grégory Alldritt, o pilar Dorian Aldeghueri e Tomas Ramos do Stade Toulousain. Ainda, Paul Willemse (Nascido em Pretoria) que obteve nacionalidade Francesa a 30 de Novembro de 2018 e que joga a 2ª linha no Montpellier.
A experiência chega por parte de Louis Picamoles, Guilhem Guirado, Morgan Parra e Mathieu Bastareud, com nomes importantes de fora, como Teddy Thomas, Cedate Gomes Sa e Yoann Maestri, devido a lesão. Aliás, a dupla do Clermont, Morgan Parra e Wesley Fofana surgem convocados depois de terem estado ausentes nos jogos de Outono devido também a lesões.
Demba Bamba, o único jogador do Pro D2 a ser convocado, é também uma jovem esperança e um sinal que há talento nas divisões mais baixas da competição francesa.
Muito importante, será a presença de Camille Lopez que esteve ausente do seis nações do ano transacto devido a lesão.
Na janela de Outono, Brunel conseguiu uma vitória frente à Argentina, tendo perdido frente aos Springboks e frente a Fiji, dando indicações muito imprecisas sobre a verdadeira forma da equipa e até que ponto poderá contestar algo mais que não seja o último lugar. Há um grupo de comentadores desportivos especializados que acredita que a França poderá ser uma surpresa muito positiva neste seis nações.
Primeiro jogo internacional: França-Nova Zelândia (8-38 a 1 de Janeiro de 1906)
Maior vitória: Brasil-França (7-99 a 16 de Setembro de 1974)
Maior derrota: Nova Zelândia-França (61-10 a 9 de Junho de 2007).