RWC 2019: 3 “impact-players” que podem mudar o Mundial

Francisco IsaacJulho 30, 20195min0
O impact-player é quase uma profissão dentro do Mundo do Rugby e nós explicamos quem são os três jogadores que podem vestir esta "camisola" e mudar o destino da sua equipa! Concordas com a nossa lista?

O que são impact-players? Jogadores que, maioritariamente das vezes, saem do banco de suplentes e causam um impacto tão profundo na sua equipa que conseguem alterar o jogo por completo, transformando derrotas em vitórias, desilusões em sucessos. Escolhemos três jogadores que têm uma boa percentagem de hipóteses de começar do banco de suplentes mas vão entrar de certeza quando for mais necessário!

ARDIE SAVEA (NOVA ZELÂNDIA)

Um dos melhores jogadores das últimas quatro edições do Super Rugby, Ardie Savea tem tentado escalar na hierarquia dos avançados da selecção neozelandesa, mas perante a competição oferecida quer por Sam Cane ou Kieran Read tem sido difícil se assumir como titular.

Com apenas 25 anos nas “pernas”, Savea tem tudo para ser o próximo detentor da camisola 8 dos All Blacks até porque apresenta os argumentos para se afirmar na posição, sendo um terceira-linha-centro completamente diferente do que foi até aqui Read. Posto de parte este cenário, Ardie Savea deverá começar no banco da Nova Zelândia no Mundial de Rugby e terá de ser a partir dessa plataforma que Savea vai mostrar o porquê de ser um dos jogadores mais complicados de pôr no chão e de parar no contacto.

Savea é um autêntico “tractor” com pernas, impondo um ritmo assustadoramente alto e de um poder de explosão extraordinário que fá-lo de uma ameaça constante, especialmente se vem do banco. A vitória dos All Blacks frente à África do Sul em 2016 ou 2017 são claros exemplos da qualidade de Ardie Savea, alterando por completo as dinâmicas de jogo. Contudo, há um perigo… a intensidade e ritmo do jogador dos Hurricanes pode não ser correspondida pelos colegas de equipa, expondo a equipa no breakdown, o que já trouxe problemas em certos encontros da selecção comandada por Steve Hansen.

De qualquer forma, o virtuosismo técnico de Ardie Savea acompanha a sua estupenda fisicalidade e perante o crescimento actual é natural que vá ser um problema para os adversários dos bicampeões mundiais.

JOE COKANASIGA (INGLATERRA)

Eddie Jones deverá estar a fazer contas em relação a quem vai estar nas pontas no Mundial de Rugby, tendo uma série de opções credíveis para colocar em campo… por isso, que destino vai calhar a Joe Cokanasiga? O poderoso ponta nascido nas Fiji foi uma das revelações da selecção inglesa nas Seis Nações 2019, com uma exibição soberba contra a Itália, em que foi responsável por 120 metros conquistados, 6 quebras-de-linha e 1 assistência para ensaio, recebendo a distinção como o melhor jogador desse encontro.

É um dos 3/4’s mais interessantes de ver jogar neste momento, notando-se uma versatilidade de qualidade ocupando bem não só os corredores como rapidamente invade o espaço dos centros, impondo um poder de aceleração esmagador que apanha os defesas mais próximos desprevenidos. Para além de se apresentar sólido e seguro no que toca à manobra defensiva, a fisicalidade e “agressividade” imposta no embate faz a total diferença a nível mental, crescendo com o passar do jogo. Mas conseguirá fazer a diferença vindo solução de banco?

Possivelmente, uma vez que a frescura física faz toda a diferença, oferecendo desde logo um par de artimanhas e apontamentos próprios dos pontas de maior virtuosismo do Hemisfério Sul, preenchendo bem a ponta. Ou seja, é uma solução para qualquer momento do jogo e pode mexer com a velocidade da Inglaterra, abrindo uma autêntica passadeira no seu corredor.

Veremos quem vai começar como titular no três-de-trás da Inglaterra, pois para além de Cokanasiga há Jonny May, Jack Nowell, Anthony Watson, Elliot Daly e Mike Brown. Qual era a tua escolha?

HERSCHEL JANTJIES (ÁFRICA DO SUL)

Foi preciso verem dois jogos do Rugby Championship 2019 para ficarem a conhecer Heschel Jantjies não foi? O extraordinário formação veio dar uma “almofada” de conforto a Rassie Erasmus, isto apesar do seleccionador dos Springboks ter Cobus Reinach em alta forma, tendo agora duas soluções para suplente de Faf de Klerk.

O formação de 1 metro e 67 centímetros de altura, apareceu em 2018 pelos DHL Stormers durante essa edição do Super Rugby e desde então tem vindo a conquistar destaque em território sul-africano, muito devido ao ritmo que consegue colocar no jogo, excitando por completo as linhas de ataque da própria equipa, somando-se ainda a raça e compromisso que assume na defesa.

É um formação que está na linha do que é Aaron Smith, tendo fisicamente aproximações com o nº9 dos Highlanders e All Blacks, para além de possuir um passe de belo calibre (melhor que o de Faf de Klerk, por exemplo) e uma visão de jogo entusiástica e apaixonada, conferindo outra dimensão ao jogo. Comete ainda alguns erros no que toca à análise dos timings de jogo ou na colocação estratégica após o pontapé, mas a maturidade, a velocidade, o ritmo e a “fome” para criar problemas a quem está do outro lado, são elementos mais que suficientes para estar na convocatória para o próximo Mundial.

A exibição contra a Austrália (frente aos All Blacks não deu para ver nada de espectacular para além do ensaio emotivo aos 80 minutos que ofereceu o empate aos Springboks) foi uma carta-de-apresentação do que pode Jantjies fazer contra as maiores equipas mundiais: diferença.

Se sair do banco com a mesma intensidade e poder de diferenciação, não há dúvidas que vai ser um caso sério e conquistar o público no Japão ou em casa. Para Faf de Klerk retira um peso dos ombros, já que tem suplente à altura para o render quando for necessário.


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