Rugby Youth Player: Jordan Joseph, um N.º8 de rugby “champagne” bruto!

Francisco IsaacNovembro 23, 20195min0

Rugby Youth Player: Jordan Joseph, um N.º8 de rugby “champagne” bruto!

Francisco IsaacNovembro 23, 20195min0
Um dos novos "monstros" do Rugby Mundial é descortinado aqui no Fair Play... Jordan Joseph, bicampeão mundial pela França sub-20, é o nosso Rugby Youth Player do dia!

Nova rubrica do Fair Play que tem como objectivo apresentar e analisar novas estrelas jovens do rugby mundial, sempre entre os 17 e 22 anos de idade. Na 3ª entrada desta rubrica decidimos apreciar um jovem “champagne” francês, de colheita parisiense e de soberba qualidade, com um potente toque “bruto”: Jordan Joseph, internacional sub-20 pela França!

LÍDER, MÚSCULO, GENIALIDADE E FUTURO: A COMBINAÇÃO PARA O FUTURO DOS LES BLEUS

A França conseguiu o feito de conquistar um bicampeonato mundial consecutivo nos sub-20, algo que só a Nova Zelândia e Inglaterra conseguiram na história desta competição, graças a uma soberba combinação geracional de três grupos que têm deliciado os adeptos do rugby mundial. Em 2019 estes foram alguns dos principais nomes-destaques dos Les Bleuets: Léo Coly, Louis Carbonel (RC Toulon), Jean-Baptiste Gros, Arthur Vincent (futuro centro da selecção francesa), Thibaut Hamonou (Toulouse) e Jordan Joseph, este considerado como um dos dois melhores jogadores do Mundial sub-20 2019.

O n.º8 que actualmente joga pelo Racing Metró 92 deslumbrou na competição ao se apresentar como um 3ª linha altamente explosivo e móvel, com um capricho para arrancar boas jogadas, especialmente quando está a trabalhar no contacto, evocando uns offloads carregados de “veneno”, somando ainda uma fisicalidade temível e que força um domínio total para irritação (ou desespero) dos seus opositores. No World Rugby U20 Championship foi responsável por 5 ensaios (em 5 jogos), 28 placagens (90% eficácia), 3 turnovers e outros números de relevo que ajudou a França chegar ao teu ambicionado bicampeonato.

Veja-se o ensaio de Joseph contra as Fiji, em que na primeira acção com bola consegue entrar bem no contacto e atirar um offload improvável, para três fases a seguir aparecer à ponta e impor um handoff que colocou o nº15 adversário estendido no chão. 2019 foi apenas a confirmação do que já tinha aconteceu na mesma competição em 2018, uma vez que recebeu o prémio de melhor jogador do torneio a par do táctico-abertura Louis Carbonel, alimentando cada vez mais o seu “nome”.

Mas quem é Jordan Joseph? Nascido e criado nos subúrbios de Paris, chegou ao rugby com 9 anos, mas foi a partir dos 12 que começou a cativar o interesse de observadores e escolas de rugby mais “profissionais”.

Entre os 13-14 alinhou ao serviço do AAS Sarcelles, para depois assinar pelo RC Massy em 2014 (emblema que formou Yacouba Camara, Mathieu Bastareaud ou Grégory Lamboley), tendo ficado no clube até 2018 altura em que passou para o serviço do Racing Metró 92. Tem sido uma escalada ímpar de Joseph, que entre 2018 e 2019 conseguiu surpreender as plateias um pouco por todo o Mundo para de seguida confirmar o seu potencial e talento tanto na selecção sub-20 francesa como da equipa parisiense, apresentando-se como uma das soluções (a curto ou médio prazo?) para substituir Louis Picamoles na selecção francesa.

Já falámos de algumas características físicas e técnicas, mas há mais alguns pormenores que merecem um destaque especial para perceber qual pode vir a ser o impacto do nº8 no futuro do rugby gaulês:

Intensidade e ritmo físico frenético e imponente, aplicando sempre uma “agressividade” pesada e dura tanto no trabalho de garantia/disputa de ruck, como no sacrificar-se na ida ao contacto, para depois reposicionar-se velozmente para nova investida;

– Handling soberbo e de “veludo”, em que mostra uma elegância e segurança com a oval em sua posse, conseguindo acelerar no momento certo para depois se desembaraçar dos placadores contrários (tem de ser normalmente parado por dois adversários quando está embalado) e escolher entre o offload genial ou no carregar até ganhar metros suficientes e espalhar um caos mínimo que ajuda a desorganizar o bloco defensivo contrário;

Liderança, um termo que escasseia nos Les Bleus não só pela reforma de vários líderes mas também devido à ausência de novos nomes que tenham a audácia de se assumir o protagonismo e a frente da “defesa” da França. Nos sub-20 foi uma das principais vozes dos bicampeões mundiais, liderando a avançada com uma maturidade e ambição titânica, que deram outra dimensão mental aos franceses durante toda a competição. Já se nota essa presença e papel no Racing 92, apaixonando o público parisiense ao ponto de ser visto como o futuro capitão do emblema francês;

Fisicalidade na placagem… sabe colocar todo o seu peso no impacto, arremessando placagens de elevado nível, um pormenor importante para garantir o seu lugar entre os futuros destaques da avançada francesa. No TOP14 já é reconhecido como uma ameaça constante, principalmente para aqueles jogadores que saem do ruck sem ver onde está o placador mais próximo, que acabam por ser vítimas de um “atropelo” de Jordan Joseph.

Está fechado o ciclo de Jordan Joseph nos sub-20 de França e com 19 anos nas pernas (fará 20 anos em 2020), ombros e cabeça (inteligente na leitura defensiva e um bom trabalhador no contexto ofensivo) veremos se nas próximas 6 Nações teremos a sua presença entre os convocados.

Uma pequena demonstração daquilo que consegue fazer…


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