O “problema” para o lugar de nº6 nos All Blacks – Me(r)lim Rugby Talks 1#

Fair PlayJulho 24, 20195min0

O “problema” para o lugar de nº6 nos All Blacks – Me(r)lim Rugby Talks 1#

Fair PlayJulho 24, 20195min0
Luke Jacobson, Vaea Fifita, Shannon Frizell, Scott Barrett ou Kieran Read... quem é que vai acabar a nº6 dos All Blacks em 2019? A primeira crónica de Frederico Melim no Fair Play

Desde as saídas dos lendários Richie McCaw e Jerome Kaine, que o mix perfeito para a 3a linha dos Allblacks tem sido uma área de muito debate.

Sam Cane passou a maior parte do ano a recuperar de um pescoço Partido enquanto Ardie Savea demonstrou toda a sua evolução e crescimento, atingindo o pico de forma no Super Rugby com os Hurricanes este ano.

Fez Savea o suficiente para ser considerado o melhor 7 da Nova Zelândia, ou Cane ainda deve ser considerada o herdeiro incumbente de Richie McCaw?

Kieran Read também iniciou o ano com um atraso na sua preparação, apenas voltando a jogar à 7ª ronda. O Capitão Maravilha de 33 anos de idade não tem jogado ao seu melhor nível nos últimos anos e demonstra uma quebra no dinamismo que torna Savea tão especial, desequilibrador e que poderá ser uma arma fundamental nas saídas de mêlée.

Estará o lugar de Kieran Read em perigo, mesmo ainda sendo o capitão dos All Blacks?

Se o passado servir de referência, Read e Cane serão o 8 e 7 respetivamente enquanto Savea irá continuar a providenciar impacto tremendo a partir do banco para fechar os jogos nos últimos 20-30 mins. No entanto ficamos com a maior questão de todas…

Qual é a melhor opção a 6 para os Allblacks?

Existe sempre a opção de usar uma solução de mudança posicional na qual Scott Barrett, que está mais habituado a 2ª linha, poderia cobrir o lado fechado. Alternativamente se a Nova Zelândia quiser simplesmente o melhor asa fechado à sua disposição, passa por mudar Read para asa algo que já aconteceu anteriormente com Richie McCaw…

No entanto, se voltarmos a olhar para o comportamento dos seleccionadores All Blacks anteriormente, esta opção parece pouco realista.

Recentemente Steve Hansen falou sobre a Barrett cobrir a posição de 6 quando fez a primeira convocatória do ano, no seguimento das exibições do mesmo pelos Crusaders anteriormente. Esta opção parece ser mais provável a ser usada já no fim dos jogos, não parecendo ser viável desde o começo. Apesar de ser um jogador fantástico, a aparente falta de alguma mobilidade torna difícil poder jogar na 3ª linha durante pelo menos 60 minutos a titular.

Todos os sinais apontam para os All Blacks recorrerem a uma opção pura para asa fechado, na qual existem várias opções mesmo com falta de experiência internacional significativa.

Vaea Fifita foi titular mais uma vez no fim de semana contra a Argentina, equipa contra a qual teve a sua estreia internacional em 2017 cheio de dinamismo e explosão, mas falhou ao não relembrar os seleccionadores da sua imensa capacidade atlética, passando despercebido e sem causar impacto.

Apesar de contar já com 10 internacionalizações, e apenas duas a titular, ainda não fez o suficiente para indicar que está pronto para ser dono da camisola 6. É verdade que foi destrutivo e imperial contra Japão ou Itália mas os All Blacks precisam de alguém que seja um gigante contra equipas como África do Sul, Inglaterra ou Irlanda.

Fifita pode vir a ser um dos infelizes a serem omitidos da equipa que irá jogar contra os Wallabies depois de não brilhar em Buenos Aires, sendo que contra a África do Sul provavelmente irá ser chamado o próximo da fila, Shannon Frizell que não viajou para a Argentina devido a uma pequena lesão, mas no entanto já se encontra recuperado e em forma para Sábado.

Frizell teve a sua estreia no ano passado contra estes mesmos Springboks em Pretoria. Com apenas 4 internacionalizações, ainda é uma opção bastante inexperiente e provavelmente um sortudo por ter sido convocado para os All Blacks depois de ter caído de forma nas últimas jornadas do Super Rugby, mas a sua fisicalidade e atletismo podem ser fundamentais e marcantes no cenário internacional já este fim de semana.

Olhando para o futuro mais longínquo, Dalton Papalii é uma das mais fortes opções para número 6 apesar de ter sido usado exclusivamente a 7 nos seus únicos dois jogos pela NZ. Esses jogos foram contra Japão e Itália, ficando no ar a dúvida de como se comportará o jovem jogador dos Blues contra oposição de alto nível.

No entanto a sua versatilidade poderá dar-lhe uma importante vantagem contra Matt Todd por um lugar na equipa final selecionada para o Mundial, mas Todd que tem ampla experiência e está na melhor forma da sua vida, possivelmente será titular este fim de semana contra os Springboks e cimentar a sua posição.

A última opção para este fim de semana é o homem que se estreou o fim de semana passado contra a Argentina e impressionou todos, Luke Jacobson.

Jacobson, anterior Capitão dos All Blacks sub-20, tinha sido dado como certo na convocatória futura All Black para o Mundial desde o início da época mas parecia provável que tal não fosse acontecer devido às lesões por traumatismo craniano que o amaldiçoaram no fim desta época e que o deixaram de fora várias semanas com muita incerteza sobre o seu futuro imediato. No entanto a sua convocatória só demonstra a confiança depositada pelos seleccionadores neste jovem jogador que conta apenas com 31 jogos profissionais de rugby e que não tinha jogado desde 31 de Maio.

Depois de sair do banco contra a Argentina, não foi extraordinário, mas também não fez nenhum erro, tendo sido bastante físico e agressivo acabando com 8 placagens, mais que qualquer suplente e duas mais que Fifita.

As suas chances de ser titular neste fim de semana contra África do Sul podem ser poucas pois existem quatro 3as linhas ainda sem nenhum jogo feito, mas os All Blacks só tinham a ganhar com a inclusão deste jovem talento contra os ultras físicos e agressivos Springboks.


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