Alcateia sub-20 post-WRTrophy Match 3# com Luís Pissarra e José Roque

Francisco IsaacJulho 18, 20194min0
Portugal despachou o Tonga e está na final da competição, tendo só sofrido 6 ensaios em 3 jogos, para além de ter feito mais de 15! A entrevista post-match com Luís Pissarra e José Roque aqui no Fair Play

Portugal rubricou nova grande exibição no World Rugby Trophy e carimbou a passagem à final da competição, onde espera agora o Japão. Luís Pissarra e José Roque explicam como foi construída a vitória frente ao Tonga e os cuidados a ter no encontro com a selecção nipónica no Domingo às 23h00 (portuguesas)

JOSÉ ROQUE (CAPITÃO)

Estão na final com uma exibição dominadora e que silenciou a suposta maior fisicalidade do Tonga. O que é foi combinado entre vocês antes do início de jogo? E como é que os avançados se sentiram após as duas primeiras formações ordenadas?

Primeiro decidimos e estávamos mentalizados que não nos iríamos deixar intimidar pela Tonga! Sabíamos que iriam ter um jogo muito duro e direto, e estávamos mentalizados e predispostos para este embate! Nas melles sabíamos que eles têm um bom início de jogo e que teríamos de aguentar este impacto inicial, depois de 3,4 melles Tonga foi fisicamente abaixo e nós conseguimos manter o nível de intensidade!

O apoio da vossa equipa ao portador de bola está sempre por perto… Quão fisicamente trabalharam para atingir este patamar? E achas que é possível melhorar?

É o resultado de uma grande preparação física que tivemos! Os treinos em Lisboa foram muito intensos e com muita carga física, foi duro mas nós sabíamos que no final iria compensar! Claro que é sempre possível melhorar, não nos podemos contentar com o que temos, queremos sempre trabalhar e melhorar!

LUÍS PISSARRA (SELECCIONADOR)

Luís, exibição dominadora de Portugal neste jogo que garantiu a final da competição. A defesa esteve como idealizavas? Sentiste que houve algum momento decisivo no jogo?

Sim, nós estivemos muito focados na defesa e temos vindo a melhorar progressivamente desde o início do Trophy. Tínhamos ali alguns objectivos concretos que estudámos para parar o ataque de Tonga, sabendo bem como havíamos de processar. A nossa defesa foi praticamente imaculada, ao contrário do jogo contra o Canadá que tinham conseguido explorar a linha e conseguir algumas quebras-de-linha. O Tonga ficou a reduzido a dois linebreaks o que demonstra que a nossa eficácia defensiva foi gigante, e apesar de se falar da nossa velocidade no ataque, das nossas linhas de corrida e como metemos rapidez no jogo, foi novamente a nossa qualidade na defesa que foi intransponível.

Sabíamos que Tonga ia entrar muito agressivo, a querer a intimidar-nos desde o primeiro minuto do jogo e tivemos de nos preparar mentalmente para isso. Sabíamos que se ao fim de algum tempo eles não conseguissem superar pela força entrariam em pânico e o jogo então tornaria-se mais fácil. Claramente não houve um momento que se possa tomar como decisivo, mas a reacção e postura naqueles 15/20 minutos de jogo iniciais foram importantes para o desfecho do jogo.

Portugal garantiu 15 pontos em 15 possíveis, afirmando-se pelo caminho como a selecção com mais pontos marcados. Como é que explicas o que foi atingido até aqui? E o que perspectivas para a final?

O Japão acabou por marcar mais 2 pontos do que nós nesta fase-regular, mas devemos ter sido das selecções jovens de Portugal que teve os indiceis mais ofensivos e que mais pontos marcou na fase-de-grupos. Mais importante que ter sido o melhor ataque, foi o facto de termos sido a melhor defesa desta fase inicial portanto isso deixa-me muito satisfeito e orgulhoso da equipa.

O que se passou até aqui tem muito a ver com a capacidade e do acreditar dos nossos jogadores e o tipo de trabalho, que temos vindo a desenvolver na defesa e na nossa organização enquanto equipa. A partir daqui o Japão é a selecção mais difícil, somos as duas equipas que melhor e mais se destacam até este ponto, mas claramente vai ser uma final muito disputada, sofrida e aqui no torneio fala-se muito de Montevideo de 2017, naquela final que nunca realmente acabou, ouvindo-se muito por aqui a palavra “rematch”.

Foto Destaque: Lucas Sakai / Portal do Rugby


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