Verão louco: terramotos e bombas na NBA

Rui MesquitaJulho 11, 20197min0

Verão louco: terramotos e bombas na NBA

Rui MesquitaJulho 11, 20197min0
O mercado da NBA começou mais louco do que nunca com trocas, mudanças inesperadas, terramotos e bombas. Descobre tudo aqui!

Foi no dia 1 de julho que abriu possibilidade de reunir e negociar com free agents da NBA. Mas não foi preciso esperar até esta data para começarem a chover novidades daquilo que será a nova temporada da liga americana de basquetebol.

A primeira bomba e os free agents

Já no dia 15 do mês passado tinha rebentado a primeira bomba do mercado: Anthony Davis trocado para os LA Lakers por Lonzo Ball, Josh Hart, Brandon Ingram e duas escolhas de 1ª ronda. Depois de toda uma novela, LeBron conseguia a sua estrela para um ataque à Conferência Oeste à procura de um novo líder. Havia ainda espaço para um terceiro homem mas o que aconteceu desde dia 1 era, nesta altura, totalmente inesperado.

A turma dos free agents deste ano era absolutamente incrível! Kevin Durant, Kawhi Leonard, Kyrie Irving, Kemba Walker, Al Horford, Jimmy Butler, D’Angelo Russell, Chris Middleton, Klay Thompson e Tobias Harris eram os mais cobiçados de todos. Os 3 últimos acabaram por assinar com as equipas onde já estava, todos os outros terão nova casa neste ano. Mas vamos por partes.

(Foto: Online Gambling)

Das equipas com espaço para alocar contratos máximos, os Brooklyn Nets foram os mais ativos já que tinham espaço para 2 jogadores. Num negócio totalmente inesperado, Nets e Warriors fizeram sign-and-trade (assinaram e trocaram imediatamente) de Durant e D’Angelo Russell, dando um all-star aos Warriors mesmo perdendo Durant e garantindo mais dinheiro para ambos os jogadores. Logo aqui, um dos fortes candidatos do Oeste que ia ficar desfalcado volta à ribalta, enquanto Klay recupera de lesão, Russell e Curry poderão aguentar o barco dos Warriors e, quem sabe, fazer uma gracinha nos playoffs.

Do outro lado, emergia uma nova equipa a ter em conta. Os Nets assinaram também com Kyrie Irving formando, quando Durant voltar da lesão, um duo muito difícil de parar num Este cada vez mais confuso.

Sem Irving, os Celtics precisavam de uma estrela para juntar aos seus jovens. Horford “fugiu” para Philly e Boston viu no talentoso Kemba Walker uma opção perfeita para ser o novo point guard da equipa. Claro que Philly, mantendo Tobias Harris e contratando Horford, não conseguiria manter Butler. Para onde foi o ex-Bulls? Knicks? Lakers? Clippers? Não, Miami Heat! Mais uma aquisição inesperada que levanta mais uma equipa no Este.

A grande bomba que mais pareceu um terramoto

Dos jogadores que mencionei só falta “revelar” o destino de Kawhi Leonard. E sim, Leonard é um dos melhores da Liga, MVP das finais dando um título histórico aos Raptors, mas é suficiente para causar um terramoto? Não sei, mas o que é certo é que a Califórnia tremeu com um sismo de 7,1 na escala de Richter horas antes do anúncio do destino de Leonard.

Os favoritos para conseguirem Kawhi eram os Raptors e as duas equipas de Los Angeles, Lakers e Clippers. Tanto Raptors como Lakers apresentavam soluções capazes de lutar pelo título deste ano, tal como Leonard queria. Os Clippers teriam que juntar outra estrela para o fazer, mas quem seria? Nenhum free agent estava livre, Beal era impossível e Kawhi deu um nome específico que, caso os Clippers conseguissem, o MVP das finais assinava com a equipa de Steve Balmer. O nome? Paul George…

(Foto: Beacher Report)

George assinou, no verão passado, um contrato com os Thunder. Dois anos a perder na primeira ronda e poucas perspetivas de melhoria na equipa levaram a que PG pedisse para ser trocado para os Clippers. A partir daí tudo se desenrolou. Um autêntico camião de escolhas do draft e dois jogadores depois, Paul George e Kawhi Leonard são jogadores dos Clippers.

Com isto, a equipa “pequena” da cidade dos anjos passa para a frente da corrida no Oeste? Com duas super-estrelas, Lou Williams, Pat Beverley e Montrezl Harrell ao comando de um experiente Doc Rivers, são, para mim, os favoritos no Oeste.

Vencedores e perdedores das bombas

A referência às bombas vem das famosas “Woj bombs” pelo anúncio dos grandes negócios por parte de Adrian Wojnarowski (jornalista da ESPN) no seu Twitter. E que equipas saíram por cima e por baixo desta chuva de bombas dos últimos dias?

Vencedores:

  • Clippers e Nets por conseguirem, cada um, duas estrelas para dominarem (ou tentarem) as respetivas conferências. Deixam, assim, de ser as equipas pequenas de LA e NY;
  • Raptors e Thunder, os primeiros por, apesar de perderem Kawhi Leonard terem conseguido um título com a sua estadia e os segundos por saberem quando apertar o botão de rebuild e conseguirem tantas picks por Paul George;
  • Lakers por, depois de trocarem por Davis terem construído um roster equilibrado com Rondo, Zubac, DeMarcus Cousins, Danny Green e Avery Bradley

Os fãs por terem uma liga mais equilibrada e distribuída que promete uns playoffs ainda mais entusiasmantes do que os deste ano.

(Foto: Ayernax Media)

Perdedores:

  • Knicks por perderem a oportunidade de assinar com alguma estrela num mercado tão recheado;
  • Toronto que, mesmo sendo vencedores, são perdedores por não terem conseguido ficar com Kawhi e com uma forte oportunidade de defender o título conquistado;
  • Também os Lakers são vencedores e perdedores por, apesar da troca por Anthony Davis e do bom roster, não terem conseguido nenhum dos free agent para juntar às duas estrelas.

Pela primeira em muitos anos não fazemos a mínima ideia de nenhuma das equipas que estará nas Finais do próximo ano. O Oeste está mais sangrento que nunca com 5 equipas fortes o suficiente para vencer a Conferência. O Este ficou mais fraco mas não mais previsível, os Bucks parecem partir na frente mas há mais 2 ou 3 equipas capazes de lhes fazer frente.

No mercado ainda faltam Russell Westbrook e Steven Adams para OKC entrar em modo de total reconstrução. Nos próximos dias podemos esperar mais uma bomba a abalar a NBA. Entretanto, com o fim das bombas começará a época onde se dará a verdadeira guerra. Cabe-nos esperar e, enquanto isso não chega, fazer refresh constante no Twitter de Adrian Wojnarowski.


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