Os LA Lakers vão falhar os playoff?

João PortugalJaneiro 25, 20197min0

Os LA Lakers vão falhar os playoff?

João PortugalJaneiro 25, 20197min0
A chegada de alguns reforços não foi o suficiente para colocar os Lakers na rota dos Play-off e estão em perigo iminente de ficar de fora mesmo. As razões da queda e as previsões para o que se segue!

Antes de começarmos a argumentar a favor e contra a possibilidade dos Los Angeles Lakers falharem a post season, respondo já ao que se estarão a perguntar.

Não, se o Lebron James não se tivesse lesionado e a sua equipa não tivesse, quase repentinamente, descido do 6º para o 9º lugar do Oeste, é provável que este texto não teria sido escrito. Porém, esta semana também ficaram sem o base Lonzo Ball entre quatro a seis semanas com uma lesão no tornozelo esquerdo, o que significa que, com Rajon Rondo a regressar aos poucos da sua lesão, só há um base totalmente apto no plantel que, por sinal, está a actuar pela equipa da G-League dos Lakers, os South Bay. Estou a referir-me ao alemão Isaac Bonga.

Posto isto, quem deverá ocupar a posição é Brandon Ingram, e isso não é nada bom. Ingram é a grande desilusão dos Lakers este ano, um jovem que está no terceiro ano de NBA e foi draftado em segundo lugar mas que tem tido um contributo negativo para a equipa em todas as métricas avançadas e que, ainda por cima, tem uma usagem (percentagem do tempo de jogo com a bola nas mãos) elevada.

O base-extremo parece que começa a ter os dias contados no plantel. Digo isto por uma série de razões, independentemente dos seus minutos serem na posição 1 ou 3.

Em primeiro lugar, tem tido um impacto muito negativo na equipa. Tem um valor de win shares risório e em todos os outros indicadores o balanço é negativo. Desde box plus-minus (BPM), ao value over replacement player (VORP), ou mesmo pelo facto de ter um net rating de -13(!). Um jogador que tem a bola nas mãos 23% do tempo de ataque e lança relativamente mal (48,8% 2PT; 30,8% 3PT; 63,7% FT), não pode ter um valor tão negativo para uma equipa com aspirações de playoffs na Conferência Oeste.

Em segundo lugar está a duração do contrato em comparação com a timeline do rebuild de LA. A partir do momento em que os Lakers “apenas” conseguiram Lebron James na free agency do ano passado, e não realizaram nenhuma troca para conseguir Kawhi Leonard, Jimmy Butler ou Anthony Davis, o planeamento para voltar ao topo da liga e lutar pelo título moveu-se uns anos. James não veio para LA ganhar anéis sem outro veterano all-star perto do seu nível e nem parece motivado para tentar suplantar os poderosos Warriors, para já.

Na prática, o que este ajustar do plano significa é que, como já deu para perceber no verão passado, quando os Lakers não quiseram igualar a oferta de 9 milhões de euros por ano feita pelos Pelicans a Julius Randle, a grande prioridade é a manutenção da flexibilidade financeira em todos os defesos.

Erradamente, Brandon Ingram vai receber diversas ofertas de muitos milhões por ano, na próxima temporada, quando chegar a junho como restricted free agent (RFA), e é muito provável que vejamos os Lakers a responder da mesma forma, deixando Ingram sair para a melhor oferta.

Para concluir este tema da timeline, quem a ditará a partir de agora é a fornada que entrou no draft de 2017/18 – Lonzo Ball, Kyle Kuzma e Josh Hart. Para já, parecem os três oferecer condições para que evoluam e se tornem titulares de uma equipa capaz de lutar pelo título. Ter três peças em desenvolvimento com esta qualidade e potencial vindas do mesmo draft permite manter uma flexibilidade salarial invejável até à temporada 2021-2022.

Nesse ano há uma total obrigação de terem montada a estrutura para atacar o título nos anos seguintes. Nada acontece por acaso, Lebron James terá também a opção de continuar no seu atual contrato, em junho de 2021, que lhe pagará 41 milhões de euros, para a temporada final do vínculo de quatro épocas.

Em alternativa, Lebron pode recusar esse último ano e, ou assina um contrato um pouco mais flexível, que ajude a entrada de mais uma ou duas estrelas que venham mesmo para lutar pelo anel, ou pode exigir ainda mais dinheiro para terminar a carreira em Los Angeles, se o plano falhar.

Por que é que o verão de 2021 é o mais importante, onde tudo tem que ficar decidido? Em primeiro lugar porque será um dos anos mais recheados de estrelas na free agency.

Haverá, desde logo, uma quantidade enorme de estrelas em pico de carreira, como Giannis Antetokounmpo, Anthony Davis, Victor Oladipo, Steven Adams, CJ McCollum, Damian Lillard, Bradley Beal e Rudy Gobert. Obviamente que muitos destes nomes continuarão no mesmo franchise, contudo não deixa de haver expectativa para que seja uma das free agencies mais espectaculares de sempre.

Do ponto de vista dos Lakers, a somar a todas as hipóteses para rechearem o franchise de uma ou mais estrelas que cheguem para ganhar, 2021 é o último ano dos rookie deals do trio que mencionei em cima – Lonzo Ball, Kyle Kuzma e Josh Hart.

Ficar com eles de 2021-22 em diante vai sair muito caro, todavia em LA ninguém tem qualquer tipo de reservas a pagar uma factura muito gorda em luxury tax para montar um contender para várias épocas. O preço (em salários e impostos) de criar um candidato ao título para os Lakers não é a preocupação principal no presente, mas sim manter a flexibilidade financeira até lá.

O que pode acontecer para que este plano sofra grandes alterações? Algo parecido ao que se passa actualmente. Há rumores de que os Pelicans não querem perder Anthony Davis na free agency e o querem disponibilizar para trocas.

Os Wizards também estão activos no mercado e certamente tentarão antecipar o seu processo de rebuild antes de perderem Bradley Beal e Otto Porter Jr no mesmo verão a troco de nada. A chegada ao mercado de trocas de Mike Conley e Marc Gasol, cujos contractos expiram igualmente em 2021.

Haverá sempre engodos e oportunidades para tentar descarrilar LA do caminho que Magic Johnson e Rob Pelinka traçaram. Parece claro que será algo parecido com o que descrevi em cima, sendo que eles podem não querer manter e pagar os três jovens. Dificilmente também conseguirão trocar por uma estrela sem terem que deixar sair um ou dois deles.

Retomando a pergunta inicial, os Lakers vão falhar os playoffs? Até ao All-Star break vão ter uma série de seis jogos contra 76ers (2x), Celtics, Pacers, Warriors e Clippers. Não vão ter Lonzo Ball e Lebron James está em dúvida.

Imediatamente a seguir ao All-Star game terão Pelicans (2x), Rockets, Grizzlies e Bucks. Vou arriscar que este calendário agressivo numa altura tão crítica vai arrumar definitivamente com o regresso dos Lakers à post season.


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