Top 10 mundial das Águas Abertas em 2018

João BastosDezembro 28, 20189min0

Top 10 mundial das Águas Abertas em 2018

João BastosDezembro 28, 20189min0
Hora de balanços e para recordar o ano de 2018 no que às águas abertas internacionais diz respeito

Os últimos dias de Dezembro são a altura ideal para recordar o ano que termina e fazer o balanço. O Fair Play faz esse exercício para a natação nacional e internacional e elege os 10 nadadores em maior destaque em cada categoria.


Depois do Mundial em 2017, a grande competição do ano 2018 nas águas abertas internacionais foi o Campeonato da Europa, isto porque os nadadores do velho continente têm sido os grandes dominadores da modalidade (sobretudo no sector masculino). Porém, nas Águas Abertas a Taça do Mundo é uma competição que continua a atrair os melhores do mundo e, por isso, terá também grande preponderância nas nossas escolhas.

Fique a conhecer aqueles que foram para o Fair Play os 10 melhores nadadores de águas abertas do mundo no ano 2018.

Aproveite também para recordar e comparar as nossas escolhas em 2017:

Top-10 mundial das Águas Abertas em 2017

10. Rachele Bruni (Itália)

2018 esteve longe de ser o melhor ano da carreira da italiana e mesmo assim esteve entre as melhores do mundo. Bruni é a vice-campeã olímpica e já venceu o circuito da Taça do Mundo por duas vezes (e consecutivas) em 2015 e 2016.

Este ano ficou na segunda posição do circuito, sendo superada por Ana Marcela Cunha e nos Europeus foi a terceira classificada na prova de 5 km. Nos 10 km ficou no amargo 4º lugar.

Talvez a própria Rachele Bruni não tenha considerado o seu ano positivo, mas para nós é merecedor de top. É número 10 e desce uma posição em relação ao ano passado.

Foto: Coni News

9. Giulia Gabbrielleschi (Itália)

Tem sido a crónica terceira melhor italiana atrás de Bruni e Bridi (também é a mais nova das três), mas a jovem de 22 anos este ano mostrou que pode inverter a lógica e o estatuto estabelecido na equipa italiana (que ainda tem Martina de Memme). Na Taça do Mundo esteve discreta e apenas se classificou no top-10 na etapa do Lago Balaton (foi 4ª), mas nos Europeus esteve em grande nível e logo na prova rainha, os 10 km.

Giulia sagrou-se vice-campeã europeia, superando as suas companheiras de equipa Rachele Bruni e Arianna Bridi, o que constituiu para a transalpina uma excelente afirmação a nível mundial.

Foto: Coni News

8. Logan Fontaine (França)

Do lado masculino foi a revelação da temporada. O francês é ainda júnior e sagrou-se campeão europeu do escalão em Malta. Não participou nos Mundiais de Juniores para se concentrar nos Europeus de Absolutos e a aposta foi bem sucedida com o nadador de 19 anos a subir ao pódio da prova dos 5 km para reclamar o bronze.

Nos 10 km não esteve tão bem, mas as provas disputaram-se em dias consecutivos e Fontaine acusou o esforço de ter ficado à frente de referências mundiais como Rob Muffels ou o campeão do mundo dos 5 km, Marc-Antoine Olivier. Será em 2019 um nadador a seguir com atenção.

Foto: Arquivo Pessoal

7. Jack Burnell (Grã-Bretanha)

Burnell foi vice-campeão da Europa nos 10 km em 2016, mas ficou mais conhecido no mesmo ano por ter acusado Oussama Mellouli de lhe puxar a perna quando ele (segundo o próprio) arrancou para a vitória na prova dos 10 km nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Depois de ter sido quinto, foi Burnell que foi desclassificado por ter feito toques desnecessários noutros nadadores.

Em 2018, o britânico esteve em grande nível na Taça do Mundo e conquistou o segundo lugar do circuito, vencendo na etapa da China, sendo segundo nas Seychelles e terceiro em Setúbal.

Nos Europeus foi apenas 7º nos 10 km, a prova onde ele apostou tudo.

Fonte: TeamGB

6. Leonie Beck (Alemanha)

Se Logan Fontaine foi a revelação do lado masculino, a alemã foi a revelação feminina da temporada. Caso tivesse mantido as prestações iniciais na Taça do Mundo estaria seguramente mais acima neste top. Começou a época com um um 2º lugar em Doha, seguiu-se um 4º lugar nas Seychelles e um 6º lugar em Setúbal. Na última etapa voltou aos bons resultados e foi 2ª na China, classificando-se no 4º lugar final do circuito.

Nos Europeus conseguiu uma brilhante medalha de prata na prova dos 5 km, à qual juntou a prata nos 4×5 km. Já assegurou a sua presença assídua na competitiva equipa feminina da Alemanha que conta com Bosslet, Wunram, Köhler, Maurer e Boy (a próxima a seguir as pisadas de Beck).

Foto: Kompass

5. Arianna Bridi (Itália)

É a terceira italiana neste top e este ano até correu mal para os italianos (no ano passado também estavam três, mas colocámos Bridi no segundo lugar). Depois de se ter apresentado ao mundo no ano 2017 e com grande notoriedade, já que foi logo vencedora do circuito da Taça do Mundo, este ano não conseguiu defender o seu título. Terminou no 7º lugar mas conquistou duas etapas – Seychelles e China.

Foi nos Europeus que fez o seu maior brilharete da temporada vencendo os 25 km e sendo a única capaz de chegar à frente de Sharon van Rouwendaal em qualquer das provas em disputa em Glasgow.

Foto: News Beezer

4. Ana Marcela Cunha (Brasil)

A número 1 do nosso top de 2017 este ano baixa para número 4 mas não por ter estado pior, simplesmente não pôde estar envolvida em provas do nível dos principais rivais (falamos dos Europeus). De resto, a brasileira voltou a estar imperial na Taça do Mundo e venceu pela quarta vez o circuito mundial.

Ana Marcela venceu duas etapas seguidas: Lago Balaton e Lago St-Jean e ainda fez segundo nas Seychelles e terceiro na China e em Abu Dhabi. Para 2019 antecipa-se um tremendo confronto entre Ana Marcela e Sharon van Rouwendaal nos mundiais de Gwangju.

Foto: Satiro Sodré

3. Ferry Weertman (Holanda)

O holandês já era campeão olímpico, campeão mundial e campeão europeu. Faltava o título de campeão da Taça do Mundo, um título que ele nunca se esforçou muito por conquistar…até este ano.

De facto, é muito difícil contrariar Weertman em provas de 10 km. O holandês tem uma capacidade aeróbica fora do comum que mistura com uma ponta final que nenhum nadador de águas abertas consegue superar. É ao sprint que ele gosta de ganhar as suas provas, mas no circuito até só ganhou uma, a primeira, em Doha. Mas foi suficiente para ser campeão da Taça do Mundo com 22 pontos de avanço sobre Burnell.

Nos Europeus renovou o seu título e passam a ser quatro vitórias consecutivas em quatro competições internacionais importantes – Euro 2016, JO 2016, Mundial 2017 e Euro 2018. Parte como favorito para o Mundial do próximo ano.

Foto: Volkskran

2. Kristoff Rasovszky (Hungria)

Se houver alguém capaz de destronar Ferry Weertman nos dias bons do holandês, esse alguém é o húngaro Kristoff Rasovszky. Apenas com 21 anos de idade, o húngaro já domina a modalidade como poucos, faltando chegar aos títulos importantes nas provas de 10 km (que é a prova rainha), mas já com títulos nas restantes.

Rasovszky venceu os 5 km e os 25 km nos Europeus de Glasgow, chegando no segundo lugar nos 10 km no sprint mais difícil de ganhar que há memória para Weertman.

Na Taça do Mundo foi apenas 4º classificado final, mas venceu a etapa de Setúbal pela segunda vez consecutiva, algo que só Thomas Lurz tinha conseguido.

na Taça LEN participou em 4 etapas e venceu as 4. Se no sector feminino o grande duelo nos próximos anos se espera que seja entre Ana Marcela e van Rouwendaal (com Muller à espreita), no masculino os confrontos entre Weertman e Rasovszky prometem ficar na história. E sobre o húngaro comungamos da opinião de Alexandre Pussieldi

Foto: Luís Filipe Nunes/FPN

1. Sharon van Rouwendaal (Holanda)

Escolha óbvia! O que a holandesa fez este ano foi absolutamente do outro mundo, sobretudo a empreitada que levou a cabo nos Europeus de Glasgow. Começou por vencer os 5 km, a prova menos ao seu jeito, mas a pupila de Phillipe Lucas tratou de imprimir um ritmo de tal maneira forte que chegou isolada evitando problemas de maior no final. Nos 10 km controlou a prova a seu bel-prazer e nos 4×5 km conseguiu a terceira vitória em três provas com os seus companheiros de equipa.

No último dia estava a fazer um “passeio” de 25 km seguindo isolada e a ganhar muitos metros às adversárias desde metade da prova mas, a menos de 5 km do fim, enganou-se no percurso e teve de voltar atrás. O que se seguiu foi talvez o momento mais impressionante da história das águas abertas. Seguindo atrás do pelotão da frente e com todas as adversárias ao ataque, Sharon voltou à frente da prova, partiu o grupo e quase voltou a ficar isolada, sobrando com ela só Angela Maurer e Arianna Bridi. A história podia ter sido ainda mais impressionante mas a italiana superou a holandesa no sprint final.

Foto: Peter Sukenik

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