Uma época para esquecer!

Diogo PiscoOutubro 26, 20195min0

Uma época para esquecer!

Diogo PiscoOutubro 26, 20195min0
Depois de muito prometerem, 2019 acabou por ser uma época para esquecer para grandes nomes de 2018.

Com o pelotão internacional de férias e toda a gente já a pensar em 2020, o Fair Play volta ao ativo após algumas dificuldades para acompanhar o final da época 2019. Mesmo a tempo de fazer uma análise sobre os pontos altos e baixos da temporada.

Por esta altura o ambiente vivido em torno do ciclismo é semelhante de época para época. As provas de maior relevo já terminaram, as grandes estrelas estão de férias, e com as principais transferências já divulgadas, os adeptos começam a especular quem serão as apostas ganhas para 2020 com análise nas prestações alcançadas.

Da mesma forma, é natural que se realize uma análise as especulações realizadas em 2018 e se eleja as desilusões da temporada. O Fair Play identifica assim as grandes falhas de 2019, aqueles de quem se esperava bem mais do que alcançaram.

Tom Dumoulin (Team Sunweb)- no fim de um 2018 bastante promissor, onde apesar de não ter vencido nenhuma grande volta, foi o único homem que conseguiu estar na luta directa pelo Giro e pelo Tour, terminando na segundo posição em ambas. Esperava-se que em 2019 o holandês estivesse na luta pela sua segunda vitória numa grande volta. Uma queda no Giro, afastou-o de competição. Esta queda viria a estar na origem dos problemas que levaram  Dumoulin a romper contrato com a Sunweb e a assinar com Jumbo Visma para 2020. Uma época em claro numa idade em que muitos esperavam que fosse o ano de afirmação. Deixou os fãs e os adeptos do ciclismo em geral, um pouco desiludidos.

Michael Valgren e Ben O’connor (Team Dimension Data)- Valgren teve em 2018 a época em que confirmou aquilo que tinha mostrado enquanto sub-23, é um homem de clássicas. Venceu a Omloop Het Nieuwsblad Elite e a Amstel Gold Race e esperava-se que 2019 fosse um ano de discussão pelas grandes clássicas. Tal não aconteceu, passou sempre ao lado dos momentos importantes e acabou por estar bem longe do que se esperava.

Ano difícil na nova equipa, com uma época de clássicas longe do esperado para Valgren. Fonte: Luc Claessen/Getty Images

Um pouco á imagem do seu colega de equipa O’Connor, um jovem que deixou no ar a ideia de poder estar com os melhores trepadores na alta montanha e, para os mais optimistas, entrar na luta pelo top 10 de uma grande volta. O jovem talento passou ao lado de 2019, não conseguindo aparecer nem em etapas montanhosas, nem nas gerais, quer fossem provas de 1 ou mais semanas.

Romain Bardet (AG2R La Mondiale) depois de falhar o pódio pela 3ª vez consecutiva em 2018, 2019 era o ano de regresso de um dos melhores voltistas franceses dos últimos anos. Fora do top 10 do Tour, não será um 2º lugar no Mont Ventoux Dénivelé Challenge e a camisola da montanha no Tour que irá limpar uma época completamente falhada por Bardet.

Rohan Dennis (Bahrain Merida) nova equipa em 2019, traziam ao campeão do mundo de contra-relógio perspectivas de uma época em grande. Apostou tudo no Tour, uma vez que o principal líder da equipa iria correr o Giro. Dennis entrou a colisão com a equipa a meio do Tour e abandonou a prova na véspera do contra-relógio que era favorito a vencer. O ciclista não competiu mais em 2019 e viria a proporcionar uma das maiores novelas desta época, onde só houve algumas certezas quando Dennis se apresentou nos campeonatos do mundo para renovar o titulo ao comando da sua bicicleta de 2018. O descontentamento do atleta com as bicicletas da equipa foi a origem daquilo que foi uma época que desiludiu mais pela falta de profissionalismo do que de resultados.

Fernando Gaviria (UAE – Team Emirates) mudou de equipa para ser o líder indiscutível das chegadas ao sprint e alcançar um grande número de vitórias. As vitorias foram poucas e em provas de pouca importância, sendo que quando estava frente a frente com os grandes nomes do sprint nas grandes provas, Gaviria nem conseguiu incomodar os adversários.

A grande vitória de Gaviria em 2019, foi no Giro, em Maio, e veio por desclassificação de Viviani. depois disto teve sem vencer ate ao fim da temporada em Guangxi. Fonte: Yuzuru SUNADA

Adam e Simon Yates (Mitchelton-Scott) com o espectáculo dado por Simon no Giro 2018 e com a vitória na Vuelta do mesmo ano, era de esperar que este fosse o ano dos irmãos Yates. Não se pode afirmar que tenha sido uma tremenda desilusão, uma vez que os irmãos foram bastante competitivos e vitoriosos ao longo da temporada, mas se olharmos aos resultados na geral de grandes voltas, ambos desiludiram ficando longe de grandes resultados alcançados anteriormente.

Enric Mas (Deceuninck – Quick Step) saiu da Vuelta 2018 em segundo e a avisar os adversários que iria lutar pelo Tour 2019. Um tiro de pólvora seca que acabou com o espanhol bem cedo no Tour e o fez ficar bem aquém do que prometeu. Tem muito para se redimir em 2020, na Movistar.


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