O Ciclismo está de volta – Vuelta a Burgos

Davide NevesJulho 24, 20204min0

O Ciclismo está de volta – Vuelta a Burgos

Davide NevesJulho 24, 20204min0
Já tinham saudades, não era? Mataram saudades com o ciclismo virtual na televisão? Ou o Pro Cycling Manager serviu para esse efeito - matar o bichinho do ciclismo durante estes longos 4 meses sem esta modalidade tão clássica e tão importante no desporto.

O ciclismo está de volta! Dia 28 começa a Volta a Burgos, a primeira prova UCI Pro Series que irá decorrer neste período pós COVID-19. Se tudo correr bem, serão 151 os ciclistas a partir na direção desta nova normalidade que nos afeta a todos.

Notícias recentes apontam para o cancelamento das clássicas do Canadá (Québec e Montreal), e são cancelamentos que não surpreendem, restando apenas a esperança para que não hajam mais provas a sofrer o mesmo destino. A nossa Grandíssima, a Volta a Portugal, foi adiada para outubro.

Elenco de luxo

A nova normalidade.
@Twitter Remco Evenepoel

Voltando a Burgos, o pelotão para a edição número 42 está recheado com os maiores nomes do ciclismo. Destaque logo para a Deceunick-Quick Step, com Remco Evenopoel a liderar a equipa belga (o português João Almeida também constitui a equipa). A Bora-Hansgrohe, ainda sem confirmação oficial, deverá apostar em Rafal Majka como líder e em ciclistas como Jay McCarthy ou Lennard Kamna. Já a Groupama-FDJ deverá entregar a liderança a David Gaudu, a Movistar atacará com Alejandro Valverde, Marc Soler e Enric Mas, a Mitchelton-Scott pondera colocar a carne toda no assador com os irmãos Yates e Johan Esteban Chaves e a Bahrain-McLaren poderá atacar a geral com Mikel Landa, Wout Poels, Pello Bilbao, Damiano Caruso, Matej Mohoric ou Rafael Valls. Uma Bahrain bem recheada para a montanha.

A Jumbo-Visma deposita, ainda que sem oficialização, as suas esperanças em George Bennett e Sepp Kuss, a Trek-Segafredo levará o campeão do mundo, Mads Pedersen, a Arkéa-Samsic irá com Nairo Quintana e, como temos de deixar o campeão em título para o fim, a INEOS irá com o atual bicampeão Ivan Sosa e Richard Carapaz.

A prova em si consiste em cinco etapas, e apenas uma se prevê ter uma chegada em pelotão compacto, a tradicional chegada ao sprint – etapa 4, 163 quilómetros a separar Gumiel del Izán e Roa de Duero. Não há qualquer tipo de contrarrelógio, e a etapa rainha será, sem qualquer sombra de dúvidas a quinta e última etapa, a 1 de agosto, na chegada em altitude a Laguna de Neila.

O Contrarrelógio coletivo contra um adversário invisível

Apesar da qualidade dos ciclistas disponíveis para esta prova ser inegável, o mundo estará de olhos colocados em Burgos, não só por ser a primeira prova desde o regresso, mas também para ver a resposta e toda uma nova forma de organização de uma prova de ciclismo. À semelhança da Bundesliga no futebol, os métodos, as medidas preventivas, todos estes aspetos irão estar sobre escrutínio. Uma das medidas expectáveis é, por exemplo, todos os envolvidos na organização terem de fazer um teste ao novo coronavírus e este mesmo dar negativo, até à véspera do evento. Um teste positivo, com contacto com outros, e a prova pode ficar em risco. Para além disso, o facto de o nosso país vizinho estar com um aumento de novos casos a cada dia que passa (cerca de 700 casos diários, o triplo comparado ao número de casos em Portugal).

Em Espanha, o COVID-19 afetou a equipa do Fuenlabrada, da segunda divisão espanhola, com mais de uma dúzia de casos entre os jogadores. Graças a essa dispersão, um dos jogos teve de ser suspenso, o que levou a que o histórico Deportivo La Coruña fosse despromovido para o terceiro escalão espanhol. No entanto, o facto da Volta a Zamora, uma prova mais amadora, ter decorrido sem qualquer problema, dá esperanças para que tudo corra bem em Burgos e no resto do calendário Pro Series e World Tour.

Muito ciclismo para ver até ao fim do ano, com a emoção ao rubro.


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