5 Grandes Transferências no Ciclismo em 2019

Gonçalo MeloOutubro 17, 20196min0

5 Grandes Transferências no Ciclismo em 2019

Gonçalo MeloOutubro 17, 20196min0
O mercado no ciclismo fervilhou nos meses de Agosto e Setembro, e dele surgiram algumas transferências bombásticas. Fica a par de tudo!

Os ciclistas profissionais do World Tour estão de forma algo recorrente à procura de melhores oportunidades e melhores salários, sendo por isso normal os homens de topo não assinarem contratos de longa duração, preferindo esperar por propostas mais atrativas ou por propostas de renovação. Hoje trazemos-lhe 5 transferências que certamente irão ter impacto na próxima época de ciclismo, quer nas equipas que contratam, quer nas equipas que perderam os ciclistas.

Tom Dumoulin (Team Sunweb para Jumbo-Visma)

Provavelmente a mudança menos esperada e mais surpreendente do ano. O holandês de 28 anos é um dos melhores voltistas da atualidade, e apesar de ter tido um ano para esquecer em 2019 devido a uma lesão no joelho, Dumoulin continua a ser visto como um dos nomes a ter sempre em conta para lutar por grandes voltas.

Desiludido com a maneira como a Sunweb geriu a sua lesão e a sua recuperação, o antigo campeão do mundo de contra-relógio decidiu dar um novo rumo à carreira, juntando-se aos compatriotas da Jumbo-Visma. Mas o que esperar desta mudança?

Se na Sunweb Dumoulin era o principal rosto da equipa, na Jumbo poderá sentir dificuldades em ter o protagonismo desejado, pois na equipa holandesa já moram nomes como Steven Kruijswijk e principalmente Primoz Roglic. O esloveno vem de uma época brutal, a melhor da carreira, que teve como principal destaque a vitória na Vuelta. Por esta razão, vamos aguardar e tentar perceber como é que a Jumbo-Visma vai gerir a co-habitação de Dumoulin e Roglic, que conseguiram evoluir de grandes contra-relogistas para sérios candidatos a vencer grandes voltas.

Sabendo do percurso do Tour de 2020, será curioso perceber quem vai liderar a Jumbo na prova, uma vez que o pouquíssimo contra-relógio não benefecia nenhum dos dois, sendo de esperar uma disputa entre ambos para atacar o Giro.

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Conseguirá Dumoulin festejar novamente numa grande volta? (Foto: Eurosport)

Vincenzo Nibali (Bahrain-Mérida para Trek-Segafredo)

A mudança que mais cedo se deu a conhecer, e que já era há muito anunciada. O Tubarão teve três anos positivos na Bahrain-Mérida, mas decidiu não renovar o contrato com a equipa e aceitou a proposta de dois anos feita pela Trek-Segafredo, o que deverá significar que o vencedor das três grandes voltas vai terminar a sua carreira ao serviço da formação norte-americana.

Em 2019, Nibali esteve perto de vencer mais um Giro, perdendo apenas para um surpreendente Richard Carapaz, o que atesta a enorme capacidade que o italiano ainda tem, prestes a completar 35 anos.

No próximo ano, com a preparação correta e o apoio de nomes como Bauke Mollema, Giulio Ciccone, Richie Porte ou Tom Skujins, não será de estranhar se virmos novamente Vincenzo a gladiar-se por um top3 numa grande volta, ele que alia a capacidade na montanha a um notável talento nas descidas e uma boa capacidade no contra-relógio.

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Irá Nibali discutir mais uma grande volta? (Foto: Gulf News)

Nairo Quintana (Movistar Team para Team Árkea-Samsic)

É certo que há algum tempo não se apresenta no nível que mostrou quando apareceu com 22/23 anos, mas ninguém esperaria uma mudança para uma equipa que não faça parte do World Tour.

O colombiano de 29 anos não renovou o contrato com a Movistar, muito devido ao mau ambiente que se vivia no ceio da equipa, devido à conhecida má relação entre Quintana e Mikel Landa, que lutavam por maior protagonismo dentro da equipa.

O destino de Nairo é a rica equipa francesa da Árkea-Samsic, que ofereceu um salário astronómico ao vencedor do Giro de 2014 e da Vuelta de 2016. A contratação de Quintana, mais as aquisições de nomes como Diego Rosa, Winner Anacona ou Nacer Bouhanni deverão garantir à equipa francesa um consideravelmente maior número de wildcards para as provas do World Tour, equipa que já contava com nomes como Waren Barguil ou André Greipel.

No entanto, é dificil não encarar esta mudança de Quintana como uma demonstração de pouca ambição, mesmo que a curto prazo a Árkea transite para o World Tour.

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Voltaremos a ver o melhor Nairo Quintana? (Foto: Sapo 24)

Richard Carapaz (Movistar Team para Team INEOS)

Mudança estranha por parte do equatoriano. A saída para a INEOS já vinha a ser comentada desde julho, mas a oficialização da mesma aconteceu depois de confirmadas as saídas de Nairo Quintana e Mikel Landa da Movistar.

Ora, com a saída de dois líderes, Carapaz teria certamente maior protagonismo na equipa espanhola, ainda mais numa época em que partiria como um dos defensores de titulo nas grandes voltas. O contrato com a equipa britânica será certamente mais vantajoso do ponto de vista financeiro, mas a curto prazo vai ser difícil para o equatoriano de 26 anos ter protagonismo numa grande volta.

Primeiro porque ainda há Chris Froome, que vai certamente preparar a época com detalhe para atacar mais um Tour, e porque o jovem prodígio Egan Bernal deve liderar a equipa no Giro e possivelmente na Vuelta, limitando o espaço de Carapaz. A juntar a estes há ainda o vencedor do Tour em 2018 Geraint Thomas, e os jovens emergentes Iván Ramiro Sosa, Tao Geoghegan Hart ou Pavel Sivakov, não esquecendo o sempre versátil Michal Kwiatowski.

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Carapaz terá dificuldades em ter protagonismo na INEOS (Foto: Btt Lobo)

Enric Mas (Deceunick Quick-Step para Movistar Team)

O reforço bomba da Movistar para 2020, Enric Mas vai ter a difícil tarefa de preencher o vazio deixado por Quintana, Carapaz e Landa. O jovem espanhol de 24 anos tem um potencial tremendo, sendo muito forte na alta montanha, ele que já conseguiu um fantástico segundo lugar na Vuelta do ano passado.

Ainda assim, poderá ser prematuro colocar muita responsabilidade em Mas, numa altura em que parece não haver mais ninguém para liderar a equipa nas grandes voltas, a não ser o veterano e eterno Alejandro Valverde, que completa em 2020, 40 anos.

Apesar das qualidade de Mas, é de esperar que o jovem espanhol sinta dificuldades em corresponder às expectativas iniciais, sendo fundamental para a Movistar dar a ajuda necessária ao trepador, contado para isso com nomes como Marc Soler, Imanol Erviti, Dario Cataldo ou Carlos Verona, sendo ainda imperativo renovar com elementos como Andrey Amador e Carlos Betancur, que continuam com o futuro incerto para 2020.

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Enric Mas terá um grande desafio na Movistar (Foto: Cycling Weekly)

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