CFL Global Combine – Parte 3: Sucesso nos combines do Brasil e Japão

Miguel Veloso MartinsMarço 22, 20208min0

CFL Global Combine – Parte 3: Sucesso nos combines do Brasil e Japão

Miguel Veloso MartinsMarço 22, 20208min0
Com o CFL Global Combine adiado, continuamos a nossa série de artigos onde apresentamos os melhores talentos selecionados pela liga canadense. No penúltimo artigo da série, vamos falar do muito esperado combine brasileiro e dos dois combines japoneses. Fica a conhecer alguns dos melhores jogadores internacionais.

Belo Horizonte, Brasil

Luis Polastri (Brasil) – LB, Timbó Rex

Luis Polastri é um atleta sem igual no Brasil. Polastri começou a sua carreira nos Sorocaba Vipers, mas rapidamente o jovem LB paulista atraiu a atenção de clubes maiores. Após vencer a Liga Nacional em 2015, Polastri recebe uma proposta para se juntar aos Timbó Rex e competir no escalão de topo do Brasil. Luis Polastri muda-se para Santa Catarina, de modo a poder jogar nos Timbó Rex e em vence mais um campeonato com o clube. O brasileiro decide que está na hora de tentar a sua sorte noutros países e competições, assinando contrato com os Koç Rams da Turquia. Com os Rams, Polastri vence o campeonato turco de 2018 e torna-se vice-campeão da Central European Football League (CEFL).

De volta ao Brasil, o LB escolhe jogar no Galo FA de Belo Horizonte, onde vence mais uma vez o Brasil Bowl. No ano seguinte, Polastri volta para os Timbó Rex. Em 2019, a equipa de Santa Catarina regressa à Brasil Bowl pela primeira vez desde 2016, tornando-se vice-campeã do campeonato. Luis Polastri é um jogador com currículo invejável, sendo provas do seu trabalho como líder em campo e atleta. O LB paulista de 1 metro e 91 e 106 quilos tem uma presença física intimidadora e uma capacidade de liderança fenomenal. Caso Polastri seja chamado para jogar na CFL, podemos esperar uma mudança para Defensive End ou um híbrido de DE e LB (Jack). Esperamos também ver o brasileiro com muito trabalho nas special teams.

 

Klaus Pais (Brasil) – WR, Botafogo Challengers

Klaus Pais começou a jogar futebol americano apenas há 5 anos com os Botafogo Challengers, onde tem jogado grande parte da sua carreira. No entanto, em 2017 mudou-se para os Ponte Preta Gorilas, onde apenas jogou uma época. Em 2018, Pais regressa aos Challengers e vence a Liga Nacional (agora competição de acesso para a Liga Brasil). Agora recebe a chamada para participar no Combine da CFL em Toronto.

Com 1 metro e 85 e 92 quilos, o que lhe falta em técnica, Pais consegue entregar em termos de atleticismo. O WR tem enorme potencial, sendo um dos jogadores mais rápidos e ágeis do Brasil. Achamos que com o seu tamanho e talento, Klaus Pais tem o necessário para atrair a atenção de equipas da CFL que procurem um atleta para desenvolver com o tempo e uma estrela para as special teams.

 

Japão (Tokyo e Osaka)

Taku Lee (Japão) – RB, Obic Seagulls

Taku Lee é sem dúvida um dos melhores jogadores desenvolvidos no sistema competitivo japonês. Lee é o fruto do incrível crescimento que o futebol americano tem tido na terra do sol nascente, este tem atraído imensa atenção de competições norte-americanas nos últimos anos. A jornada de Taku Lee pela América do Norte começa quando o jogador é chamado (com outros atletas japoneses) para treinar e jogar na The Spring League. Nesta competição, cujo objetivo é impulsionar jogadores sem equipa colocando-os à vista da NFL e CFL, Lee tornou-se num dos atletas mais falados e adorados. Isto permitiu que o japonês fosse considerado no Draft da XFL deste ano, apesar de não ter sido selecionado.

Taku Lee tem agora a oportunidade de finalmente se provar como uma estrela e um jogador indispensável em qualquer plantel da CFL. Lee jogou na época passada na liga japonesa X League, considerada a melhor liga da modalidade fora da América do Norte. A estrela dos Obic Seagulls tem tudo o que é preciso para se tornar um bell cow RB na CFL: explosividade, velocidade, ótima capacidade de absorver impacto, balanço e força para se manter de pé e a correr mesmo com muito contacto físico. Ficaria surpreendido se Taku Lee não for uma das primeiras escolhas do CFL Global Draft.

 

Tomoya Machino (Japão) – OL, Kyoto University Gangsters

Tomoya Machino não fica muito atrás de Taku Lee. O linha ofensiva japonês nunca jogou na liga profissional do seu país, mas tem imensa experiência internacional. Machino começou a jogar futebol americano na Kyoto University, onde jogou durante quatro anos. No seu último ano de licenciatura, Tomoya Machino tem vindo a atrair a atenção das ligas norte-americanas. Machino participou no NFL International Combine e para o XFL Showcase, sendo listado para o Draft da liga, não tendo sido selecionado.

Este ano, o OL japonês tem vindo a treinar e ganhar peso para estar na sua melhor forma para a CFL, NFL ou XFL, tornando-o num dos atletas mais bem preparados deste Global Draft. O atleticismo de Machino é fenomenal para um jogador da sua idade e o seu potencial nas mãos de um bom treinador é infinito.

 

Ryota Takaya (Japão) – DL, Fujitsu Frontiers

Ryota Takaya tem tido uma carreira de sucesso. Takaya tem jogado nos últimos anos com os Fujitsu Frontiers e representado a seleção nacional japonesa. Os Fujitsu Frontiers tem estado presentes na X Bowl todos os anos desde 2013, vencendo em cinco das últimas sete temporadas. A seleção japonesa tem vindo a provar-se uma das melhores do mundo, tendo o nível de talento no país subido exponencialmente nos últimos. Infelizmente, não existem muitas informações ou vídeos de jogo que nos permitam analisar o potencial do atleta.

 

Yoshihito Omi (Japão) – WR, IBM Big Blue

Desde Noriaki Kinoshita a Takashi Kurihara, o Japão tem historial a desenvolver bons WRs que dão que falar no estrangeiro. Yoshihito Omi é o mais recente candidato a juntar-se a esta elite e quem sabe fazer mais do que todos os outros. Omi é neste momento o melhor WR no Japão e deverá ter grande impacto no Global Draft.

O WR dos IBM Big Blue é, ao contrário de muitos jogadores internacionais, um excelente route runner.  À semelhança do seu compatriota Taku Lee, Omi consegue absorver o contacto e manter o balanço com facilidade. Este talento combinado com a sua fisicalidade, fazem com que Yoshihito Omi seja uma opção óbvia para qualquer equipa da CFL.

 

Akio Yamagishi (Japão) – LB, Fujitsu Frontiers

Akio Yamagishi tem vindo a desenvolver-se como um dos veteranos de elite da X League. O LB dos Fujitsu Frontiers é o líder da defesa de Kawasaki, onde tem vencido todos os anos a X Bowl desde a sua chegada. Yamagishi tem também entrado consistentemente no top de melhores LBs da X League, tendo liderado a liga em placagens durante algumas semanas de 2019. A sua capacidade de liderança foi recompensada quando venceu o Chuck Mills Trophy (o Heisman Trophy japonês) após a sua vitória na Koshien Bowl de 2016 com os Kwansei Gakuin Fighters. À semelhança de Ryota Takaya, não existem muitos vídeos de jogo que nos permitam analisar o potencial do jogador no Combine e Global Draft da CFL.

 

Takeru Yamasaki (Japão) – K/P, Elecom Kobe Finies

Takeru Yamasaki é o primeiro e único kicker/punter (até agora) chamado para o Combine de Toronto. Yamasaki cresceu a jogar futebol, mas em 2013 decidiu dar uma oportunidade ao futebol americano e o seu talento tem gerado interesse desde então. Tal como Tomoya Machino e Taku Lee, o kicker participou na The Spring League em 2019. 

Takeru Yamasaki foi premiado Most Impressive Player na competição, depois de uma performance fenomenal num dos jogos onde marcou dois field goals com mais de 57 jardas de distância. O japonês tem ainda a versatilidade de conseguir jogar como punter, tendo desenvolvido esta competência na sua última época na X League. Yamasaki será sem dúvida chamado para treinar e jogar na CFL, seja através do Draft ou posteriormente.

 

No último artigo da série, falaremos dos jogadores estrangeiros selecionados através do futebol americano universitário para o CFL Global Draft!


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