March Madness: Virginia, do inferno ao paraíso em apenas um ano

Tiago MagalhãesAbril 9, 20196min0
Termina assim mais um March Madness cheio de emoção e com muitas historias por contar. Aqui no FairPlay mostramos-te os melhores momentos e os nomes mais sonantes deste ano na competição.

As 64 melhores equipas deste ano para o comité da NCAA juntaram-se para mais uma edição do March Madness que apontava para um dos anos mais abertos dos últimos tempos em que não havia um claro favorito para ganhar o título, já que os atuais campeões na Universidade de Villanova, perderam várias peças importantes na caminhada que fizeram o ano passado.

 

Os Blue Devils de Duke eram a equipa a abater, já que contavam com três dos melhores prospects deste ano do Draft em Zion Williamson, RJ Barrett e Cam Reddish. Virginia partia como outsiders, a par de outras universidades como Gonzaga, North Carolina e Michigan State.

 

“Duke Big Three”

 

Ao inverso do ano passado não tivemos nenhuma eliminação precoce de um candidato (o ano passado Virginia, tornou-se o primeiro #1 seed de sempre a ser eliminado por um #16, em UMBC). Sendo assim os maiores destaques da ronda de 64 foram puramente de performances individuais com destaque para o base Ja Morant da #12 Murray State que com um triplo duplo de 17 pontos, 16 assistencias e 11 ressaltos eliminaram os favoritos, a partida, #5 Marquette.

 

Fletcher Magee tornou-se, no primeiro jogo deste torneio, o jogador com mais triplos anotados da historia da NCAA, em representação da Universidade de Wofford.

 

Na ronda de 32 já vimos a espetacularidade a aumentar logo no primeiro matchup em que #1 Duke e #9 Central Florida se defrontaram com particular interesse na história entre Zion Williamson vs Tacko Fall. Os Blue Devils viriam a vencer na última posse de bola do jogo. Destaque também para o confronto entre #6 Maryland e #3 LSU, decidido com um cesto at the buzzer de Tremont Waters.

 

O nome de Carsen Edwards da Universidade de Purdue viria aqui a realçar-se depois de um máximo de carreira com 42 pontos e 9 triplos marcados frente aos ex-campeões de Villanova.

 

Carsen Edwards, base dos Purdue Boilmakers

 

A chegada do Sweet Sixteen trouxe também as primeiras grandes surpresas com a eliminação de #1 North Carolina aos pés de #5 Auburn com uma performance fantástica dos Tigers pondo 97 pontos no marcador frente ao conjunto de Roy Williams que era tomado como o grande adversário de Duke no torneio.

Nesta mesma ronda #3 Texas Tech mostrou o porquê de ser considerada uma das melhores equipas defensivas do ano com uma vitória estrondosa por 63-44 frente a #2 Michigan.

 

Um dos melhores jogos da competição até ao momento também estava guardado o melhor jogo com #3 Purdue a vencer #2 Tenneesse após prolongamento, num verdadeiro hino ao basquetebol ofensivo.

 

O Elite 8 foi a verdadeira ronda que caracteriza o March Madness – imprevisibilidade em quase todos os jogos e várias surpresas – o que seria um grande presságio para a Final4.

 

Duke terminou assim a sua caminhada depois de uma derrota por 1 ponto apenas frente a Michigan State. Na última jogada do encontro RJ Barrett partiu para a linha de lance livre para tentar empatar o jogo, porém após falhar o primeiro de dois lançamentos tentou falhar o segundo para um possível ressalto ofensivo e acabou por marcar sem intenção. Destaques para o base Cassius Winston e para Zion Williamson que finalizou a partida com 24 pontos.

 

 

 A desilusão na cara de Zion Williamson, após derrota

 

Texas Tech destronou a #1 Gonzaga após uma segunda parte quase irrepreensível a nível defensivo frente a uma das equipas com mais soluções ofensivas da nação.

 

Nas outras duas partidas, #5 Auburn eliminou #2 Kentucky com uma excelente performance ofensiva enquanto que Virgínia sobreviveu a uma partida extremamente complicada frente a Purdue, batendo-os no prolongamento apesar de mais uma enorme exibição do base dos Boilmakers Carsen Edwards com 42 pontos.

 

Chegávamos assim a Final 4, disputada este ano em Minneapolis, com dois matchups imprevisíveis a partida, e que seriam dois dos jogos mais apreciados do torneio deste ano.

 

Texas Tech mostrou mais uma vez a sua tremenda capacidade defensiva anulando os super favoritos Michigan State, apenas deixando uma das melhores equipas da nação anotar 51 pontos. Grande destaque para a exibição do base Matt Mooney que esteve completamente on fire na primeira parte.

 

Na outra meia final teríamos o jogo mais emotivo deste ano com Virgínia a redimir-se do ano passado e a garantir um lugar no jogo do título após um final bastante controverso. Na última posse de bola do encontro os Virgínia beneficiaram de três lances livres pelo seu melhor lançador Kyle Guy a 0.6 segundos, que viriam a fazer com que os Cavaliers vencessem a partida por 63-62.

 

Na madrugada de Segunda para Terça em Portugal, Texas Tech e Virgínia encontram-se no jogo que culmina todo o March Madness, o jogo do título.

Em confronto estavam duas das melhores defesas do país e os últimos dois treinadores do ano da NCAA em Bruce Pearl (2019) e Tony Bennett (2018).

 

Esperava-se duas equipas a jogar um ritmo lento, poucas balanceadas ofensivamente e com enorme rigor táctico, e foi isso mesmo que aconteceu.

 

Os Cavaliers de Virgínia estiveram quase sempre no controlo da partida mas nunca tiveram uma vantagem que chegasse acima dos 10 pontos. A equipa de Bruce Pearl esboçou uma reacção nos últimos 8 minutos que fez com que tivessem o último ataque do tempo regular para vencer, mas não conseguiram concretizar, levando assim o jogo para prolongamento.

 

A maior experiência no prolongamento de jogadores como Ty Jerome, Kyle Guy e DeAndre Hunter (tudo possíveis jogadores a ser draftados na NBA este Verão) foi crucial frente a um conjunto de Texas Tech onde a estrela Jarret Culver apenas apareceu a espaços.

 

A equipa de Tony Bennett tornou-se assim a primeira da história a ser eliminada na primeira ronda num ano e no ano seguinte a ganhar o título, curiosamente na sua primeira final de sempre. Kyle Guy foi escolhido como o Most Outstanding Player da Final4.

 

Aqui fica o eterno One Shinning Moment que marca mais um fim de competição. Ate para o ano!!

 


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