EHF Champions League Final4, quem vence a Europa? (pt.1)

Tomé BritoMaio 22, 20186min0
Três equipas francesas e uma macedónia irão lutar pelo trono de melhor equipa europeia no próximo fim de semana, 26 e 27 de maio. Iremos ter uma revalidação do título? Ou irá o troféu viajar para França?

É já no sábado em Colónia, na Lanxess-Arena, que irá ter início a Final Four da EHF Champions League. Pelas 14:15h, hora de Portugal Continental, iremos ter um duelo francês com o Nantes (uma das duas surpresas) a defrontar os favoritos PSG. Já às 17:00h o Vardar inicia a conquista do título contra o Montpellier, a outra surpresa, naquela que é uma das meias-finais mais imprevisíveis dos últimos anos.

Para poder assistir aos jogos de sábado basta apenas ter Sport TV, já que no segundo canal da mesma irão passar em direto ambos os encontros, também no site da EHF TV deverá ser possível fazê-lo. Mesmo que todos os olhos estejam postos em Kiev não vai haver desculpa para se perder um minuto que seja destas incríveis meias finais.

Durante o resto do artigo iremos analisar a primeira meia-final e tentar prever quem irá estar presente na final de domingo.

O Duelo Francês

Na primeira meia final Nantes e PSG irão defrontar-se num jogo que no papel já parece estar decidido para os lados dos homens da capital. É verdade que o PSG possui muito mais qualidade individual, ou não tivessem eles dois dos melhores jogadores do mundo em Karabatic e Hansen e um dos mais promissores em Sander Sagosen, mas engane-se quem pensa que o Nantes, que para surpresa de muitos conseguiu chegar a esta fase, vai ser uma presa fácil. Apesar de o confronto direto da época favorecer mesmo o PSG (2 vitórias no campeonato e na taça da liga e um empate no campeonato) esta época o Nantes já conquistou a supertaça de frança ao derrotar o mesmo adversário por 26-32, por isso o favoritismo do PSG andará a rondar apenas os 65%.

Para chegar a esta Final Four ambas as equipas tiveram caminhos muito diferentes. Na fase de grupos o PSG acabou em 1º lugar do grupo B, o que lhes permitiu passar logo para os quartos de final, enquanto que o Nantes teve que jogar os oitavos fruto de um 3º lugar no grupo B. Nos oitavos de final a equipa do oeste de frança derrotou os sempre difíceis Meshkov Brest para depois a sorte lhe sorrir nos quartos onde derrotou o Skjen da Dinamarca e a equipa mais fraca ainda em prova, marcando assim presença na final four. Na mesma fase o PSG passou com distinção o teste Kielce, ao derrotar os polacos por um resultado agregado de 69-60.

Sagosen tenta passar por Aguinagalde (PSG vs Kielce) (Foto: ehfCL.com)

Do lado do Nantes vamos ter uma equipa que adora atacar e fá-lo bastante bem (média a rondar os 28 golos por jogo) mas que demonstra por vezes graves falhas na defesa. Neste lado do campo são capazes do melhor, isto quando Dumoulin e Siffert, que disputam o lugar de guarda-redes titular do clube e da seleção gaulesa, estão nos seus melhores dias e do pior, que são aqueles jogos em que os demais jogadores demonstram uma apatia imensa para defender deixando ambos os guarda-redes com uma tarefa árdua. São uma equipa muito experiente e é aí que se encontra a maior arma da equipa. Kiril Lazarov e Dominik Klein por exemplo são jogadores que já conquistaram muito no andebol, o primeiro até é o melhor marcador de sempre da competição, e que ajudam muito esta equipa a lidar com os vários momentos do jogo, sabendo quando acelerar ou diminuir o ritmo de jogo.

A inteligência do central Nicolas Claire (atenção à dupla Claire-Tournat) que faz todos os seus colegas aumentarem a produtividade no ataque é outro dos focos da equipa. Outros jogadores a ter em conta são o jovem pivot Tournat – pivot muito forte fisicamente, que ganha muito bem o seu espaço entre os defesas e que revela elevada técnica na hora de finalizar – ou o lateral direito Gurbindo, que depois de não se ter afirmado completamente no Barcelona mudou-se para Nantes, onde conseguiu relegar para o banco em muitos jogos Lazarov (o titular do Barcelona na altura de Gurbindo no clube) e tem evoluído bastante ao nível do remate dos 9 metros, ele que apesar da sua altura era um jogador muito forte tecnicamente e no 1 contra 1.

Nicolas Claire, o “cérebro” do Nantes (Foto: L’Équipe)

Do outro lado o PSG vai tentar não desiludir pelo 3º ano consecutivo. Depois de todo o investimento feito para tornar o PSG na melhor equipa de andebol da europa (se apenas tivermos a qualidade individual são isso mesmo) a equipa francesa tem ficado aquém das expetativas ao conseguir apenas um 3º lugar em 16/17 e o 2º lugar na época passada. Contudo este ano a equipa está diferente, nota-se que os jogadores estão mais concentrados, a equipa está coesa em ambos os lados do campo e todas as estrelas da equipa, e são muitas, finalmente perceberam o seu lugar na equipa e já não jogam apenas por si.

A chegada de Rodrigo Corrales para a baliza parece que foi o “turning point” para o PSG, o espanhol está a realizar uma época brilhante e tem assegurado sozinho muitas vitórias para a sua equipa. Não há uma única posição nesta equipa que não possua um ou dois jogadores de classe mundial e por isso podíamos perder um dia a escrever sobre todo o plantel. Uma equipa que ataca muito bem – Sagosen vai finalmente poder mostrar-se numa final four depois de já ter liderado a Noruega a duas finais internacionais – e que defende quase tão bem como ataca, no entanto as possíveis ausências de Jesper Nielsen e Luka Karabatic, as âncoras defensivas do 6-0 da equipa, podem jogar a favor do Nantes. Mas uma coisa é certa, este é o ano do tudo ou nada para o PSG, uma vitória frente ao Nantes vai ser vista como algo normal enquanto que tudo o que não seja estar presente na final de domingo irá ser uma desilusão total e podemos mesmo assistir à implosão do clube casa tal aconteça.

Rodrigo Corrales já garantiu muitas vitórias para o PSG esta época (Foto: sextoanillo.com)

Depois de tudo o dissemos acima podemos concluir que o jogo será tão equilibrado quanto as estrelas do PSG o quiserem. Se tiverem para complicar como em anos anteriores o Nantes poderá ter hipóteses de discutir a presença na final, caso contrário podemos assistir a um grande atropelamento por parte do PSG. Prevemos uma vitória relativamente fácil para o PSG a rondar os 5-8 golos de vantagem.


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