12 previsões improváveis após primeira semana da NBA

João PortugalOutubro 30, 20196min0
O que é o desporto sem um pouco de imprevisibilidade ou propostas do que vai acontecer? Depois de uma primeira semana quente do arranque da NBA avançamos com estas previsões improváveis!

Fez ontem uma semana que a nova temporada teve início e já houve muitas surpresas, em relação à percepção do que, pelo menos, nós que acompanhamos a NBA e escrevemos para o Fairplay tínhamos uns dias antes de começar. Mas não fomos só nós, quer pelo twitter, quer em conversas com amigos, há muitas surpresas, umas positivas, outras bem negativas e, como tal, decidimos juntar uma série de reações exageradas neste texto. Vamos a isso:

Começando pelas notas positivas, os Atlanta Hawks vão aos playoffs – os três primeiros jogos dos Hawks foram contra três adversários que estarão ou na luta, ou garantidamente nos playoffs e o saldo foi excelente. Venceram os Pistons fora, Magic em casa e perderam a cinco segundos do fim, em casa, com Philadelphia. Com toda a certeza podemos afirmar que é uma amostra suficiente para perceber o real valor da equipa!

Trae Young vai ser All-star – esta parece certa de acontecer. Com médias de 34/9/6 nos primeiros três encontros, a lançar acima de 50% de 3pt, que dificilmente manterá, com o volume a que lança, mas não deixam de ser valores fabulosos e que lhe garantirão uma presença no All-star, mesmo que desçam à Terra. Young é um jovem comandante que melhorou em todos os aspectos do seu jogo.

(foto embiid)

Joel Embiid vai ser o MVP e 76ers ganham 60 jogos – Com médias de 26/13/4/2, aliando ao facto de que os 76ers parecem ser a melhor equipa do Este, neste início de temporada, para não falar de que só jogou 28 minutos por partida. Apesar das contantes preocupações com as suas lesões, ainda tem margem para chegar aos 32 minutos por jogo, que lhe podem proporcionar valores ainda mais impressionantes.

Dallas vão ter o melhor banco da NBA e alcançam a post season – os Mavs não só venceram, em Denver, uma das três melhores equipas do Oeste, e uma das poucas equipas que estava invicta, como o fizeram com cinco jogadores do banco em double digits. Max Kleiber, Justin Jackson, Jalen Brunson, Delon Wright e Tim Hardaway Jr combinaram para 61 pontos, num jogo decidido que terminou 109-106.

Timberwolves vão aos playoffs e Karl-Anthony Towns será o poste da 2nd Team All-NBA – Uma das três formações que ainda não perderam, os T-wolves foram ganhar a Brooklyn na estreia de Kyrie Irving que marcou 50 pontos! Com 32 pontos, 13 ressaltos e 5 assistências por jogo, com o restante plantel a parecer mais decente do que se previa, incluindo Andrew Wiggins, Towns está indefensável. Não há um big com a sua versatilidade que consiga marcar cinco triplos por partida e ultrapassar defensores diretos em progressão para o cesto.

Steve Kerr (Foto: USA Today)

No que toca a previsões exageradas negativas, é preciso começar com o Steve Kerr in the room:

Dupla previsão para os Warriors: vão ter dificuldades em ganhar 30 jogosSteve Kerr será despedido – a única vitória de Golden State até agora surgiu de uma visita a New Orleans, que está orfã dos seus dois melhores jogadores e tinha desvantagem em descanso, estando a realizar o seu quarto jogo em 6 noites. Se se confirmar uma ausência prolongada de Kevon Looney, os Warriors ficam ainda mais carenciados de profundidade. Têm nove jovens com menos de 23 anos no plantel que terão dificuldades em ser role players em boas equipas no futuro. Steph Curry e D’Angelo Russell combinaram para apenas 33 lançamentos por partida, o que com um supporting cast tão fraco, com a incapacidade de Steve Kerr em adaptar o estilo de jogo que envolve demasiado jogadores com qualidade insuficiente, é a receita para o espalhanço total. Uma ida à lotaria das bolas de ping pong em junho adivinha-se e Kerr pode não sobreviver a tal decepção. Curry e Russell deviam lançar 60 vezes por jogo.

Pacers falham playoffs – a única equipa da conferência mais fraca que ainda não ganhou qualquer encontro. A dupla de bigs Myles Turner e Domantas Sabonis, que tinha tudo para resultar, visto que ambos conseguem esticar o jogo até à linha de 3pt e são bons defensores, Turner é excelente até, só que são a pior equipa da liga a ressaltar, o que numa era de pace alto e foco altamente ofensivo, é terrível. A rotação de bases também é fraca para aguentar lutar pelos playoffs enquanto não houver Oladipo.

Portland também termina época em abril – a certa altura o supporting cast dos Trail Blazers será insuficiente para ajudar Damian Lillard e CJ McCollum a alcançar os playoffs. Portland está acima do cap salarial há alguns anos e nunca falhou os playoffs mesmo depois do mais recente rebuild (já escrevi isto tantas vezes mas eles continuam a provar que o plantel é suficiente). Este ano o Oeste está fortíssimo, ainda mais que em anos anteriores em que estava claramente acima da Conferência Este, é uma boa temporada para finalmente acontecer.

Lebron James não estará em nenhuma All-NBA team no final da época – se acontecer será a primeira vez desde 2004. Terminamos o artigo com estrondo. É mesmo um tiro no escuro, porque não se trata só de Lebron entrar em declínio mas também de quem vota aceitar que há mais jogadores em excelentes equipas nessas posições.  Vejamos: há 6 lugares para os Forwards nas All-NBA. Giannis Antetokounmpo, Kawhi Leonard e Anthony Davis são garantias (salvo lesões graves). Depois há duas apostas em estreias, Pascal Siakam e Kristaps Porzingis.

Ainda há outros repetentes que poderão ter um papel mais determinante nas suas equipas que Lebron, que estará em gestão rígida de minutos após os sustos da época passada: Paul George e Jimmy Butler. Para finalizar ainda há os dois extremos titulares das duas melhores equipas do Este, que poderão com alguma probabilidade alcançar 60 vitórias, Tobias Harris e Khris Middleton, que estão nos primeiros anos do prime das suas carreiras.

Trae Young (Foto: CBS)

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