Venha a nós a nossa Liga!

Fair PlayJunho 2, 20203min0

Venha a nós a nossa Liga!

Fair PlayJunho 2, 20203min0
Está aí o regresso da Liga NOS com 9 jornadas para se jogarem... mas porque é que devemos estar contentes pelo seu retorno?

Artigo escrito por Guilherme Catarino

Foi no recente dia 28 de Abril que o Primeiro-Ministro português António Costa deliberou, em conjunto com o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, o Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença e os presidentes Pinto da Costa, do FC Porto, Luís Filipe Vieira, do Benfica e Frederico Varandas do Sporting, que a Primeira Liga de futebol iria ser retomada na sua jornada 25, a partir do próximo dia 3 de Junho.

Como atividde autorizada ao desconfinamento, o Governo português garantiu assim, sob a égide das mais minuciosas e específicas medidas de proteção, que os simpatizantes da modalidade se poderiam voltar a deleitar com o principal desporto que move o país. Em casa, é certo. Sozinhos, é certo. Mas importa atentar supra nas coisas positivas que este retorno comporta, mais do que nos aspetos negativos que tantos fazem questão de destacar.

Não poderemos acompanhar de perto este espetáculo, nem em “casa” nem fora. Especialistas dirão, até, que o espetáculo cultural perde grande parte da sua essência sem o colorido dos adeptos e o seu apoio preponderante. Foquemos, no entanto, e primordialmente a situação pandémica que pulveriza o mundo a cada dia que passa, com prejuízos nos mais diversos setores socioeconómicos e não lidemos com a delicadeza desta situação de acordo com os nossos simples interesses pessoais.

Seria impossível suportar o retorno “usual” do futebol profissional, que como é sabido, move centenas e milhares de simpatizantes nos mais diversos pontos do país, sem colocar em perigo a saúde nacional, que com tantas diligências se tem tentado preservar. Citando Fernando Pessoa, “o perfeito é o desumano” pelo que nos devemos alegrar com a mais perfeita das imperfeições.

E porque não? Tenho até a certeza de que aqueles mais apaixonados (porventura os que mais contestam esta decisão do “retorno imperfeito”) se sentam, desde o dia 16 de maio, data de recomeço da Bundesliga, a acompanhar o seu futebol igualmente carenciado de certos elementos que (cremos nós) ser essenciais, com igual (ou até mais!) apreço do que o futebol jogado no seu calendário normal. Curiosa reação esta, refira-se.

Dia 3 o futebol português inaugura o seu regresso no Municipal de Portimão, com o Portimonense a receber em casa o Gil Vicente de Vítor Oliveira. Será curioso perceber, nos dias que se seguem, as audiências que este jogo projetará. Por marcar o reinício de um campeonato ferido por uma situação atípica, por comprovar (ou não, em breve confirmaremos) este supremo valor da modalidade, ínsito aos portugueses, e, em ligação, para asseverar que esta luta, levada a cabo por tantas instâncias, para a realização do que resta do Campeonato 2019/2020 valeu a pena e, esperemos nós, apenas venha beneficiar o estado de vida corrente dos portugueses.

Excelente iniciativa tomou o Benfica, quantos aos jogos caseiros do clube daqui em diante, ao solicitar aos seus associados, os seus cachecóis, de modo a preencherem as arquibancadas do Estádio da Luz o máximo possível. Ou o Borussia Moenchengladbach, que colocou cartazes com as faces dos seus adeptos nas bancadas, ambos os clubes com o claro intuito de não fazer esquecer aqueles que os seguem com tanto carinho.

Aproveitemos ao máximo aquilo que tanto almejámos. Aproveitemos o espetáculo que os intervenientes nos trazem através de um ecrã, como se de uma deslocação ao estádio se tratasse, aproveitemos o espetáculo com uma cerveja na mão como se com os nossos amigos estivéssemos, e acima de tudo aproveitemos estas próximas semanas de desporto como um privilégio e como uma arma que, apesar, da sua eventual pequena dimensão, ajudará a travar esta guerra em conjunto com tantos outros fenómenos culturais – e podem ler toda a nossa antevisão no Fair Play.


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