“Underrated” ou simplesmente “esquecíveis”? – Simon Vukčević

José Nuno QueirósJunho 17, 20203min0

“Underrated” ou simplesmente “esquecíveis”? – Simon Vukčević

José Nuno QueirósJunho 17, 20203min0
Nesta nova rubrica do FairPlay, trazemos-lhe alguns dos jogadores que a História do Futebol "esqueceu". Simplesmente "underrated" ou "esquecíveis", estes jogadores marcaram uma era do futebol, à sua maneira. Hoje, trazemos-lhe Simon Vukčević.

Simon Vukčević é um nome que os sportinguistas seguramente não se esquecem. Não por ter sido um jogador histórico no clube, não por ter feito um golo decisivo que deu um troféu, nem por ter feito muitos golos, mas principalmente pela garra, entrega e verticalidade que imprimiu ao ataque sportinguista durante 4 temporadas.

O montenegrino chegou a Portugal em 2007 vindo do Saturn da Rússia, depois de ter começado a carreira no Partizan (na altura clube do seu país, uma vez que ainda era Sérbia e Montenegro) onde fez 76 jogos e marcou 12 golos. Nos leões passou a barreira dos 100 jogos ao atingir os 136 e apontou 28 golos.

Normalmente a jogar na ala esquerda, Vukčević também podia jogar na outra ala ou nas costas do ponta de lança, posição que ocupou algumas vezes quer com Liedson, quer com Hélder Postiga. Isto acontecia porque Paulo Bento gostava de jogar com um losango no meio campo e na impossibilidade jogar nos corredores por estarem ocupados por Izmailov, atuava como segundo ponta de lança.

Vukčević era um jogador rápido e que só sabia jogar para a frente, tendo a baliza e o jogo ofensivo como grande objetivo. Muito forte fisicamente era um jogador que cansava muito os defesas adversários ao não dar uma bola como perdida e que sabia jogar no meio dos centrais, mesmo sendo mais baixo que os mesmos.

O seu festejo característico de braços abertos (Fonte: Visão do Mercado)

 

Ajudou o clube de Alvalade a ganhar 2 taças de Portugal e 2 supertaças e participou em várias campanhas do clube a lutar pela liga portuguesa. Na memória dos adeptos estará seguramente o golo marcado no Estádio José de Alvalade XXI na meia final da Taça de Portugal contra o Benfica, na altura a apontar o 5×3 no encontro.

Sempre muito acarinhado pelos adeptos do Sporting, com quem tinha o hábito de festejar os golos abrindo os braços, tal e qual a alegria de uma criança que marca um golo numa “peladinha” de amigos, a sua saída trouxe uma mistura de sentimentos no clube. Por um lado perdeu-se um jogador que sentia como poucos a camisola e que dava tudo em campo, por outro acabou por sair um jogador que não era um tecnicista que criasse desequilíbrios.

Olhando agora para trás, como sportinguista, nem foi má a sua saída, uma vez que assim não ficou associado aos piores anos da história do clube. Assim irei sempre lembrar-me do montenegrino como o jogador que ajudou o clube a conquistar 4 troféus e que lutou sempre pelo título, apesar de nunca o ter conquistado.

Depois disso, Simon Vukčević ainda teve uma experiência pelo futebol inglês no Blackburn Rovers, mas nunca mais encontrou a estabilidade que teve em Lisboa e com várias passagens por clubes de menor dimensão acabou a carreira no seu país natal em 2018.

Pelo meio nota de destaque para uma passagem pelo Chaves, mas sem expressão, apenas 12 jogos sem golos marcados.

Nas seleções, Simon Vukčević, teve a oportunidade de jogar por 2 países diferentes, fruto da separação da Sérvia e de Montenegro. Não conseguiu marcar nos 5 jogos que fez quando os países estavam unidos, tendo apenas faturado por 2 vezes nos 43 jogos que fez na modesta seleção montenegrina.


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