Um toque de Ledman na renovada Seleção Nacional

Daniel CarvalhoSetembro 10, 20186min0
Portugal tem lançado uma série de jogadores que passaram pela segunda divisão. De André Silv a Gedson, conhecia-los a todos?

Há uma semana atrás, o Selecionador Nacional, Fernando Santos, revelou aos portugueses os 25 escolhidos para atacar a nova competição da UEFA – Liga das Nações. Neste novo torneio, cujo principal objetivo é manter as seleções com níveis de competição altos durante o máximo período de tempo, Fernando Santos optou por dar nova vida ao lote de craques da seleção.

Com Cristiano Ronaldo de fora, o plantel levou uma injeção de juventude enorme, contando até com bastantes estreias. Neste artigo o Fair Play irá recorrer aos arquivos e perceber quantos jogadores da atual Seleção Nacional já passaram pela Ledman Liga Pro, a segunda divisão profissional do nosso futebol.

Sporting CP

Bruma e Gelson Martins são os nomeados, e que dois! Dois extremos do mais veloz, imprevisível e irreverente que o futebol português já assistiu. No entanto, o momento vivido pelo Sporting CP aliado à qualidade dos dois portugueses fizeram com que a passagem pela Ledman fosse muita curta.

Bruma, marcou a diferença na época de 2012/2013 onde se destacou pela sua rapidez, técnica e capacidade de finalização. Até ao momento em que foi chamado à equipa principal leonina era, sem dúvida, um dos melhores jogadores da competição. Isto tudo com apenas 17 anos.

O percurso de Gelson Martins é muito similar, tendo apenas explodido para o futebol nacional duas épocas depois de Bruma (apesar de terem os mesmos 23 anos, atualmente). Em 2014/2015, ‘pega de estaca’ numa equipa B do Sporting recheada de  talentos, tais como: João Palhinha, Francisco Geraldes, Iuri Medeiros, Matheus Pereira ou Ricardo Esgaio. De todos os nomes, Gelson Martins é quem se encontra no clube de maior renome europeu.

O processo de rescisão de contrato com o Sporting levou-o até ao Atlético de Madrid, tendo já conquistado uma Supertaça Europeia.

Gelson Martins ao serviço do Atlético de Madrid, versão 2018/2019

FC Porto

Mais dois nomes e desta feita André Silva e Sérgio Oliveira foram os eleitos. Dois jogadores de duas posições diferentes com percursos distintos na Ledman.

O percurso de André Silva dispensa apresentações. Após um mundial de sub-20 de sonho chega ao início da temporada 15/16 como umas das principais pérolas da Ledman Como seria de esperar, o menino prodígio dos azuis e brancos não desiludiu e nessa mesma época carrega o FC Porto B para a histórica conquista da II Liga Portuguesa. Num total de 15 golos em 31 jogos, faz ainda a sua estreia pela equipa principal tendo contabilizado 3 tentos em 14 jogos.

Um dos maiores talentos que a Ledman já viu jogar é hoje uma das escolhas habituais de Fernando Santos.

Sérgio Oliveira impôs a sua marcar na época de estreia da Ledman Liga Pro, em 2012/2013. Fez 6 golos em 36 jogos, marca essa que o levou até ao Paços de Ferreira na temporada seguinte. O seu estatuto de titular chave nos Pacenses trouxeram-no de volta à Invicta. Apesar de não ter conseguido mostrar o seu futebol numa fase inicial, o empréstimo ao Nantes trouxe uma lufada de ar fresco à sua carreira. Neste momento, é um dos homens fortes de Sérgio Conceição e a sua chamada à seleção é mais do que meritória.

André Silva, o último menino do FC Porto

SL Benfica

João Cancelo, Bernardo Silva e ainda Gonçalo Guedes fizeram parte de um dos elencos mais talentosos da equipa ‘B’ do SL Benfica. Juventus, Manchester City e Valencia são os atuais clubes dos pupilos do Seixal. Os seus nomes ficarão para sempre no quadro de talentos da Caixa Futebol Campus e atualmente arriscam-se a estar na lista de melhores jogadores do mundo nas suas posições, num curto espaço de tempo. A chamada à Seleção Nacional já é carimbo habitual para estes 3 jogadores e daqui para a frente dificilmente sairão dos nomeados. O futuro passa, sem dúvida, por eles.

Renato Sanches é um dos casos mais caraterísticos do futebol português. Todos nos recordamos da época de 2015/2016, quando Renato surge a meio da temporada para se tornar uma das caras do tricampeonato no Sport Lisboa e Benfica. A sua força, resistência física e capacidade de meia distância fizeram do jovem português um dos azes da época de estreia de Rui Vitória ao serviço do Sport Lisboa e Benfica. A juntar isto, Renato termina a época de estreia no futebol profissional em beleza com a conquista do Euro 2016 ao serviço da Seleção Nacional.

De maneira surpreendente, a carreira do médio ex-Benfica tem vindo a decrescer desde então. As chamadas à Seleção tornaram-se escassas fruto das suas exibições menos positivas tanto ao serviço do Bayern Munique como do Swansea (empréstimo). Esta Liga das Nações pode ser uma nova porta de entrada para os grandes palcos, quem sabe fazendo lembrar as exibições ao serviço do SL Benfica, seja na Ledman Liga PRO ou até mesmo na única época em que atuou na Liga NOS.

Sobram os meninos bonitos da atualidade do clube da luz. São eles Gedson Fernandes e Rúben Dias. Por um lado, Gedson representa um poço de trabalho aliado a uma qualidade distinta, tendo em conta a idade do jovem médio português. Por outro, temos Rúben Dias, um autêntico patrão da defesa, mais do que implementado na linha mais recuada dos encarnados e cada vez mais preparado para assumir a nova geração de centrais da Seleção Nacional. Os dois apresentam clausulas de rescisão astronómicas, podendo ser considerados as duas atuais pérolas dos encarnados, a par de João Félix.

Tiveram passagens brilhantes na Ledman, motivo pelo qual a chamada à equipa principal do SL Benfica ter sido uma questão de tempo e não uma interrogação. Agora ao serviço da Seleção Nacional, é esperado um transporte natural do tipo de futebol praticado por estes dois jovens ao serviço dos encarnados.

Renato Sanches e Gonçalo Guedes no tricampeonato do SL Benfica

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