O que mudou (até agora) nos promovidos à Liga NOS?

Francisco IsaacJunho 11, 20186min0
Desde o final do campeonato até a este início de Junho, os promovidos da Liga NOS, CD Nacional e CD Santa Clara, já fizeram mexidas. Quais? Tudo neste artigo!

O Mercado de Verão ainda não abriu oficialmente, mas os clubes insulares da Madeira e Açores já começaram a fazer profundas mexidas no clube, com destaque para o clube de Ponta Delgada. O Fair Play apresenta à Liga NOS já algumas das modificações destes plantéis que vão tentar sobreviver à dura realidade da Primeira Divisão.

Estas são então as principais alterações e novidades em ambos os clubes!

CD NACIONAL

Treinador: Francisco “Costinha” Costa
Saídas mais notabilizadas: Ricardo Gomes (Partizan, custo-zero) e Murilo (SC Braga, estava emprestado ao Nacional)
Melhor entrada: Bryan Riascos (ex-Oliveirense)

Para já as melhores novidades do CD Nacional passaram pelas renovações com algumas “pérolas” da casa, com Diogo Coelho, Jota, Nuno Campos e Camacho a renovarem o seu vínculo aos alvinegros (entre 2 a 3 temporadas). Felipe Lopes também assinou por mais uma época, conferindo experiência de Liga NOS ao clube (relembrar que o central esteve nos melhores anos do clube na Primeira Liga).

A manutenção de Coelho, Campos e Camacho garantem estabilidade ao clube, com destaque para o central que vai jogar pela primeira vez na Liga NOS, após quase 150 jogos na Ledman Pro (duas subidas em quatro clubes por onde passou).

Costinha fica assim com parte do seu core que levou o clube ao título na Ledman Pro. Contudo, também parte do plantel abandonou o clube seja porque os empréstimos terminaram ou os contratos findaram.

Na primeira situação, há os casos de Christian, Diogo Medeiros, Mateus da Silva (todos do Paços de Ferreira), Murilo (deu o salto para o SC Braga, sendo que os direitos desportivos pertenciam ao Barra FC) e Julio César (Anápolis chamou de volta, mas há possibilidade de acordo). No segundo “departamento”, a saída de Ricardo Gomes foi notória (terminou o contrato e partiu para a Sérvia, onde jogará ao serviço do Partizan de Belgrado), pois o moçambicano foi o matador de serviço dos alvinegros na temporada passada com 24 golos.

Em termos de titulares, saíram Christian, Murilo e Ricardo Gomes, o que força à direcção do clube a compensar Costinha com novidades que para já chegaram na forma de Bryan Riascos (ex-Oliveirense) e Kalindi (o lateral-direito foi dos melhores atletas do Penafiel e chega sem valor divulgado). Marakis, ex-União da Madeira que chegou em Janeiro, pode preencher o lugar de Christian. Para o lugar de extremo ainda não há novidades.

O plantel actual do Nacional é suficiente para aguentar a luta pela sobrevivência na Liga NOS? Sem os reforços necessários, o elenco parece excessivamente curto e sem a profundidade necessária para se bater com a maioria dos adversários na Primeira Liga.

Riascos foi um reforço bem “apanhado” em Oliveira de Azeméis, dotado de um pé-canhão e de uma qualidade para fazer-se sentir dentro da área. O colombiano de 23 anos tem muito futebol e vai-se incorporar bem na lógica de futebol que Costinha aprecia. Christian não era um trinco puro mas conferia um poder físico do meio-campo extremo e de alta intensidade. Marakis é, sem dúvida, um jogador completamente diferente que consegue distribuir melhor, apostando mais na gestão de bola do que sair para a frente como era o caso do brasileiro do Paços de Ferreira.

Será curioso ver as mexidas entre Junho e Julho no plantel do CD Nacional de Costinha. Vem mais um central? E quem vai ser “rei” nas alas? Riascos chega para a frente de ataque!

CD SANTA CLARA

Treinador: João Henriques
Saídas mais notabilizadas: Tony Gorupec (regressou a Setúbal após um ano de empréstimo)
Melhor entrada: Bruno Lamas (ex-SC Leixões)

Muitas renovações, algumas mexidas mas nenhuma saída, para já, preocupante para o Santa Clara. O clube ainda está à espera do veredicto final por parte da Liga de Clubes, perante a situação de terem cometido algumas falhas a nível de regulamento da Liga. Mas se nada de extremo acontecer, os açorianos já estão a preparar-se (e bem) para a próxima época que está prestes a começar.

As renovações de Osama Rashid, Clemente (está para o Santa Clara como Pires está para o Portimonense), Dennis Pineda, Rodolfo Cardoso ou Accioly (central com 37 anos vai ficar mais uma época no clube) foram boas novidades para um plantel que parece estar decidido a não abandonar o clube. Thiago Santana, o goleador desta temporada dos açorianos, também fica mais uma época no clube.

Ou seja, não muda muito para João Henriques, o novo técnico principal do Santa Clara após a saída de Carlos Pinto (não chegou a consenso para a renovação). Henriques gozou de uma meia-época de sucesso ao serviço do SC Leixões para depois ter apostado numa ida que correu mal no final, em Paços de Ferreira. Contudo, o treinador português volta a merecer uma oportunidade no principal escalão e agora ao serviço dos açorianos.

A contratação de João Henriques também serviu para convencer alguns jogadores do SC Leixões a transferirem-se de Matosinhos para Ponta Delgada, casos de João Lucas (jogou quase sempre com João Henriques, mas mal houve a saída do treinador para a capital do Móvel tudo se alterou, caindo no banco) e Bruno Lamas. O brasileiro tem tudo para “espantar” a Liga NOS, com aquele futebol jingão, de intensa magia e que mexe por inteiro com a equipa toda.

É um reforço de excelente qualidade e que aterra nos Açores sem qualquer custo. Da mesma forma chegam Luís Paulo (aquele grande guardião que defendeu a baliza do Caldas na Taça de Portugal) e Kaio, trinco que já tinha jogado a época que agora findou pelo Santa Clara por empréstimo do Ferroviária.

No total, o CD Santa Clara manteve a equipa do ano passado intacta e agora prepara-se para fazer um “assalto” ligeiro ao mercado, de modo a não contaminar o que de bom tem este projecto que o Fair Play já tinha destacado em 2017.

E João Henriques, o que há para dizer sobre o técnico? A experiência nos castores não foi de todo positiva, e o futebol excessivamente defensivo que se avistou em alguns jogos não são propriamente imagem de marca. No Leixões a lógica de jogo era muito de posse, um bloco baixo e paciente, com um ataque mais de contra-ataque, não se expondo em demasia. É algo bem próximo do que o Santa Clara fazia com Carlos Pinto e, olhando bem para os factos, foi uma combinação bem idealizada pela SAD do clube de Ponta Delgada.


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