Há salvação para o futebol português?

Daniel FariaJulho 31, 20183min0

Há salvação para o futebol português?

Daniel FariaJulho 31, 20183min0
Haverá salvação para o futebol português? A verdade é que nunca tivemos um “futebol pacifico”, mas a situação do futebol nacional parece cada vez mais deteriorada com conflitos recorrentes, em várias frentes.

Casos atrás de casos, como e-toupeira, caso Santa Clara, caso Mateus, entre outros, assolam o futebol português, que surge com a sua imagem cada vez mais deteriorada no plano internacional.

Leonardo Jardim, treinador madeirense do Mónaco, deu conta disso esta semana, em entrevista ao Jornal de Notícias.

“Muitas vezes tenho de defender o futebol português e explicar às pessoas que são situações mínimas que acontecem”, disse o treinador à referida publicação, admitindo que o nosso campeonato tem uma “má imagem” lá fora. Nada que impressione, mas que merece sem dúvida reflexão.

Que campeonato é este, onde interessam mais as guerrilhas fora de campo do que o jogo jogado? Onde se descredibilizam profissionais que trabalham afincadamente? Não se percebe que este clima de constante conflito prejudica profissionais e o próprio campeonato, que não consegue evoluir, por falta de cultura desportiva?

Infelizmente, o futebol português parece condenado neste aspecto e a verdade é que ninguém faz nada. Directores de comunicação incendiários, jogadas de bastidores, entre outras “manobras”, vão contribuindo para um descrédito sem precedentes do futebol profissional em Portugal.

Continuamos a analisar declarações de Leonardo Jardim a propósito deste tema.

“Essa situação entristece-me muito. Sou emigrante e muitas vezes tenho de defender o futebol português e explicar às pessoas que são situações mínimas que acontecem e que o futebol português não é um meio de corrupção. Temos o melhor do Mundo, fomos campeões da Europa em futebol e futsal e essa é que é a imagem correta de Portugal”, garantiu Jardim.

O treinador de 43 anos falou ainda das agressões de que os jogadores do Sporting foram alvo e do impacto que essa situação teve no estrangeiro. “O caso de Alcochete é só mais um caso que dá uma má imagem a Portugal. Não podemos passar a imagem como se andasse tudo à pancada no país. É uma mensagem errada e não pode voltar a acontecer”, afirmou Leonardo Jardim.

Também Toni, antigo jogador e treinador do Benfica, comentou há meses o atual estado do futebol nacional. “Só haverá uma maneira de se inverter toda esta forma de viver: as leis têm de ser reformuladas, e os castigos, as unidades que superintendem no desporto em Portugal, têm de funcionar de forma diferente”, disse, dando conta da “imagem degradante” do futebol luso.

Em suma, estamos num campo de batalha, onde vale tudo, menos ter cultura desportiva. Mesmo assim, Portugal vai conquistando sucessos, como o título europeu de sub-19, recentemente conquistado.

Estes dois exemplos, dados através de Leonardo Jardim e Toni, refletem exatamente a forma como o futebol português é visto no plano internacional. Cada vez mais descredibilizado e com repugnância. É este o futebol que queremos? Até a imprensa espanhola já fez “chacota” do futebol português.

O jornal El País chamou de “incendiários” os dirigentes de Benfica, FC Porto e Sporting, afirmando que “provavelmente não há no mundo um país com futebolistas mais pacíficos e dirigentes mais violentos”. Estas citações vêm de março. Estamos em agosto e são atuais e infelizmente irão continuar a ser aplicáveis durante os próximos meses ou até anos, por uma questão de mentalidades que parecem ser inalteráveis no nosso país. Vale tudo para atingir o próximo, que neste caso é o adversário, através de manobras “sujas”, pondo de lado valores essenciais como o desportivismo e a dignidade que um agente desportivo deve ter.

Caso para dizer… Quo vadis futebol português?


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