Como correu a Algarve Cup para Portugal?

João NegreiraMarço 14, 20203min0

Como correu a Algarve Cup para Portugal?

João NegreiraMarço 14, 20203min0
Terminou nesta quarta-feira a 27ª edição da Algarve Cup. Para além da classificação, o que é que este torneio nos pode dizer relativamente à seleção das quinas?

Decorreu de 4 a 11 de março a 27º edição da Algarve Cup, um torneio de futebol feminino que acolhe as maiores seleções do panorama mundial.

A competição contou com seleções como Alemanha (2ª no ranking), Suécia (5ª no ranking), Noruega (12ª no ranking), Itália (14ª no ranking), Dinamarca (16ª no ranking), Bélgica (17ª no ranking), Nova Zelândia (23ª no ranking).

Posto isto, e estando Portugal na 31ª posição, a tarefa de levar o título é sempre complicada e o maior objetivo passa sempre por jogar frente a frente a algumas das melhores do mundo e experimentar algumas jogadoras e estratégias.

E foi isso mesmo que Francisco Neto fez. Chamou Bárbara Santos, Francisca Nazareth e Andreia Jacinto à equipa principal – as 2 últimas com 17 e 18 anos, respetivamente – e ainda estreou Andreia Faria.

Das 25 jogadoras que o selecionador nacional teve à disposição só não utilizou 3. Bárbara Santos, guarda-redes do Marítimo, Joana Martins, defesa esquerdo do Sporting e Carlota Cristo, avançado do Valadares Gaia.

Com muitos testes e muita juventude a misturar-se com a experiência das mais conhecidas Cláudia Neto, Ana Borges, Andreia Norton, Ana Leite e Dolores Silva, a prestação pode ter ficado aquém, mas o timoneiro de 38 anos refere que o mais importante é o processo e que este torneio de preparação serviu acima de tudo, para voltar a observar novas jogadoras.

A Algarve Cup acabou, no entanto, por causar alguns estragos. Jéssica Silva, uma das referências atacantes lesionou-se – e com gravidade – no jogo frente à Bélgica e vai falhar os próximos jogos de qualificação para o Euro 2021; A estreante Francisca Nazareth lesionou-se num dos treinos e deixou o grupo (ficou a nota para a estreia da atleta do SL Benfica); Patrícia Morais também foi dispensada depois de ter contraído uma lesão muscular frente à Bélgica.

Apesar dos bons momentos que Francisco Neto quis elogiar, certamente que não ficou contente com as 3 baixas.

Essencialmente, Portugal atuou num 1:4:4:2 losango sendo a médio-ofensivo (normalmente Cláudia Neto) a maior referência para criar espaços e lançar o ataque para a rapidez das 2 avançadas na frente. Num meio-campo com qualidade técnica, aparece depois uma médio-defensivo para destruir o jogo adversário.

Na defesa, jogadoras mais experientes acabam por mostrar mais debilidades a sair jogar, também pela capacidade das adversárias em conseguirem pressionar alto.

Em boa verdade, a seleção nacional enfrentou seleções de topo e comportou-se “como gente grande”. Por vezes teve que adaptar a sua estratégia e estar mais tempo sem bola, mas sempre que conseguiu olhou, sem medo, o adversário nos olhos.

A anfitriã terminou a Algarve Cup na última posição, mas mostrou que em Portugal há hipótese e futuro para mais. Por agora teremos a dupla jornada de qualificação, diante de Finlânia (10 de abril) e Escócia (14 de abril), para o próximo Europeu.

(Foto: SL Benfica)

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