Manual de Instruções da Ligue 1: Os MVP, desafios e treinador!

Fair PlayAgosto 9, 20188min0

Manual de Instruções da Ligue 1: Os MVP, desafios e treinador!

Fair PlayAgosto 9, 20188min0
Queres saber o que há de especial na Ligue 1? Clica e fica a saber as nossas opiniões pré-início de Campeonato! Das potenciais estrelas às prováveis desilusões!

O Candidato

Por mais que se goste de pensar na imprevisibilidade das ligas ou da competição até à última jornada ou mesmo até ao último segundo, a verdade é que a liga francesa tem desiludido bastante nesse aspeto nos últimos anos e, ao que tudo indica, este ano o Paris Saint-Germain vai voltar a ser a campeão nacional, fazendo o bicampeonato.

Com uma das linhas da frente com melhor qualidade no mundo (Neymar, Cavani e Mbappé), o PSG não permitiu a saída de nenhuma das suas melhores peças e ainda reforçou a sua zona mais debilitada, a baliza, com um autêntico senhor da posição, Gianluigi Buffon.

A par do que aconteceu nos últimos anos, a equipa parisiense tem os olhos voltados para a conquista da Liga dos Campeões, tendo orçamentos e plantéis completamente incomparáveis com as restantes equipas da Ligue 1.

A diferença de qualidade individual é tão acentuada que olhando individualmente para cada posição o PSG parece ser a equipa com melhores jogadores em cada posição e onde conta com jogadores em clara evolução época após época como são os casos de Rabbiot ou de Mbappé.

Quer a nível de segundas linhas esta equipa parisiense pode usufruir de jogadores de fazer inveja aos restantes clubes, numa lista encabeçada por Di Maria ou Thomas Meunier (tapado por Daniel Alves o ano passado, com fortes hipóteses de assumir a titularidade este ano), mas também por jovens de enorme qualidade como Weah ou Nkunku.

Logo a seguir ao PSG aparecem 3 equipas em patamares distintos e que podem ser as únicas com possibilidade de assustar a equipa de Thomas Tuchel. Mónaco parte em vantagem sobre Lyon e Marselha nesta luta, mas, e a repetir a época passada, a luta entre estas três equipas deverá ser mais intensa que a luta pelo título.

Os Três Melhores Reforços

A adição do lendário Gianluigi Buffon ao plantel do todo poderoso PSG volta a evidenciar a boa visão de mercado de Antero Henrique pois, ao incluir o italiano nos seus quadros, o emblema gaulês não só preenche a sua maior lacuna posicional na época transata como consolida-se ainda como destino cada vez mais natural para as grandes estrelas do futebol. Aos 40 anos o guardião transalpino, que tem aqui a sua primeira aventura fora da península itálica, continua a apresentar-se a um nível elevado capaz de decidir encontros, nesse sentido, o PSG olha para Buffon como o verdadeiro escudeiro da ambicionada Liga dos Campeões.

Aleksandr Golovin foi um dos destaques do Mundial de 2018 e, como habitual, o Mónaco não perdeu a oportunidade de assegurar mais um diamante para Leonardo Jardim polir no principado. Com apenas 22 anos e muito futebol nos pés, Golovin vem preencher o vazio criativo deixado pela saída de Lemar e acrescentar muita qualidade no último passe, nas bolas paradas ofensivas e, sobretudo, nas transições ofensivas onde o russo demonstra toda a sua valia física e técnica. Se a adaptação à Ligue 1 correr da melhor forma, Golovin não estará mais de 3 temporadas ao serviço dos monegascos, saltando posteriormente para um “tubarão europeu”.

A qualidade do mago Wahbi Khazri há muito é apreciada em solo francês, assim sendo, é sem grande surpresa que vemos o tunisino ingressar numa das formações históricas do championnat, o Saint-Étienne. Khazri sempre que passa na Ligue 1 deixa um rasto de destruição nas defesas contrárias, quer pela sua velocidade de execução, quer pela sua capacidade técnica capaz de driblar meio mundo e finalizar com classe para o fundo das redes. Após um Mundial com nota muito positiva, a contratação do médio ofensivo por apenas 7 milhões de euros acaba por ser uma verdadeira “pechincha” e deixará os adeptos verts certamente empolgados para a nova temporada.

Possíveis Desilusões

O Mónaco aparece quase sistematicamente na lista de dúvidas para os adeptos. O clube do principado não tem a obrigação de ganhar a liga face ao poderio do adversário, no entanto, Marselha e Lyon aparecem sempre à espreita do clube de Leonardo Jardim e tudo o que não seja o segundo lugar será sempre um ano negativo e uma desilusão para os adeptos monegascos e neste sentido Leonardo Jardim tem sempre enormes desafios em mão.

Sem alguns dos jogadores do passado, conseguirá Jardim, novamente, potenciar os novos mini craques que chegaram e ganhar a luta pelo segundo lugar (no mínimo)?

As outras grandes dúvidas para a nova época vão para Lille e Toulouse, mas por razões diferentes do exemplo anterior. É que ambas as equipas já desiludiram na temporada transata, sendo que o Toulouse tem aqui uma autêntica segunda vida depois de ter jogado o playoff de despromoção na temporada transata.

A dúvida sobre estas duas equipas, reside no mesmo problema do ano passado, contratações sonantes, nomes de peso e muitos milhões movimentados e expectativas demasiado elevadas. Depois do susto, estas equipas podem aqui começar “do zero” e mostrar que não vão viver aflitas até ao último segundo, mas a realidade é que a única maneira de afastarem de vez a desconfiança é dentro do campo, mas para já e pelo que se viu no passado, parecem ser as principais equipas a acabar abaixo do esperado, e quem sabe acabarem mesmo despromovidos.

Treinador a Seguir

Podem acusar-nos de ser algo patriotas, mas o nosso destaque vai para Miguel Cardoso. Sem querer pegar em nomes com provas dadas ou cuja dificuldade a nível interno não é elevada, Miguel Cardoso parece-nos ser o nome que pode ter um desafio bastante interessante no Nantes.

Depois do 9º lugar da época transata com Ranieri no comando da equipa, que superou todas as expectativas, aliado ao gigante trabalho de Miguel Cardoso no Rio Ave, que gostando ou não do estilo, colocou o Rio Ave no 5º lugar e com possibilidades de ir à fase de grupos da Liga Europa, e sempre apostando num futebol apoiado e de carácter ofensivo, mesmo quando jogava com os ditos “três grandes”.

Outro fator interessante de acompanhar, vai ser a maneira como o Nantes vai abordar os jogos frente às principais equipas da liga e se Miguel Cardoso vai apostar pelo mesmo método do passado, que tão depressa lhe permitiu ter grandes resultados como goleadas pesadas fruto da falta de qualidade técnica na saída de bola.

O Nantes não tem nenhum objetivo ambicioso para além de fazer um campeonato tranquilo, mas não parece de todo irrealista pensar num Nantes de dimensão europeia com o técnico português ao leme.

Olhando para o desafio no Nantes, Miguel Cardoso tem uma possibilidade enorme de potenciar a sua carreira e, quem sabe, dar o salto para uma equipa de dimensão mundial.

Os Maiores Desafios

Bruno Génésio e o Olympique de Lyon terão o maior desafio pela frente neste championnat pois tentarão repetir a qualificação para a Liga dos Campeões com um plantel fragilizado pelas saídas dos promissores Willem Geubbels e Mouctar Diakhaby e dos sempre úteis Nicolas N’Koulou e Sergi Darder. Em sentido contrário, apenas a destacar a entrada do incansável Tanguy Ndombélé. Apesar dos milhões não faltarem a Jean-Michel Aulas, certo é que até ao momento o plantel do Lyon está uns furos abaixo dos valores individuais de PSG e Mónaco, nesse sentido, Génésio terá de potenciar ao máximo a qualidade individual de Anthony Lopes, Ferland Mendy, Houssem Aouar, Nabil Fekir, Memphis Depay e Mariano Díaz.

Assumindo-se cada vez mais como um clube estável e exportador de talento, o Nice do estreante Patrick Vieira perdeu os seus dois melhores jogadores, Jean Michaël Seri e Alassane Pléa, mas nem isso retira ambição ao ex-centrocampista francês que pretende colocar o Nice na metade superior da tabela classificativa. À irreverência de Balotelli, soma-se a solidez de Malang Sarr, a resistência de Danilo, a intensidade de Wylan Cyprien e o virtuosismo de Allan Saint-Maximin, num plantel claramente inferior mas habituado a superiorizar-se perante a adversidade competitiva e a altivez alheia, a época será longa, sofrida e com um dose elevada de imprevisibilidade.


Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS