Impactos da troca de Felipão por Mano Menezes no Palmeiras

Rafael RibeiroSetembro 10, 20196min0

Impactos da troca de Felipão por Mano Menezes no Palmeiras

Rafael RibeiroSetembro 10, 20196min0
Um dos ídolos da equipa palestrina, Felipão foi demitido do cargo de treinador do Palmeiras. Mas a polêmica do nome escolhido, Mano Menezes, levantou a questão: a mudança trará efeito? O Fair Play discute o futuro da equipa aqui.

Felipão não é mais o treinador do Palmeiras. Após a parada para a Copa América de 2019 disputada no Brasil, a equipa palmeirense não retornou bem ao Brasileirão, e foi eliminado de duas importantes competições, a Copa do Brasil e a Libertadores da América. A derrota por 3-0 para o Flamengo, em uma clara demonstração de inferioridade, adiantou a decisão da diretoria em desligar o treinador ídolo da equipa. O Fair Play analisa quais mudanças a equipa sofrerá após a contratação de Mano Menezes, recentemente desligado do Cruzeiro, mesmo após a diretoria ver boa parte os adeptos rejeitarem o nome escolhido.

Problemas de performance

Tendo um início de campeonato muito bom, o Palmeiras era tido como um dos principais candidatos ao título brasileiro (ainda é) com folga, junto do que é seu principal adversário recente dentro e fora do relvado, Flamengo. Antes da Copa América, a equipa vinha em uma série histórica sem derrotas, e nos últimos 10 jogos, 10 vitórias (considerando Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores). A melhor campanha da primeira fase da competição continental trouxe moral à Felipão para uma pausa que seria usada para a tentativa de manter o alto rendimento. Porém não foi o que ocorreu. Assim como a pausa serve para equipas que não estão bem se organizarem, o Palmeiras sentiu a falta de jogos pois certamente vinham embalados por recentes vitórias.

A primeira queda ligou o alerta alviverde. Mesmo ganhando em casa no jogo de ida da Copa do Brasil contra o Internacional por 1-0, o segundo jogo reservou a eliminação da equipa também por 1-0 com a derrota nos pênaltis. Um sequência de 4 empates seguidos pelo Brasileirão fez o time se distanciar do Flamengo na busca pela liderança nacional, que também mostrava o Santos como um novo combatente, e o nome de Felipão já começava a surgir como um dos principais culpados. Isso porque a performance técnica havia caído. Mesmo tendo um dos melhores plantéis brasileiros, e com nomes individuais que resolviam jogos, o padrão tático e técnico era a principal causa dada como responsável pelas derrotas.

O Grêmio nas quartas de final da Libertadores trariam novamente o tema à tona. Após ganhar fora de casa por 0-1 no primeiro jogo, a exibição no segundo jogo tornou o treinador o centro das atenções, em uma derrota por 1-2 e consequente eliminação por ter tomados 2 gols em casa. Ainda que a diretoria tenha se pronunciado garantindo a permanência do treinador, tudo mudou drasticamente quando, pelo Brasileirão, seu principal adversário pelo título aplicou um belo resultado de 3-0 com um grande domínio de Jorge Jesus e seu Flamengo. Foi o suficiente para uma rápida ação de demissão do técnico, e da escolha por Mano Menezes.

Felipão não resistiu a derrota categórica contra o Flamengo, pelo Brasileirão (Foto: César Greco/Ag. Palmeiras)

A grande rejeição ao nome escolhido

Até mesmo antes de ser anunciado, o nome de Mano Menezes, um dos mais cotados no pequeno período sem treinador, era fortemente criticado pelos adeptos nas redes sociais. E as grandes discussões para que isso ocorresse foram duas: o estilo de jogo muito parecido com o de Felipão, prioritariamente defensivo, sem uma proposta tão grande de ataque, e com uma equipa muito fechada e pouco rápida no meio de campo. A segunda discussão traz algo menos relevante, porém que acalorou os debates: a forte ligação de Mano com o principal rival, Corinthians. Foi lá que Mano ganhou prospecção nacional, conquistou três títulos, o relevante retorno corintiano à Série A com a conquista do título da Série B em 2008, a Copa do Brasil e o Paulistão de 2009.

Mas ainda assim, a contratação do treinador já estava adiantada, e dias seguintes já contavam com a apresentação de Mano Menezes no Palmeiras, assim como sua primeira jornada no Brasileirão, contra o Goiás, sem que a equipa precisasse improvisar algum comandante em jogos oficiais. O novo técnico já tratou de se aproximar da nova equipa, com frases de impacto no Twitter e até mesmo em sua apresentação, citando conhecer bem da história do clube, citando também outros momentos de treinadores vencedores que tinham um estilo de jogo mais defensivo. Certamente Mano terá um plantel de primeira linha para o restante do ano, e pode promover mudanças nos jogadores comumente titulares. Nomes como Lucas Lima e Borja podem ganhar mais oportunidades, assim como Deyverson e Raphael Veiga podem estar ameaçados.

Palmeiras apresenta o novo técnico Mano Menezes na Academia de Futebol (Foto: César Greco/Ag. Palmeiras)

Retomada em 2019 e mudanças para 2020

A perspectiva de trabalho em 2019 mostra que trazer alguma novidade aos jogadores pode ser boa para o plantel. Assim como um novo estilo de treinamentos e de jogo pode fazer com que a equipa tenha um plano tático e técnico melhor do que vinha apresentando, acreditando ainda que, pelo menos na competição que ainda tem para disputar (Brasileirão), Mano ainda terá tempo de executar suas ideias em busca do título. Em seu primeiro jogo a frente do Palmeiras, uma vitória suada por 2-1 frente ao Goiás no tempo adicional da partida deu um pouco mais de tranquilidade ao novo comandante, mesmo que a apresentação não tenha sido das melhores.

Para 2020, o rumores são de que muitos nomes podem deixar a equipa, para uma reformulação que adeque o estilo do plantel ao estilo do treinador, assim como abrir chances de outros jogadores de mais confiança de Mano Menezes chegarem. Nomes como Fernando Prass e Jailson (guarda-redes), Jean (médio defensivo), Borja e Deyverson (avançados) já são citados como os primeiros a deixarem o plantel. A intenção clara é de abrir espaço para novos jogadores, mas também parar de insistir em nomes que eram preferência de Felipão, mas que já não estavam agradando dentro do relvado por seus rendimentos técnicos, e também aos adeptos pela falta de entrega tática. Resta saber o que o restante de 2019 trará ao novo treinador, se uma boa campanha para um 2020 menos turbulento, ou se o fechamento da época sem nenhum título e uma pressão maior para o ano seguinte.

Mano já dirigiu a equipa contra o Goiás, pelo Brasileirão de 2019. (Foto: César Greco/Ag. Palmeiras)

 

 


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