Guarda-Redes Com Faro de Golo

Francisco da SilvaMaio 12, 20194min0

Guarda-Redes Com Faro de Golo

Francisco da SilvaMaio 12, 20194min0
Ceni, Chilavert, Campos, Ivankov, Higuita. Estes são os guarda-redes com mais golos marcados no futebol mundial. Recorde estes ídolos em mais um artigo da rubrica Futebol Popular.

O guarda-redes é quiçá o atleta mais solitário do mundo do desporto. Confinado a dominar uma estrutura com mais de 7 metros de comprimento e 2 metros de altura, o “guardião” está constantemente pressionado a não falhar, sob pena de ver a sua equipa sofrer um golo pois dificilmente algum colega de equipa poderá suprir um momento menos bom seu.

Contudo, em mais um artigo da rubrica Futebol Popular, vamos recordar um conjunto de guarda-redes que ficaram marcados na história do futebol não só pela quantidade de golos sofridos e defesas espetaculares realizadas, mas sobretudo pelo número de vezes que balançaram as redes adversárias.

Rogério Ceni

O brasileiro é indubitavelmente rei e senhor desta restrita lista de guarda-redes icónicos. Ao longo da sua singular e longa carreira ao serviço do São Paulo, Rogério Ceni marcou 131 golos, divididos quase equitativamente por penalties e livres diretos. Figura histórica do emblema paulista dentro e fora das quatro linhas, Ceni era exímio a colocar a “redondinha” no local onde reside o mocho com uma técnica de remate somente ao alcance dos predestinados. Se existisse um Cristo Redentor na cidade de São Paulo, certamente que a estátua teria o busto de Rogério Ceni.

José Luis Chilavert

O paraguaio é um dos guarda-redes mais controversos da história do futebol moderno. Dono de uma fisionomia imponente e dominadora, Chilavert passeou pelos relvados sul americanos e europeus durante 20 anos, acumulando defesas impossíveis e 67 golos marcados. O pé esquerdo de Chilavert era um dos mais fulminantes e colocados da década 90 e somente o seu temperamento viril e a sua irregularidade exibicional impediram voos maiores na sua carreira. Contudo, El Bulldog continua ainda hoje imortalizado no livro de recordes do futebol mundial como o único guarda-redes a marcar um hat-trick numa partida de futebol.

Jorge Campos

Jorge Campos é um dos maiores símbolos do futebol mexicano, não só pela sua qualidade dentro dos postes, não só pelos seus equipamentos únicos e berrantes, mas também pela sua frieza e qualidade ofensiva. Ao longo de mais de 15 anos de carreira, todos eles no norte da América, o azteca apontou 46 tentos, no entanto, a grande curiosidade é que uma boa parte dos golos foram marcados enquanto Jorge Campos atuava como jogador de campo. O pequeno El Brody assume-se como uma das figuras mais carismáticas da sociedade mexicana, ao lado de nomes imortais como Miguel Hidalgo e Emiliano Zapata.

Dimitar Ivankov

Quiçá o guardião mais desconhecido desta listagem mas certamente um dos mais valiosos. Ivankov teve uma carreira de respeito repartida pela Bulgária e Turquia onde acumulou 42 golos marcados. O búlgaro tinha uma forma peculiar de cobrar grandes penalidades: enquanto caminhava para a bola fechava os olhos para o adversário não “adivinhar” o lado que ele ia escolher. Discreto mas muito eficaz, Ivankov reservou assim para si um lugar na história do futebol como um dos melhores guardiões que a Europa de Leste já viu nascer.

René Higuita

O colombiano dispensa qualquer apresentação. Imortalizado após a sua defesa de “escorpião”, René Higuita será lembrado para sempre como o guarda-redes mais excêntrico do futebol mundial. El loco vivia a vida sempre nos limites, ora próximo de narcotraficantes, ora próximo das maiores estrelas do futebol. Após 25 anos nos relvados americanos, a registar somente uma temporada em Valladolid, René Higuita balançou as redes adversárias por 41 vezes, 37 de penalty e 4 de livre direto, assumindo-se como o 5º guardião com mais golos marcados na história.

Fora do TOP 5 dos guarda-redes com mais golos marcados encontram-se 2 elementos que passaram pelo futebol português e que merecem de certa forma uma menção honrosa. Hans-Jörg Butt passou pelo SL Benfica sem grande sucesso, contudo, acumulou inúmeros tentos da marca dos 11 metros ao serviço de emblemas germânicos de elevada craveira. Por outro lado, Jérôme Palatsi era uma espécie de “Dimitar Ivankov” dos mais pobres e passou em Portugal por formações como o Beira-Mar, Moreirense, Penafiel e Vitória de Guimarães.


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